quarta-feira, 31 de agosto de 2011

Às vezes

Às vezes as pessoas que amamos nos magoam, e nada podemos fazer senão continuar nossa jornada com nosso coração machucado.
Às vezes nos falta esperança. Às vezes o amor nos machuca profundamente, e vamos nos recuperando muito lentamente dessa ferida tão dolorosa.
Às vezes perdemos nossa fé, então descobrimos que precisamos acreditar, tanto quanto precisamos respirar...é nossa razão de existir.
Às vezes estamos sem rumo, mas alguém entra em nossa vida, e se torna o nosso destino.
Às vezes estamos no meio de centenas de pessoas, e a solidão aperta nosso coração
pela falta de uma única pessoa.

Às vezes a dor nos faz chorar, nos faz sofrer, nos faz querer parar de viver,
até que algo toque nosso coração, algo simples como a beleza de um pôr do sol,
a magnitude de uma noite estrelada, a simplicidade de uma brisa batendo em nosso rosto.
É a força da natureza nos chamando para a vida.

Você descobre que as pessoas que pareciam ser sinceras e receberam sua confiança,
te traíram sem qualquer piedade.
Você entende que o que para você era amizade, para outros era apenas conveniência, oportunismo.
Você descobre que algumas pessoas nunca disseram eu te amo, e por isso nunca fizeram amor,
apenas transaram...

Descobre também que outras disseram eu te amo uma única vez.
E agora temem dizer novamente, e com razão, mas se o seu sentimento for sincero poderá
ajudá-las a reconstruir um coração quebrado.
Assim ao conhecer alguém, preste atenção no caminho que essa pessoa percorreu, são fatores
importantes: a relação com a família, as condições econômicas nas quais se desenvolveu.
(dificuldades extremas ou facilidades excessivas formam um caráter), os relacionamentos anteriores
e as razões do rompimento, seus sonhos, ideais e objetivos.

Não deixe de acreditar no amor. Mas certifique-se de estar entregando seu coração para alguém
que dê valor aos mesmos sentimentos que você dá.
Manifeste suas idéias e planos, para saber se vocês combinam. E certifique-se de que
quando estão juntos, aquele abraço vale mais que qualquer palavra.
Esteja aberto a algumas alterações, mas jamais abra mão de tudo, pois se essa pessoa
te deixar, então nada irá lhe restar.

Tenha sempre em mente que às vezes tentar salvar um relacionamento,
manter um grande amor, pode ter um preço muito alto se esse sentimento não for recíproco.
Pois em algum outro momento essa pessoa irá te deixar e seu sofrimento será ainda
mais intenso, do que teria sido no passado.

Pode ser difícil fazer algumas escolhas, mas muitas vezes isso é necessário.
Existe uma diferença muito grande entre conhecer o caminho e percorrê-lo.
A tristeza pode ser intensa, mas jamais será eterna.
A felicidade pode demorar a chegar, mas o importante é que ela venha para ficar e não
esteja apenas de passagem...



Luís Fernando Veríssimo

quinta-feira, 25 de agosto de 2011

A PRECE É :


..um apoio para a alma; contudo não basta: é preciso tenha por base uma fé viva na bondade de Deus. (ESE, cap. 5, ítem 8)

... ato de caridade, é um arroubo do coração. (ESE, cap. 26, ítem 4)

... uma invocação mediante a qual o homem entra, pelo pensamento, em comunicação com o ser a quem se dirige. Pode ter por objeto um pedido, um agradecimento ou uma glorificação. (ESE, cap. 27, ítem 9)

... o orvalho divino que aplaca o calor excessivo das paixões. Filha primogênita da fé, ela nos encaminha para a senda que conduz a Deus. (ESE, cap. 27, ítem 23)

Em todos os casos de obsessão, a prece é o mais poderoso meio de que se dispõe para demover de seus propósitos maléficos o obsessor. (Gênese, cap. 14, ítem 46)

A prece é um ato de adoração. Orar a Deus é pensar nele, é aproximar-se dele; é pôr-se em comunicação com ele. A três coisas podemos propor-nos por meio da prece: louvar, pedir, agradecer. (LE, cap. 3, questão 659)

Oração não é palavra, é sentimento. Um olhar da alma, fixo no céu, vale mais que mil rosários rezados rotineiramente. (Amélia D.Sóler, Fragmentos das Memórias do Padre Germano, cap. 6)



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Rezar é repetir palavras segundo fórmulas determinadas. É produzir eco que a brisa dissipa, como sucede à voz do sino que no espaço se espraia e morre. Orar é sentir. O sentimento é intraduzível. Não há palavra que o defina com absoluta precisão. O mais rico vocabulário do mundo é pobre para traduzir a grandeza de um sentimento. Não há fórmula que o contenha, não há molde que o guarde, não há modelo que o plasme. O sentimento é, por natureza, incoercível. Como o relâmpago prenunciando temporal, o sentimento fere o campo de nossa consciência; e, num dado instante, penetra o âmago do infinito. Quem o retém? Quem ousa interpretá-lo? Quem o pesa e quem o mede? Só Deus o conhece, só Deus o julga com justiça, porque só Deus sabe o que são essas vibrações de nossa alma, quando para Ele apelamos na linguagem misteriosa do sentimento.Nosso espírito sintetiza numa só vibração aquilo que o vocabulário terreno não diria após haver esgotado o derradeiro elemento de todos os seus recursos.Orar é irradiar para Deus, firmando desse modo nossa comunhão com Ele.

A oração é o poder dos fiéis. Os crentes oram. Os impostores e os supersticiosos rezam. Os crentes oram a Deus. Os hipócritas, quando rezam, dirigem-se à sociedade em cujo meio vivem. Difícil é compreender-se o crente em seus colóquios com a Divindade. Os fariseus rezavam em público para serem vistos, admirados, louvados.Jesus amava a oração e detestava a reza. Dizia aos seus discípulos: Vigiai e orai constantemente para não cairdes em tentação. Quando, porém, orardes, não façais como os hipócritas, que rezam em pé, nas sinagogas e nas ruas, para serem vistos dos homens. Em verdade vos digo que os tais já receberam a recompensa. Entrai em vossos aposentos, fechai a porta, e orai em secreto ao vosso Pai que está nos céus. Não deveis, tão pouco, usar repetições ociosas, como fazem os gentios, que entendem que pelo muito falar serão ouvidos. Vosso Pai sabe o que vos é mister, antes mesmo que lho peçais.Aprendamos, pois com Jesus a amar a oração e repudiar a reza.
Vinícius, Nas Pegadas do Mestre



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PRECES



PRECES POR AQUELE MESMO QUE ORA

Aos anjos guardiães e aos Espíritos protetores


11. PREFÁCIO. Todos temos, ligado a nós, desde o nosso nascimento, um Espírito bom, que nos tomou sob a sua proteção. Desempenha, junto de nós, a missão de um pai para com seu filho: a de nos conduzir pelo caminho do bem e do progresso, através das provações da vida. Sente-se feliz, quando correspondemos à sua solicitude; sofre, quando nos vê sucumbir.

Seu nome pouco importa, pois bem pode dar-se que não tenha nome conhecido na Terra. Invocamo-lo, então, como nosso anjo guardião, nosso bom gênio. Podemos mesmo invocá-lo sob o nome de qualquer Espírito superior, que mais viva e particular simpatia nos inspire.


Além do Anjo guardião, que é sempre um Espírito superior, temos Espíritos protetores que, embora menos elevados, não são menos bons e magnânimos. Contamo-los entre amigos, ou parentes, ou, até, entre pessoas que não conhecemos na existência atual. Eles nos assistem com seus conselhos e, não raro, intervindo nos atos da nossa vida. Espíritos simpáticos são os que se nos ligam por uma certa analogia de gostos e pendores. Podem ser bons ou maus, conforme a natureza das inclinações nossas que os atraiam.


Os Espíritos sedutores se esforçam por nos afastar das veredas do bem, sugerindo-nos maus pensamentos. Aproveitam-se de todas as nossas fraquezas, como de outras tantas portas abertas, que lhes facultam acesso à nossa alma. Alguns há que se nos aferram, como a uma presa, mas que se afastam, em se reconhecendo impotentes para lutar contra a nossa vontade.


Deus, em o nosso anjo guardião, nos deu um guia principal e superior e, nos Espíritos protetores e familiares, guias secundários. Fora erro, porém, acreditarmos que forçosamente, temos um mau gênio ao nosso lado, para contrabalançar as boas influências que sobre nós se exerçam. Os maus Espíritos acorrem voluntariamente, desde que achem meio de assumir predomínio sobre nós, ou pela nossa fraqueza, ou pela negligência que ponhamos em seguir as inspirações dos bons Espíritos. Somos nós, portanto, que os atraímos. Resulta desse fato que jamais nos encontramos privados da assistência dos bons Espíritos e que de nós depende o afastamento dos maus. Sendo, por suas imperfeições, a causa primária das misérias que o afligem, o homem é, as mais das vezes, o seu próprio mau gênio. (Cap. V, nº 4.)


A prece aos anjos guardiães e aos Espíritos protetores deve ter por objeto solicitar-lhes a intercessão junto de Deus, pedir-lhes a força de resistir às más sugestões e que nos assistam nas contingências da vida.




12. Prece. - Espíritos esclarecidos e benevolentes, mensageiros de Deus, que tendes por missão assistir os homens e conduzi-los pelo bom caminho, sustentai-me nas provas desta vida; dai-me a força de suportá-la sem queixumes; livrai-me dos maus pensamentos e fazei que eu não dê entrada a nenhum mau Espírito que queira induzir-me ao mal. Esclarecei a minha consciência com relação aos meus defeitos e tirai-me de sobre os olhos o véu do orgulho, capaz de impedir que eu os perceba e os confesse a mim mesmo.


A ti sobretudo, N..., meu anjo guardião, que mais particularmente velas por mim, e a todos vós, Espíritos protetores, que por mim vos interessais, peço fazerdes que me torne digno da vossa proteção. Conheceis as minhas necessidades; sejam elas atendidas, segundo a vontade de Deus.








13. (Outra) - Meu Deus, permite que os bons Espíritos que me cercam venham em meu auxílio, quando me achar em sofrimento, e que me sustentem se desfalecer. Faze, Senhor, que eles me incutam fé, esperança e caridade; que sejam para mim um amparo, uma inspiração e um testemunho da tua misericórdia. Faze, enfim, que neles encontre eu a força que me falta nas provas da vida e, para resistir às inspirações do mal, a fé que salva e o amor que consola.








14. (Outra) - Espíritos bem-amados, anjos guardiães que, com a permissão de Deus, pela sua infinita misericórdia, velais sobre os homens, sede nossos protetores nas provas da vida terrena. Dai-nos força, coragem e resignação; inspirai-nos tudo o que é bom, detende-nos no declive do mal; que a vossa bondosa influência nos penetre a alma; fazei sintamos que um amigo devotado está ao nosso lado, que vê os nossos sofrimentos e partilha das nossas alegrias. E tu, meu bom anjo, não me abandones. Necessito de toda a tua proteção, para suportar com fé e amor as provas que praza a Deus enviar-me.



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Para afastar os maus Espíritos


15. Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que limpais por fora o copo e o prato e estais, por dentro, cheios de rapinas e impurezas. - Fariseus cegos, limpai primeiramente o interior do copo e do prato, a fim de que também o exterior fique limpo. - Ai de vós, escribas e fariseus hipócritas, que vos assemelhais a sepulcros branqueados, que por fora parecem belos aos olhos dos homens, mas que, por dentro, estão cheios de toda espécie de podridões. - Assim, pelo exterior, pareceis justos aos olhos dos homens, mas, por dentro, estais cheios de hipocrisia e de iniquidades. (S. MATEUS, cap. XXIII, vv. 25 a 28.)


16. PREFÁCIO. Os maus Espíritos somente procuram os lugares onde encontrem possibilidades de dar expansão à sua perversidade. Para os afastar, não basta pedir-lhes, nem mesmo ordenar-lhes que se vão; é preciso que o homem elimine de si o que os atrai. Os Espíritos maus farejam as chagas da alma, como as moscas farejam as chagas do corpo.


Assim como se limpa o corpo, para evitar a bicheira, também se deve limpar de suas impurezas a alma, para evitar os maus Espíritos. Vivendo num mundo onde estes pululam, nem sempre as boas qualidades do coração nos põem a salvo de suas tentativas; dão, entretanto, forças para que lhes resistamos.





17. Prece. - Em nome de Deus Todo-Poderoso, afastem-se de mim os maus Espíritos, servindo-me os bons de antemural contra eles.


>Espíritos malfazejos, que inspirais maus pensamentos aos homens; Espíritos velhacos e mentirosos, que os enganais; Espíritos zombeteiros, que vos divertis com a credulidade deles, eu vos repilo com todas as forças de minha alma e fecho os ouvidos às vossas sugestões; mas, imploro para vós a misericórdia de Deus.


Bons Espíritos que vos dignais de assistir-me, dai-me a força de resistir à influência dos Espíritos maus e as luzes de que necessito para não ser vítima de suas tramas. Preservai-me

do orgulho e da presunção; isentai o meu coração do ciúme, do ódio, da malevolência, de todo sentimento contrário à caridade, que são outras tantas portas abertas ao Espírito do mal.



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Para pedir um conselho


24. PREFÁCIO. Quando estamos indecisos sobre o fazer ou não fazer uma coisa, devemos antes de tudo propor-nos a nós mesmos as questões seguintes:


1ª - Aquilo que eu hesito em fazer pode acarretar qualquer prejuízo a outrem?


2ª - Pode ser proveitoso a alguém?


3ª - Se agissem assim comigo, ficaria eu satisfeito?


Se o que pensamos fazer, somente a nós nos interessa, licito nos é pesar as vantagens e os inconvenientes pessoais que nos possam advir.


Se interessa a outrem e se, resultando em bem para um, redundará em mal para outro, cumpre, igualmente, pesemos a soma de bem ou de mal que Se produzirá, para nos decidirmos a agir, ou a abster-nos.


Enfim, mesmo em se tratando das melhores coisas, importa ainda consideremos a oportunidade e as circunstâncias concomitantes, porquanto uma coisa boa, em si mesma, pode dar maus resultados em mãos inábeis, se não for conduzida com prudência e circunspecção. Antes de empreendê-la, convém consultemos as nossas forças e meios de execução.


Em todos os casos, sempre podemos solicitar a assistência dos nossos Espíritos protetores, lembrados desta sábia advertência: Na dúvida, abstém-te. (Cap. XXVIII, nº 38.)



25. Prece. Em nome de Deus Todo-Poderoso, inspirai-me, bons Espíritos que me protegeis, a melhor resolução a ser tomada na incerteza em que me encontro. Encaminhai meu pensamento para o bem e livrai-me da influência dos que tentarem transviar-me.


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Nas aflições da vida


26. PREFÁCIO. Podemos pedir a Deus favores terrenos e Ele no-los pode conceder, quando tenham um fim útil e sério. Mas, como a utilidade das coisas sempre a julgamos do nosso ponto de vista e como as nossas vistas se circunscrevem ao presente, nem sempre vemos o lado mau do que desejamos, Deus, que vê muito melhor do que nós e que só o nosso bem quer, pode recusar o que pecamos, como um pai nega ao filho o que lhe seja prejudicial. Se não nos é concedido o que pedimos, não devemos por isso entregar-nos ao desânimo; devemos pensar, ao contrário, que a privação do que desejamos nos é imposta como prova, ou como expiação, e que a nossa recompensa será proporcionada à resignação com que a houvermos suportado. (Cap. XXVII, nº 6; cap. II, nº 5 a nº 7.






27. Prece. - Deus Onipotente, que vês as nossas misérias, digna-te de escutar, benevolente, a súplica que neste momento te dirijo. Se é desarrazoado o meu pedido, perdoa-me; se é justo e conveniente segundo as tuas vistas, que os bons Espíritos, executores das tuas vontades, venham em meu auxílio para que ele seja satisfeito.


Como quer que seja, meu Deus, faça-se a tua vontade. Se os meus desejos não forem atendidos, é que está nos teus desígnios experimentar-me e eu me submeto sem me queixar.

Faze que por isso nenhum desânimo me assalte e que nem a minha fé nem a minha resignação sofram qualquer abalo. (Formular o pedido.)

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Pelas pessoas a quem tivemos afeição




62. PREFÁCIO. Que horrenda é a idéia do Nada! Quão de lastimar são os que acreditam que no vácuo se perde, sem encontrar eco que lhe responda, a voz do amigo que chora o seu amigo! Jamais conheceram as puras e santas afeiçoes os que pensam que todo morre com o corpo; que o gênio, que com a sua vasta inteligência iluminou o mundo; é uma combinação de matéria, que, qual sopro, se extingue para sempre; que do mais querido ente, de um pai, de uma mãe, ou de um filho adorado não restará senão um pouco de pó que o vento irremediavelmente dispersará.


Como pode um homem de coração conservar-se frio a essa idéia? Como não o gela de terror a idéia de um aniquilamento absoluto e não lhe faz, ao menos, desejar que não seja assim? Se até hoje não lhe foi suficiente a razão para afastar de seu espírito quaisquer dúvidas, aí está o Espiritismo a dissipar toda incerteza com relação ao futuro, por meio das provas materiais que dá da sobrevivência da alma e da existência dos seres de além-túmulo.


Tanto assim é que por toda a parte essas provas são acolhidas com júbilo; a confiança renasce, pois que o homem doravante sabe que a vida terrestre é apenas uma breve passagem conducente a melhor vida; que seus trabalhos neste mundo não lhe ficam perdidos e que as mais santas afeições não se despedaçam sem mais esperanças. (Cap. IV, n° 18; Cap. V, n°21.)






63. Prece. - Digna-te, ó meu Deus, de acolher, benévolo, a prece que te dirijo pelo Espírito N... Faze-lhe entrever as claridades divinas e torna-lhe fácil o caminho da felicidade eterna. Permite que os bons Espíritos lhe levem as minhas palavras e o meu pensamento.


Tu, que tão caro me eras neste mundo, escuta a minha voz, que te chama para te oferecer novo penhor da minha afeição. Permitiu Deus que te libertasses antes de mim e eu disso me não poderia queixar sem egoísmo, porquanto fora querer-te sujeito ainda às penas e sofrimentos da vida. Espero, pois, resignado, o momento de nos reunirmos de novo no mundo mais venturoso no qual me precedeste.


Sei que é apenas temporária a nossa separação e que, por mais longa que me possa parecer, a sua duração nada é em face da ditosa eternidade que Deus promete aos seus escolhidos. Que a sua bondade me preserve de fazer o que quer que retarde esse desejado instante e me poupe assim à dor de te não encontrar, ao sair do meu cativeiro terreno.


Oh! quão doce e consoladora é a certeza de que não há entre nós mais do que um véu material que te oculta às minhas vistas! de que podes estar aqui, ao meu lado, a me ver e ouvir como outrora, senão ainda melhor do que outrora; de que não me esqueces, do mesmo modo que eu te não esqueço; de que os nossos pensamentos constantemente se entrecruzam e que o teu sempre me acompanha e ampara.

Que a paz do Senhor seja contigo


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PRECE DE CÁRITAS


Deus, nosso Pai, que sois todo Poder e Bondade, daí a força àqueles que passam pela provação, daí a luz àquele que procura a verdade, ponde no coração do homem a compaixão e a caridade.

Deus! Daí ao viajor a estrela guia, ao aflito a consolação, ao doente o repouso.

Pai! Daí ao culpado o arrependimento, ao Espírito a verdade, à criança o guia, ao órfão o pai.

Senhor! Que vossa bondade se estenda sobre tudo que criastes.

Piedade, Senhor, para aqueles que vos não conhecem, esperança para aqueles que sofrem.

Que a vossa bondade permita aos Espíritos consoladores espalharem por toda parte a paz, a esperança e a fé.

Um só coração, um só pensamento subirá até vós, como um grito de reconhecimento e de amor.

Como Moisés sobre a montanha, nós vos esperamos com os braços abertos, oh! Bondade, oh! Beleza, oh! Perfeição, e queremos de alguma sorte merecer a vossa misericórdia.

Deus! Daí-nos a força de ajudar o progresso a fim de subirmos até vós; daí-nos a caridade pura, daí-nos a fé e a razão; daí-nos a simplicidade que fará das nossas almas o espelho onde se refletirá a Vossa Imagem.



NOTAS:
(1) Orações extraídas do livro "Evangelho segundo o Espiritismo", FEB

(2) Números que precedem as orações são os mesmos contidos no livro acima.



(3) Prece de Cáritas, extraída do livro "Preces", FEB.


(4)Nota da Editora à 28.ª edição, em 1973: “Esta prece foi extraída da obra francesa “Rayonnements de Ia Vie Spirituelle”, psicografada pela médium Mme. W. Krell, publicada em Bordéus, em 1873, contendo mensagens de Musset, Lamartine, E. Pöe, Espírito de Verdade, Hahnemann, Éraste, Mélanchthon e outros, inclusive trabalhos diversos do mesmo Espírito Carita (Cáritas).


No quarto parágrafo do original francês há uma palavra que foi necessariamente suprimida mais tarde — aujourd’hui (hoje) —, por se tratar de alusão direta ao dia de Natal, no qual foi a prece ditada.

Eis o parágrafo aludido: “Piété, mon Dieu, pour celui qui ne vous connaît pas, espoir pour celui qui souffre! Que votre bonté permette aujourd’hui aux esprits consolateurs de répandre partout Ia paix, l’espérance et la foi!” Para outros detalhes, vide “Reformador” de 1972, páginas 37/8.



quarta-feira, 24 de agosto de 2011

O amor para os Românticos.

Oração de São Francisco de Assis


Senhor, fazei-me instrumento de vossa paz.

Onde houver ódio, que eu leve o amor;

Onde houver ofensa, que eu leve o perdão;

Onde houver discórdia, que eu leve a união;

Onde houver dúvida, que eu leve a fé;

Onde houver erro, que eu leve a verdade;

Onde houver desespero, que eu leve a esperança;

Onde houver tristeza, que eu leve a alegria;

Onde houver trevas, que eu leve a luz.

Ó Mestre, Fazei que eu procure mais

Consolar, que ser consolado;

compreender, que ser compreendido;

amar, que ser amado.

Pois, é dando que se recebe,

é perdoando que se é perdoado,

e é morrendo que se vive para a vida eterna

Algumas explicações sobre a Fé Bahá’í


Os bahá’ís consideram sua Fé a renovação de toda religião profética. A revelação é progressiva. Cristo expressou este conceito ao dizer: "Ainda tenho muitas coisas que vos dizer mas vós não as podeis suportar agora, porém quando vier aquele Espírito da Verdade, ele vos guiará em toda a verdade." Cristo, como também os outros Instrutores divinos, prometeu a vinda de um Outro que guiaria mais uma vez Seus filhos...

O bahá’í vê todas as grandes religiões proféticas como partes de um plano divino para educar o homem a fim de que ele possa por sua vez levar avante "uma civilização que há de evoluir sempre." Desde Abraão, cada Educador Divino tem trazido uma mensagem na qual se destaca algum princípio necessário, e cada vez se reiteram certos preceitos básicos por serem estes sempre verdadeiros, sempre vitais ao bem-estar do homem. Moisés trouxe uma mensagem- de justiça, Buda ensinou a renúncia, Jesus o amor, Maomé a submissão. Hoje, o Autor da Fé Bahá’í traz a mensagem da unidade. Mas através de todas essas mensagens se percebe a Regra de Ouro, segundo a qual todos os homens são irmãos, filhos de um só Deus.

É óbvia a razão porque o Criador tem enviado uma série de Mensageiros. Assim como a criança no jardim de infância não está pronta para enfrentar a álgebra, também os homens no tempo de Jesus estavam longe de poder compreender o conceito de um só mundo. Naquele tempo, os meios de comunicação rápida não haviam ligado as nações. À medida que as condições mudam, deve a religião adaptar-se. E quando a religião declina, tem que ser revitalizada. Somente Deus pode efetuar a transformação.

Essa transformação deverá ter início no coração dos homens do mundo inteiro. O ensino religioso só pode ter efeito se se educam os corações. Nosso Criador funciona através dos homens; são eles Seus instrumentos para criar novos padrões de ação, devendo, pois, evoluir. Urge haver homens de coração maduro, bem como de mente madura. O bahá’í acredita ser possível transformar-se a natureza humana, podendo-se enobrecê-la quando o homem se sujeita espontânea e conscientemente à Vontade Divina.

Disforme era a humanidade à qual Bahá’u’lláh se dirigiu, aleijada de mente e espírito, e Ele proveu a cura. Na receita que ofereceu, a vida pessoal deve imbuir-se de um grande fluxo de amor e compreensão. Quando não podemos amar um indivíduo por suas características pes-soais, devemos apreciá-lo por amor a Deus. Todo homem é filho do Criador. Deve ser nosso objetivo ver a face de Deus – falando figuradamente – em toda criatura humana...

Estes ensinamentos podem ser melhor compreendidos à luz de uma breve história da Fé Bahá’í Mundial. Não deve causar admiração o fato de não se haver anunciado em todo o mundo o nascimento da Fé. Jesus não figurou em cabeçalhos no Seu tempo. H. G. Wells observou com acerto que os primórdios do renascimento religioso "nunca são conspí-cuos." No dia 23 de maio de 1844, um jovem persa de vinte e cinco anos de idade, que viria a ser conhecido como o Báb, anunciou Sua missão: a de preparar o caminho para "Aquele que Deus tornaria manifesto", e de introduzir certas reformas vitais. À medida que o número de Seus adeptos crescia, o clero maometano se alarmava. Após apenas seis anos de ensino, Ele foi martirizado publicamente por ordem desse clero. Já cumprira, porém, Sua missão. Assim como João Batista preparou os corações e as mentes para o advento de Jesus, também o Báb abriu o caminho para a vinda de Bahá’u’lláh ("Glória de Deus").

Nascido numa família da alta nobreza da Pérsia, em 1817, Bahá’u’lláh deveria ter seguido os passos de Seu pai, que era Ministro de Estado do Xá, porém a isso renunciou. Ainda criança, mostrava sabedoria e bondade extraordinárias. Mais tarde, abraçou os ensinamentos do Báb sem receio das conseqüências, seguindo-se resultados catastróficos: a bastonada, a confiscação de Suas proprie-dades, longos anos de encarceramento e exílio.

No ano de 1863, pouco antes de Seu degredo de Bagdá à cidade de Constantinopla, Bahá’u’lláh disse aos adeptos que era Aquele Cuja vinda não só o Báb mas todos os Profetas haviam predito. Esta estupenda verdade se insuflara Nele num tempo de grande sofrimento físico. Seus adeptos receberam esta declaração com júbilo intenso. Muitas notabilidades, inclusive o governador de Bagdá, vieram prestar homenagens ao Prisioneiro antes de Sua partida. Finalmente, para afastarem Bahá’u’lláh das multidões que se sentiam tão atraídas a Ele e à Sua Mensagem, encarceraram-No na terrível colônia penal de Akká, na Palestina. Por muito tempo, muros espessos excluíram-No da natureza que Ele tanto amava.

O Professor Edward Granville Browne, da Universidade de Cambridge, única pessoa do Ocidente a visitar Bahá’u’lláh, conta-nos: "Desnecessário era perguntar em presença de quem eu me achava, enquanto me curvava ante Aquele que é objeto de uma devoção e um amor que os reis bem poderiam invejar e os imperadores suspirar em vão." Proferiu-lhe Bahá’u’lláh palavras de ânimo: "Só desejamos o bem do mundo e a felicidade das nações. Que todas as nações se unam na mesma fé e todos os homens se tornem irmãos; que se fortaleçam os laços de afeto e união entre os filhos dos homens, cesse a divergência de religião e se anulem as diferenças de raça. Que mal há nisso? E assim há de ser: essas lutas infrutíferas, essas guerras ruinosas passarão e a Maior Paz virá. ... Não se vanglorie o homem de amar a pátria; antes, tenha ele glória em amar sua espécie."

Não permitindo que exílio e encarceramento Lhe sustassem a pena, Bahá’u’lláh escreveu longas epístolas aos governantes do mundo ocidental, exortando-os ao caminho da paz. Foi autor de muitos livros que abrangem inúmeros assuntos. Segundo seu conceito, a religião é uma atitude para com Deus que se reflete em nossa vida de todo dia. Assim Seus Escritos tratam da ética e moral, da fé em Deus, das relações humanas, da prece e da meditação; interpretam os Ensinamentos religiosos anteriores e as profecias do futuro; discorrem sobre a economia política, a educação e as relações entre as raças... Embora seja estupenda a pretensão de Bahá’u’lláh — a de ser o Prometido de todos os tempos, o Espírito da Verdade predito por Jesus — Sua sublime Mensagem, segundo a expõem esses Escritos, sustenta a pretensão.

Com o falecimento de Bahá’u’lláh em 1892, Seu filho mais velho, ’Abdu’l-Bahá, tornou-se Seu intérprete autorizado da nova Fé. ’Abdu’l-Bahá visitou a América em 1912, difundindo a Mensagem de Bahá’u’lláh de costa à costa numa "tournée" histórica. Na Última Vontade e Testamento, ’Abdu’l-Bahá nomeia Seu neto, Shoghi Effendi, como o Guardião da Fé Bahá’í. Shoghi Effendi faleceu em 1957.

Vinte mil martírios não lograram sustar a influência dos novos Ensinamentos que vieram então a abranger o globo e são apreciados desde Egedesminde, na Groelândia, até Magalhães do Chile, a cidade mais próxima do Pólo Sul. Bahá’ís já se estabeleceram em mais de 150.000 centros em 300 países e territórios. Há represen- tantes de raças, entre elas sudaneses da África, esquimós no Alaska e maoris na Nova Zelândia; as origens religiosas são muitas; traduziu-se a literatura para mais de 800 idiomas. Desde as ilhas de Fiji no Pacífico, do Japão e da Índia até a Alemanha e a Grã-Bretanha, onde quer que os bahá’ís se encontrem, corações e mentes associam-se em harmonia. Representantes da Comunidade Internacional Bahá’í ocupam atualmente lugares como delegados e observadores com status consultivo em diversos organismos das Nações Unidas, como a UNICEF, ECOSOC, UNEP e outros, convocados para selecionadas organizações não-governamentais.

As atividades bahá’ís coordenam-se harmoniosamente dentro de um sistema administrativo que é tão simples quanto eficaz. Não havendo clero, é dever dos bahá’ís ensinarem a Fé e trabalharem onde quer que haja necessidade. Há bahá’ís isolados, outros em grupos; servem nos comitês, nas comunidades, nas Assembléias Locais, ou nas Assembléias Nacionais, ou na Casa Universal de Justiça. Não existe facção; tomam decisões após preces e consulta franca, com espírito de amor. Aqueles eleitos aos vários cargos têm as respectivas responsabilidades em virtude de mérito, a ninguém tendo de responder senão a Deus. Deste modo consegue-se unidade em meio a grande diversidade.

Nesta Fé os homens vêem cumprirem-se as profecias, quase em nossos dias; acham a solução para seus problemas, respostas às suas preces; e paz de espírito e de coração. Os aspectos pessoais da Fé satisfazem o indivíduo; seus aspectos sociais haverão de curar uma civilização.

Quem deseja conhecer a Fé Bahá’í deve lembrar-se de que esta Fé não somente é um vibrante apelo para a paz mundial, mas também convoca a todos poderosamente para Deus. A Palavra de Deus exorta o homem neste versículo de Palavras Ocultas: "Volve tua face para a Minha e renuncia a tudo menos a Mim; pois Minha soberania dura e Meu domínio não perece. Se buscares a outro senão a Mim, ainda que procures no universo para todo o sempre, em vão será tua busca.

A oração na vida de Dorothy Baker



Muitos bahá’ís, na história da Fé, foram exemplos inesquecíveis e realmente extraordinários do que o poder da ORAÇÃO pode fazer por uma pessoa.


Dorothy Baker, que escolhemos para ilustrar como um exemplo vivo e insofismável do que pode significar a oração na vida de alguém, é realmente uma dessas bahá’ís cuja vida será lembrada pela eternidade como um anjo de luz que Bahá’u’lláh escolheu para servir Sua Causa em todos os Reinos de Deus


Dorothy Baker nasceu nos Estados Unidos, em 1898, na cidade de Lima, Ohio, onde também nasceram alguns bahá’ís famosos no Brasil. O casal Edmund e Muriel Miessler, e seus filhos Margot e Bob Miessler.


Em 1937 foi eleita para a Assembléia Espiritual Nacional daquele país, onde trabalhou até ser indicada por Shoghi Effendi, em 1951, Mão da Causa de Deus.


Foi uma oradora inigualável. Falou a milhares e milhares de pessoas, em especial para estudantes universitários e colegiais nos Estados Unidos, em mais de mil palestras que deu durante vários anos. Viajou pelo mundo inteiro, inclusive visitando o Brasil nos anos quarenta. Sua filha, Dorothy Freeman, escreveu um lindo e extraordinário livro biográfico sobre Dorothy Baker, intitulado "From Copper to Gold" ("Do cobre ao Ouro") publicado em inglês em 1984, do qual extraímos alguns trechos, publicados a seguir.


Dorothy Baker faleceu em 1954, num desastre aéreo, quando viajava de Roma para Londres após uma longa viagem de ensino pela África e Índia. O avião em que viajava, um Comet, que ela tanto gostava, explodiu no ar sobre o Mediterrâneo.


Os textos seguintes são traduzidos do livro em questão. São testemunhos de pessoas que conviveram com Dorothy e relatam fatos realmente maravilhosos, extraordinários até, sobre essa querida Mão da Causa.


Gene Pritchard, fez algumas anotações de palestras de Dorothy Baker em Rice Lake, 1941, sobre a ORAÇÃO:


"Ore até sentir o contato íntimo com algo especial. Então fique atento. Deus abrirá a porta. Devemos saber qual é o primeiro desejo de Deus. Ter uma paixão espiritual magnética. Falar, Ouvir o que o silêncio interior tem a nos dizer. Ouvir a Voz de Deus. Ansiar por algo intensamente abre o recesso do coração. Ter ardor e convicção. Lembre-se da graça da intercessão, pois é uma das forças criativas de Deus. Aqueles que ascenderam têm diferentes atributos, mas não existe separação real. O reino da misericórdia não é entendido completamente. A força que impulsiona nosso progresso é o grau de desapego, da vida consagrada, da profundidade da convicção e devoção. A profundidade de nosso contato com Deus revela o grau de nossa firmeza e fé. Servitude é a essência do movimento. Ore em voz alta, de forma que seu corpo seja envolvido pela oração. Isso ajuda na concentração. Existe sempre companhia divina na solitude. Uma alma nunca está só. Devemos ser sempre conscientes de Deus. "Estou longe de Ti, mas Tu estás próximo de mim." - Deus está mais próximo de nós do que nossas próprias mãos e pés. Mais próximo até que nossa respiração. A alegria é a água da vida, a causa da vivificação... A alegria aparece primeiro na vida que é inspirada, então afeta a vida dos outros... Todo lar onde existe oração é o jardim de Deus. Você pode perder contato depois de se ter entregue a Deus, através dos véus e nuvens de sua própria imaginação, se não orar todos os dias. Se sentir nuvens sobre você, use a Epístola de Ahmad. Ela nunca falha. Se existia alguma parede intransponível, Martha Root usava a Epístola de Ahmad nove vezes. "Busca, ó servo de Deus, esta luz até que permaneça em alegria ilimitada." Busque condições que sejam eternas. Se a cura é o melhor, certamente será concedida. Remédios e orações não são contraditórios. A lei da oração é superior... As orações de uma alma não penetram os véus do Reino se não houver pureza de intenção de quem ora. Use a Epístola de Ahmad muitas vezes para alcançar efeitos que você é capaz de fazer para confirmar outras almas. Não desperdice seu destino. Peça a Deus para usar você. "Levanta-te para aquilo para o que fostes criado." Este é o Dia de Deus. Realizemos algo na vida, mesmo que pequeno. Através de nossas ações podemos recriar vidas. Quando você ora, primeiro de tudo saiba que está na presença do Todo-Poderoso. Então ore com total desapego." "Antes de falar a grandes audiências, Dorothy dizia que seus joelhos tremiam ao se aproximar das portas dos grandes auditórios e colégios onde falou, mas recitava a Epístola de Ahmad várias vezes. E quando, finalmente se dirigia ao público na platéia, sentia um poder espiritual tão grande como se fosse uma forte ventania que passava por ela e que fazia com que milhares de pessoas ficassem ajoelhadas diante do Bem-Amado. Isso mostrava que ela se tornara totalmente desapegada e falava somente depois que Ele houvesse falado."


Depoimento de Helen Archmvault, bahá’í de Boston


Testemunho de Dorothy Campbell Rougeou:


"Em janeiro de 1942, fui convidada para uma palestra bahá’í em Jackson, Mississipi. Nunca ouvira falar da Fé, nada sabendo sobre seus ensinamentos. As senhoras que me receberam à porta do salão eram muito atenciosas... Pareciam tão tranqüilas e felizes, embora demonstrando grande dignidade e reverência. Então, uma linda mulher, loira e alta, foi apresentada como a oradora da noite - a Sra. Dorothy Baker - e ela disse que gostaria de começar a reunião com uma oração de Bahá’u’lláh, o Fundador da Fé Bahá’í. Estávamos todas sentadas e após a oração ter se iniciado senti um forte tremor em todo o corpo, que tive de segurar-me à poltrona para poder controlar-me. Meu primeiro pensamento foi que sentira uma forte calafrio, sem importância. Mas quando a oração foi encerrada, o tremor continuou. Fiquei tão trêmula que nem me lembro de tudo que ela falou. Sei que antes de concluir disse que os Bahá’ís acreditam tratar-se da Palavra de Deus para os dias de hoje, e como sempre acontece com a Palavra criativa de Deus, tinha o poder de modificar nossas vidas. Ela nos desafiou a adquirirmos um livro de orações bahá’ís, lermos trechos deles todos os dias durante duas semanas, e então iríamos nos sentir diferentes, não querendo jamais deixar de ler as orações. Como boa batista que era, jamais lera um livro de orações em minha vida, mas achei o desafio tão extraordinário que adquiri um livro e lí-o diariamente como ela falou. Reconheci ser verdade o que falara. Depois de duas semanas jamais parei de ler as orações. Descobri também que havia me transformado. Meu coração ficara purificado das emoções negativas que tinha. Estava pronta para estudar os ensinamentos bahá’ís. Depois de alguns meses de leitura intensiva, de estudo e orações, aceitei a Fé..." Nota : Em 1950, Dorothy Campbell mudou-se para a América do Sul para ajudar no crescimento da Fé nesta parte do mundo. Sua folha de serviços à Fé inclui a participação como membro de várias Assembléias Espirituais Nacionais da América do Sul, em muitas delas como secretária. Retornou aos Estados Unidos em 1973.


Testemunho da Sra. Javidkht Khádem, esposa do Mão da Causa de Deus, Sr. Dhikru’lláh Khádem, de saudosa memória:


"Dorothy Baker disse que eu deveria ficar com ela, e então fui para sua casa em Lima, Ohio. Disse-me ter um itinerário pronto para mim, para diversos firesides na área onde ela costumava dar palestras. Todos os dias alguém me pegava e me levava para um dos firesides. Eu era muito tímida... mas a cada dia sentia-se mais confiante e feliz. Ao final do décimo ou décimo-primeiro dia de minha estada com ela, Dorothy teve de ir à reunião da Assembléia Espiritual Nacional. E eu gostaria de visitar meu irmão que morava em Chicago. Ela disse: "Vamos no meu carro." No caminho, disse-me: "Tenho tantas coisas a fazer e não tenho tempo. Por favor, leia para mim estas cartas que recebi e anote no verso delas o que devo responder." Fiz as anotações de cada uma das cartas, como ela me dizia para escrever. Em meio a essas atividades, ela disse: "Lembrei-me que tenho de fazer algo que estava esquecendo. Prometi orar por Elsie Austin, pois ela deseja ir de pioneira para a África e as portas estão fechadas. Quer me ajudar? "Eu disse: - Sim, certamente." Eu não sabia o que ela queria. Disse-me: "Desejo dizer a oração para a Remoção de Dificuldades 95 vezes." Foi dizendo o oração bem devagar, e à cada palavra lágrimas corriam de seus olhos. Nunca passei por uma experiência igual. As lágrimas cobriam sua face e escorriam sobre sua roupa. Nem mesmo contei quantas vezes ela disse a oração, mas quando terminou parou o carro ao lado da estrada e desmaiou." Abri a porta do carro e chamei: "Dorothy, Dorothy, por favor!" Depois de uns 10 minutos, ela abriu os olhos, e estava tão feliz. Disse-me: "Lamento, querida, que te preocupei tanto." Perguntei a ela: "Esta é a forma como você ora sempre?" Ela respondeu: "Existe outra forma?". "Você faz suas orações sempre assim? Faz as Orações Obrigatórias todos os dias dessa forma?" perguntei. Ela respondeu: "Você não leu que deve esperar até sentir-se bem espiritual? Todas as manhãs faço muitas orações, de forma a poder tornar-me bem espiritual ao ponte de poder dizer minha Oração Obrigatória." Esta foi minha viagem com Dorothy Baker."


O falecimento de Dorothy Baker foi também uma lição de vida e ensino da Fé. E até do Reino de Abhá ela deu provas de sua existência em outro plano de vida e da continuidade de seu trabalho como bahá’í.. Leiam as narrativas seguintes, do mesmo livro "From Copper to Gold".


"Um pescador da ilha italiana de Elba, de nome Giovanni di Marco, estava em seu barco, bem ao sul da ilha, quando ouviu o som de um avião, que não podia ver, pois estava voando mais alto que as nuvens. De repente, ouviu três explosões, uma após a outra, bem rápidas. Por um momento, tudo ficou silente. Então, várias milhas ao longe, viu algo prateado caindo das nuvens. Saia fumaça dele. Chocou-se contra o mar, levantando uma grande nuvem de água. Novamente fez-se um silêncio profundo. Na praia, alguns dias mais tarde, uma valise de mão foi encontrada, que pertencia a um dos 28 passageiros do Comet. Dentro dela havia um folheto sobre a Fé Bahá’í. Mesmo em seus últimos instantes, Dorothy estava ensinando."


Era 10 de janeiro de 1954. O vôo do Comet deixara Roma, rumo a Londres, às 9:31 da manhã. Pouco depois explodia e mergulhava na Mar Mediterrâneo. Muitas pessoas sonharam com Dorothy após o acidente. Narrativas impressionantes, provas cabais de que continuou viva, só que em outro plano de vida. Falou às pessoas em sonhos. Uma amiga relatou o seguinte:


"Sonhos são uma realidade diferente. Dorothy mostrou-se viva no reino do sonho. A mim, disse: "Eu nunca caí. Dirigi-me diretamente aos braços de meu Senhor."


Uma das provas mais extraordinárias da sobrevivência espiritual de Dorothy, e da continuidade de seu trabalho bahá’í no reino invisível, é a seguinte narrativa da Sra. Glória Faizi, hoje viúva do querido Mão da Causa, Sr. Abu’l-Qasim Faizi.


A autora do livro From Copper to Gold, assim escreveu o que foi testemunhado pela Sra. Glória Faizi, na época vivendo como pioneira na Arábia com sua família. "Logo após o acidente, visitou uma amiga árabe que tinha perdido uma filha no mesmo acidente aéreo, quando regressava à Inglaterra para reiniciar seus estudos. Quando A Sra. Faizi chegou, a amiga recebia muitos amigos, que a confortavam. Todos choravam. Parecia não haver como falar com ela a sós. A Sra. Faizi simplesmente lhe deu um exemplar do livreto "Porta Aberta", com textos bahá’ís sobre a vida após a morte e rapidamente disse-lhe algumas palavras de conforto. Alguns dias depois, a senhora em questão contatou Glória Faizi. Disse-lhe que o livreto tinha sido a única fonte de conforto espiritual, e pediu que Glória a visitasse. As duas senhoras falaram durante algum tempo sobre a Fé Bahá’í. Então, a Sra. Faizi falou à enlutada mãe que alguém também muito preciosa havia falecido no mesmo acidente aéreo que levara sua filha, e mostrou-lhe uma fotografia de Dorothy Baker. Ao ver a foto, a senhora tomou-a nas mãos e disse:


"Mas eu conheço essa mulher... esta é a pessoa que veio me ver em sonhos por várias noites e que me dizia: ‘Não lamentes por sua filha. Ela está muito feliz. Ela está comigo e estou tomando conta dela.’"

ORAÇÃO

O que é Oração?

Porque devemos orar?

Qual deve ser nossa motivação ao orar?

Prece, a linguagem do amor
A atitude de devoção
As condições da oração
A eterna busca da comunhão com o Criador
A necessidade de um mediador
A importância da oração
Textos do Antigo Testamento sobre orações - Judaísmo
Textos do Novo Testamento sobre orações - Cristianismo
Textos da Fé Bahá'í sobre orações
A importância da meditação sobre as Palavras de Deus
Ele ora por Seus servos
A salvação das calamidades, por John Esslemont
Palavras de 'Abdu'l-Bahá sobre orações
Palavras dos Santos sobre o poder da oração


 Orações para todos os momentos da vida


A Oracão do Pai Nosso

Oração para todos os lugares

Orações para o amanhecer

Orações para pedir a ajuda divina

Orações para o beneplácito de Deus

Orações para as crianças

Orações para desprendimento

Orações para louvar e agradecer a Deus

Orações para firmeza no Convênio de Deus

Orações para a Juventude

Orações para a Unidade das pessoas e dos povos

Orações para pedir perdão a Deus por nossas faltas

Orações para aquisição de qualidades espirituais

Orações para enfrentar provações e dificuldades

Oração pelos Mortos

Orações para a Cura

Orações para Proteção

Orações para Firmeza e Constância

Orações pela Unidade da Humanidade

Oração de São Francisco de Assis

Uma breve explicação sobre a Fé Bahá'í

A Oração na vida de Dorothy Baker

quinta-feira, 18 de agosto de 2011

ESTE DIA

Este dia é o seu melhor tempo, o instante de agora.

Se você guarda inclinação para a tristeza, este é o ensejo de meditar na alegria da vida e de aceitar-lhe a mensagem de renovação permanente.
Se a doença permanece em sua companhia, surgiu a ocasião de tratar-se com segurança.

Se você errou, está no passo de acesso ao reajuste.
Se esse ou aquele plano de trabalho está incubado em seu pensamento, agora é o momento de começar a realizá-lo.
Se deseja fazer alguma boa ação, apareceu o instante de promovê-la.

Se alguém aguarda as suas desculpas por faltas cometidas, terá soado a hora em que você pode esquecer qualquer ocorrência infeliz e sorrir novamente.
Se alguma visita ou manifestação afetiva esperam por você chegou o tempo de atendê-las.

Se precisa estudar determinada lição, encontrou você a oportunidade de fazer isso.
Este dia é um presente de Deus, em nosso auxílio; de nós depende aquilo que venhamos a fazer com ele.



André Luiz





EM VIAGEM

"Procurar conhecer as disposições legais que regem o País que visita e a elas obedecer.
Esquivar-se de partilhar preconceitos ou dissensões que encontre, mas respeitar os sentimentos de cada pessoa com a qual se veja em contato, tentando auxiliá-la pela prestação de serviço.
Fugir da exibição pessoal.
Guardar discrição e simplicidade.
Acatar os sistemas de trabalho espiritual que observe diferentes daqueles a que se afeiçoe.
Evitar críticas e discussões.
Furtar-se de comprometer a Doutrina Espírita em quaisquer atitudes, mormente aquelas que se relacionem com o interesse próprio.
Negar-se à participação de negócios clandestinos, ainda mesmo aqueles que apareçam mascarados de legalidade, a pretexto de melhorar a posição financeira.
Estudar a língua e os costumes do País visitado, para ser mais útil.
Recusar-se a fazer comparações pejorativas, suscetíveis de humilhar os seus anfitriões.
Omitir adjetivos vexatórios em se referindo a personalidades, situações, casos e coisas da nação que o recebe.
Silenciar anedotas e aforismos de mau gosto.
Não opinar em torno das dificuldades da região que pisa, sem minucioso
conhecimento das causas que a produziram.
Não criar problemas.
Tanto quanto possível, evitar dívidas de ordem material por onde passe.
Nunca bajular e e nem deprimir.
Jamais escarnecer dos hábitos e crenças do País em que esteja.
Abster-se da preocupação de doutrinar, embora deva estar pronto para dizer a boa palavra ou o conceito justo da Doutrina Espírita, capazes de semear renovação e elevação nos ouvintes.
Não querer superioridades para a sua pátria de origem e nem diminuí-la com alusões impensadas.
Abolir a palavra "estrangeiro" da sua linguagem e tratar os filhos de outros povos, por verdadeiros irmãos."
("Pontos Fundamentais para o Espírita em Viagem")

Exu

Dia da Semana: Segunda-feira.
Cores: Preto e vermelho.
Comida: Farofa de dendê, cachaça e mel.
Saudação: Kobá Laroê! Oxeturá L'orukó Ayiabá Tiwó.
Domínio: Porteiras e Encruzilhadas.




Exú ou Esú (em Yorubá) é a divindade da fertilidade, (Crescei e multiplicai-vos). É o regulador do cosmos, aquele que esteve no nosso planeta desde o princípio, que coloca barreiras e traça os caminhos a serem seguidos.


Erradamente comparado ao Diabo Católico no Brasil , Exu é na verdade o intermediário entre os seres humanos e o mundo astral. Segundo Olga Cacciatore em Dicionário dos Cultos Afro-Brasileiros, ele é o elemento dinâmico de tudo o que existe e o princípio da comunicação e expansão. é também o princípio da vida individual. Não é dele a responsabilidade de decidir sobre o certo ou o errado do que lhe é pedido pelos seres humanos, já que a estes foi dado o livre-arbítrio.


Tamanha é a importância de Exu em suas funçôes de contato entre o real e o supra-real, que é este o responsável em transmitir a resposta dos orixás ao Babalorixá na leitura de Búzios, assim como é dele a função de abrir caminho para a entrada dos eguns no reino dos mortos e iniciar qualquer cerimônia, trabalho ou festa nos cultos afro-brasileiros.




Características dos filhos de Exu


Os filhos de Exu são alegres, sorridentes, estão sempre de bem com a vida, são ambiciosos, extrovertidos, espertos, inteligentes, atentos. Sabem como ninguém ser sociáveis e diplomáticos, pois conhecem o valor de uma boa amizade, fazem questão de manter o maior número possível de amigos.


Rapidamente, os filhos de Exu se tornam pessoas populares, amadas por uns, odiadas por outros. Extremamente dinâmicos, os filhos deste orixá não se desanimam nunca, mantêm sempre a certeza de que as coisas, mais cedo ou mais tarde, acabam por mudar a seu favor.


Pessoas com impressionante facilidade de comunicação, boa lábia, com charme conseguem tudo o que querem. Irônicas e perigosas, costumam manter uma vida sexual bastante agitada, sem pudores. São pessoas extremamente rápidas, que não pensam: fazem.


Os filhos de Exu possuem uma facilidade impressionante para entrar e sair de confusões, são do tipo que arma a bagunça, sai ileso e ainda se diverte com as consequências. Esquecem facilmente as ofensas, não guardam rancor, mas não perdem a oportunidade de se vingar. Gostam da rua, das festas e das conversas intermináveis, comportamento próprio de um orixá que é só alegria.

Obaluaiê / Omulu

Dia da Semana: Segunda-Feira


Cores: Branco, Preto e Vermelho ( Omulu )

Cores: Branco e Preto ( Obaluaiê )


Comida: Pipocas estouradas no Dendê, entregues no mato às segundas-feiras
Saudação: Atotô, Ajuberu, Axê!
Domínio: Ruínas, sarcófagos, estradas, cemitérios, caminhos e sol




O Grande Deus da Morte, que pode evitá-la quando bem entender, é chamado também de Xapanan ou Omulu Orogbô.

Diz-se que ele e sua mãe Nanan Buruku, seriam oriundos do Mahin( na realidade de Late, em Gana) e que como divindades, foram incorporados ao culto yorubá no Brasil. Por esta razão, seus "pejis", locais consagrados a estes orixás ficam reunidos numa mesma cabana, separados dos outros deuses.

Segundo a Lenda, Obaluayiê teria levado seus guerreiros aos quatro cantos do Mundo e as suas flechas tornavam as pessoas cegas, surdas ou mancas. Ao chegar ao Dahomé, um Babalawô teria revelado a forma de acalmar sua fúria, com oferendas de pipocas. Tranquilizado pelas atenções recebidas, o orixá mandou construir um palácio, onde passou a morar e a ser chamado de Sapakta, O Ajuberú(O Senhor Implacável)

Características dos filhos de Obaluaiê/Omulu


Os filhos de Omulu são pessoas extremamente pessimistas e teimosas que adoram exibir os seus sofrimentos, daqueles que procuram o caminho mais longo e difícil para atingir algum fim.

Deprimidos e depressivos, são capazes de desanimar o mais otimista dos seres; acham que nada pode dar certo, que nada está bom. Às vezes, são doces, mas geralmente possuem manias de velho, como a rabugice.

Gostam da ordem, gostam que as coisas saiam da maneira que planearam. Não são do tipo que levam desaforo para casa e se sentirem ofendidos respondem no ato, não importa a quem. Pensam que só eles sofrem, que ninguém os compreende. Não possuem grandes ambições.

Podem apresentar doenças de pele, marcas no rosto, dores e outros problemas nas pernas. São pessoas sem muito brilho, sem muita beleza. São perversos e adoram irritar as pessoas; são lentos, exigentes e reclamam de tudo.

São reprimidos, amargos e vingativos. É difícil relacionar-se com eles. Parece que os filhos de Óvulo são pessoas que possuem muitos defeitos e poucas qualidades, mas eles têm várias, e uma qualidade pode compensar qualquer defeito: são extremamente prestáveis e trabalhadores. São amigos de verdade.

Oxumaré

DIA: Terça-feira


CORES: Amarelo e verde (ou preto) e todas as cores do arco-íris


SÍMBOLOS: Ebiri, serpente, círculo, bradjá.


ELEMENTOS: Céu e terra


DOMÍNIOS: Riqueza, vida longa, ciclos, movimentos constantes.


SAUDAÇÃO: A Run Boboi!!!






Oxumaré (Òsùmàrè) é o orixá de todos os movimentos, de todos os ciclos. Se um dia Oxumaré perder suas forças o mundo acabará, porque o universo é dinâmico e a Terra também se encontra em constante movimento. Imaginem só o planeta Terra sem os movimentos de translação e rotação; imaginem uma estação do ano permanente, uma noite permanente, um dia permanente. É preciso que a Terra não deixe de se movimentar, que após o dia venha a noite, que as estações do não se alterem, que o vapor das águas suba aos céus e caia novamente sobre a Terra em forma de chuva. Oxumaré não pode ser esquecido, pois o fim dos ciclos é o fim do mundo.


Oxumaré mora no céu e vem à Terra visitar-nos através do arco-íris. Ele é uma grande cobra que envolve a Terra e o céu e assegura a unidade e a renovação do universo.
Filho de Nanã Buruku, Oxumaré é originário de Mahi, no antigo Daomé, onde é conhecido como Dan. Na região de Ifé é chamado de Ajé Sàlugá, aquele que proporciona a riqueza aos homens. Teria sido um dos companheiros de Odudua por ocasião de sua chegada a Ifé.


Dizem que Oxumaré seria homem e mulher, mas, na verdade, este é mais um ciclo que ele representa: o ciclo da vida, pois da junção entre masculino e feminino é que a vida se perpetua. Oxumaré é um Orixá masculino.


Oxumaré é um deus ambíguo, duplo, que pertence à água e à terra, que é macho e fêmea. Ele exprime a união de opostos, que se atraem e proporcionam a manutenção do universo e da vida. Sintetiza a duplicidade de todo o ser: mortal (no corpo) e imortal (no espírito). Oxumaré mostra a necessidade do movimento da transformação.


Omulu é o irmão mais velho de Oxumaré, mas foi abandonado por sua mãe por ter nascido com o corpo coberto de chagas. Em tempo, não se pode condenar Nanã por esse até, já que era um costume, quase uma obrigação ritual da época, que se abandonassem as crianças nascidas com alguma deformidade. O deus do destino disse a Nanã que ela teria outro filho, belíssimo, tão bonito quanto o arco-íris, mas que jamais ficaria junto dela. Ele viveria no alto, percorreria o mundo sem parar. Nasceu Oxumaré.


Oxumaré que fica no céu
Controla a chuva que cai sobre a terra.
Chega à floresta e respira como o vento.
Pai venha até nós para que cresçamos e tenhamos longa vida.










Características dos filhos de Oxumaré


São pessoas que tendem à renovação e à mudança. Periodicamente mudam tudo na sua vida (de maneira radical): mudam de casa, de amigos, de religião, de emprego; vivem rompendo com o passado e buscando novas alternativas para o futuro, para cumprir seu ciclo de vida: mutável, incerto, de substituições constantes.


São magras. Como as cobras possuem olhos atentos, salientes, difíceis de encarar, mas ‘não enxergam’. São pessoas que se prendem a valores materiais e adoram ostentar suas riquezas; São orgulhosas, exibicionistas, mas também generosas e desprendidas quando se trata de ajudar alguém.
Extremamente ativas e ágeis, estão sempre em movimento e ação, não podem parar.


São pessoas pacientes e obstinadas na luta pelos seus objetivos e não medem sacrifícios para alcançá-los. A dualidade do orixá também se manifesta nos seus filhos, principalmente no que se refere às guinadas que dão nas suas vidas, que chegam a ser de 180 graus, indo de um extremo a outro sem a menor dificuldade. Mudam de repente da água para o vinho, assim como Oxumaré, o Grande Deus do Movimento.

Nanã

Dia da Semana: Terça-feira
Cores: Violeta, azul e branco rajado
Comida: Feijão fradinho cozido com mel
Saudação: Saluba Nanan, Axé!
Domínio: Pântanos, igapós, charcos, lama












Divindade exclusiva da cultura Fanti-Ashanti, adotada posteriormente pela cultura yorubana. É a mais antiga Ayabá, originária da cidade de Late, em Gana. Nanan conserva consigo o segredo da criação do homem e da própria essência da vida, representando a memória transcedental do ser humano e seus antepassados. Sua origem lendária parece estar ligada aos povos que habitaram a África antes da chegada de Oduduwá. Por isso ela é a dona das águas paradas e dos pântanos, numa referencia às águas primordiais de onde Orunmilá criou a Terra. Nanan detêm o poder sobre os Eguns juntamente com Oyá e é a mãe de Xapanan.




Características dos filhos de Nana Burukú


Os filhos de Nana são pessoas extremamente calmas, tão lentas no cumprimento das suas tarefas que chegam a irritar. Agem com benevolência, dignidade e gentileza. As pessoas de Nana parecem ter a eternidade à sua frente para acabar os seus afazeres; gostam de crianças e educam-nas com excesso de doçura e mansidão, assim como as avós. São pessoas que no modo de agir e até fisicamente aparentam mais idade.


Podem apresentar precocemente problemas de idade, como tendência a viver no passado, de recordações, apresentar infecções reumáticas e problemas nas articulações em geral.


As pessoas de Nana podem ser teimosas e “ranzinzas”, daquelas que guardam por longo tempo um rancor ou adiam uma decisão. Porém agem com segurança e majestade. As suas reacções bem equilibradas e a pertinência das suas decisões mantêm-nas sempre no caminho da sabedoria e da justiça.


Embora se atribua a Nana um carácter implacável, os seus filhos têm grande capacidade de perdoar, principalmente as pessoas que amam. São pessoas bondosas, decididas, simpáticas, mas principalmente respeitáveis, um comportamento digno da Grande Deusa do Daomé.

Revolução dos Cravos