quinta-feira, 26 de junho de 2014

As surreais e soturnas pinturas de Tomasz Alen Kopera

Tomasz Alen Kopera é um artista polonês que vive atualmente na Irlanda, produzindo magníficas pinturas a óleo com temas surreais. Tendo como inspiração a natureza humana e os mistérios do universo, o artista pretende com cada pintura motivar um pensamento, uma reflexão, um desafio. Às vezes o resultado tende para a escuridão, outras, para a luz. 

De qualquer modo, são recorrentes nas pinturas de Kopera os temas de união da natureza indomada e os agentes inteligentes que nela vivem, além de elementos divinos, seja mostrando elementais em forma de anjos cobertos de grama, ou um casal que se une em uma árvore com galhos ressecados, ou amantes feitos de pedra e fogo. Vale destacar também o uso das cores nas pinturas do artista, sempre com tons sóbrios, que dão uma impressão de "envelhecido" às imagens, como se elas pertencessem a tempos imemoriais.

Vejam as surreais e soturnas pinturas de Tomasz Alen Kopera:


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Abraço entre elementais de pedra e fogo

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Amantes surgidos de uma árvore

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Tentando escapar de um mar de pedra e morte

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O anjo meditando

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O anjo elemental coberto de vegetação verde tem um ninho no coração

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O anjo cuidando de uma criança e suas penas esvoaçantes

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Guarda chuva vermelho num bote, no meio de uma onda gigante no mar

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Escapando da fumaça e fogo

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O fogoso encontro dos amantes em meio a aridez da multidão de pedra.

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Beijo de fogo e pedra

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No primeiro encontro todos usam máscaras

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Almas gêmeas angelicais petrificadas com asas de vegetação vendo o por do sol

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O pássaro acorrentado às pedras

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Anjos de raízes formando um ninho para a pomba

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Anjo da luz e da escuridão

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Gigantescas mãos brotando do deserto de pedra e a vida brotando

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A porta que esconde o peito está trancada

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Água do mar nas mãos

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Do peito morto, uma árvore morta que serve de ninho para o renascimento

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Irmãos de terra numa luta mortal

Imagens via site de Tomasz Alen Kopera.

terça-feira, 24 de junho de 2014

Antônio , João e Pedro - Os três santos de Junho .

Antônio, santo casamenteiro com a fama de homem bonito; João Batista, um dos patronos do cristianismo; Pedro, o fundador da Igreja Católica. As comemorações dedicadas a esses três santos bonachões, todas no mês de junho, formam um dos mais alegres ciclos de festas populares no Brasil. Mas é bom saber: hoje cristãs, as festas juninas têm origem claramente pagã

Quem, numa noite fria de junho, não pulou fogueira, comeu canjica, bebeu quentão? Quem não dançou quadrilha, soltou rojão e subiu num pau-de-sebo? As festas juninas estão profundamente gravadas no imaginário de todos nós, brasileiros. Elas são os mais alegres e populares festejos de fundo religioso, sobretudo em cidades do interior e zonas rurais.
Organizadas ao redor de três santos benfazejos e bonachões – Santo Antônio, São João e São Pedro –, essas festas constituem um período único no qual ruas, clubes, igrejas, praças e escolas são enfeitados com bandeirolas multicoloridas e mastros com as figuras pintadas dos santos colocadas no alto. No Nordeste, sobretudo, junho é um mês musical, vivido ao som de canções sertanejas, baião, xaxado e forró. Duas cidades não medem esforços para promover o melhor São João do mundo: Caruaru (PE) e Campina Grande (PB).
É ao Sudeste, porém, que estão mais atreladas as origens das festas juninas. Aquele personagem de chapéu de palha, dente cariado, calça rancheira remendada e camisa xadrez é um típico caipira do interior paulista e mineiro. As comidas típicas também são da região: pé-demoleque (rapadura com amendoim), canjica, curau e pamonha (variedades de pudim de milho), pipoca, batata-doce assada e quentão (infusão de cachaça ou vinho com gengibre, limão, cravo e canela).

Antônio, santo casamenteiro com a fama de homem bonito; João Batista, um dos patronos do cristianismo; Pedro, o fundador da Igreja Católica. As comemorações dedicadas a esses três santos bonachões, todas no mês de junho, formam um dos mais alegres ciclos de festas populares no Brasil. Mas é bom saber: hoje cristãs, as festas juninas têm origem claramente pagã
As danças juninas, como a nossa quadrilha, reproduzem os festejos pré-cristãos que eram realizados nessa mesma época do ano, e continham vários ritos ligados à fertilidade. Dança e música, desde sempre, estiveram conectadas a tais comemorações.
Trazidas ao Brasil pelos jesuítas e pelos portugueses, as festas juninas rapidamente caíram no gosto popular. Os índios as adoravam a tal ponto que, até hoje, a culinária tradicional dessas festas denuncia sua influência. A canjica de milho verde, por exemplo, deriva da papa de água e milho, bem como outras guloseimas da terra de Pindorama, como amendoim cozido, cana-mirim, batata-doce, inhame, jenipapo, aipim. Com o tempo, ingredientes das culturas africana e europeia enriqueceram os pratos de base indígena: açúcar, leite de coco, erva-doce, cravo e canela, sal.
As fogueiras de São João têm origem nas antigas festas pré-cristãs em comemoração ao solstício de verão no Hemisfério Norte – a noite mais curta do ano. Pular a fogueira significa purificar-se dos malefícios e dos erros cometidos no período anterior.
Outra tradição gastronômica das festas juninas são os licores. Dizem os especialistas que o mais famoso deles, o de jenipapo, só fica realmente bom depois de passar um ano enterrado no quintal. Também são muito apreciados os licores de jabuticaba, araçá, umbu, banana, coco e outras frutas. Aspecto um pouco menos preservado da tradição, a degustação de licores mantém-se ainda viva, sobretudo na Bahia.
Se os folguedos, as comidas e as bebidas são mais ou menos os mesmos em todas as festas juninas, a cada um dos santos patronos são atribuídas virtudes e capacidades bem específicas. Santo Antônio, comemorado a 13 de junho, é reconhecido no mundo católico como santo que ajuda na recuperação de objetos perdidos. No Brasil, porém, esse grande doutor da Igreja – que nasceu de família nobre em Lisboa, em 1195, fezse monge franciscano e morreu em Pádua (Itália), em 1231 – virou santo casamenteiro de poder quase infalível. “Talvez porque encontrar noivo é também um milagre que exige paciência de santo”, brincou o folclorista Câmara Cascudo.


Antônio, santo casamenteiro com a fama de homem bonito; João Batista, um dos patronos do cristianismo; Pedro, o fundador da Igreja Católica. As comemorações dedicadas a esses três santos bonachões, todas no mês de junho, formam um dos mais alegres ciclos de festas populares no Brasil. Mas é bom saber: hoje cristãs, as festas juninas têm origem claramente pagã
No seu dia consagrado, muitas moças fazem promessa para Santo Antônio para arrumar noivo. Se o santo demora para atender, muitas submetem sua imagem a vários suplícios, na esperança de uma resposta mais rápida e efetiva. Algumas moças do interior, segundo Câmara Cascudo, “chegam até mesmo a tirar o Menino Jesus dos braços de Santo Antônio para restituílo somente depois de realizado o milagre; viram o santo de cabeça para baixo, tiram-lhe o resplendor e colocam sobre a tonsura uma moeda pregada com cera; e, por fim, quando tarda a graça, cansadas de tanto esperar, atam o santo com uma corda e deitam-no dentro de um poço”. O que já fez muitas estátuas do santo desaparecer, pois eram de barro e derreteu-se ao contato com a água.
Chamado de “Santo de Todo o Mundo” em 1895 pelo papa Leão 13, por conta da sua sabedoria, bondade e tolerância, Santo Antônio parece não se importar com essas afrontas. Se pudesse, talvez pedisse a essas moças um pouco mais de prudência. E as lembraria daquele sábio provérbio: “Cuidado com o que pedes, pois teu desejo pode ser atendido”...
Mas pedir prudência a moça casadoira é como pedir à criança que não chore quando tem fome.
Sortilégios de São João
As festas juninas guardam sortilégios, crenças, lendas e manias – a maioria
ligada a casamento e encontro amoroso, dinheiro e adivinhação do futuro:
• Enfiar uma faca virgem no caule de uma bananeira à meia-noite.
Na manhã seguinte, a letra formada por conta do escorrimento da
seiva será a inicial do nome do homem com quem a moça se casará.
• Escrever o nome dos pretendentes em pequenos pedaços de papel, dobrálos
bem e pô-los numa bacia com água. No dia seguinte, o papel que
estiver aberto terá o nome do futuro marido.
• Jogar duas agulhas de costura em um prato cheio d’água e não olhar para
trás. Se, no dia seguinte, as agulhas estiverem juntas, a pessoa se casará
naquele ano; se estiverem separadas, vai demorar.
• Deixar uma nota de dinheiro ao sereno. No dia seguinte, dobrá-la o
máximo possível e ir pedindo para o dinheiro não faltar. Pôr a nota no
fundo da carteira.
• Na massa de bolo, pôr uma flor, uma agulha de costura e um pincel
amarrados com fita. Depois de assado o bolo, o objeto que for puxado
representa um sonho que se realizará: flor, casamento; agulha, sucesso
profissional; pincel, êxito na carreira artística.
• Levar o pão para benzer no dia de Santo Antônio. Comer um pedacinho
para ser feliz e dividir o restante em vários pedaços. Pôr nas latas de
mantimento para não faltar comida em casa.
• Pegar três batatas: uma descascada, outra descascada pela metade,
a terceira com casca. Pô-las sob o travesseiro na véspera de São João.
Ao acordar, pegar uma: se tiver casca, casa com um homem rico; a meio
descascada, com um remediado; a pelada, com um pobre.
• À meia-noite de 23 de junho, rezando uma Ave-Maria, pingar vela derretida
num prato com água. As gotas de cera formarão no fundo do prato a inicial
do nome do príncipe encantado.
• Sentar perto da fogueira com um espelho na mão direita e uma vela acesa
na esquerda. Pôr a vela entre você e o espelho. O rosto do futuro par será
revelado no espelho.

Antônio, santo casamenteiro com a fama de homem bonito; João Batista, um dos patronos do cristianismo; Pedro, o fundador da Igreja Católica. As comemorações dedicadas a esses três santos bonachões, todas no mês de junho, formam um dos mais alegres ciclos de festas populares no Brasil. Mas é bom saber: hoje cristãs, as festas juninas têm origem claramente pagã
Assim sendo, aqui estão duas orações casamenteiras para Santo Antônio. A primeira, radical, foi colhida sobre um altar pelo folclorista pernambucano Pereira da Costa:
“Padre Santo Antônio dos cativos, vós que sois um amarrador certo, amarrai, por vosso amor, quem de mim quer fugir; empenhai o vosso hábito e o vosso santo cordão, como algemas fortes e duros grilhões, para que façam impedir os passos de Fulano, que de mim quer fugir; e fazei, ó meu bemaventurado Santo Antônio, que ele case comigo sem demora.”
A outra tem até “segundas” intenções:
“Meu Santo Antônio querido,
Eu vos peço, por quem sois;
Dai-me o primeiro marido,
Que o segundo arranjo depois.
Meu Santo Antônio querido,
Meu santo de carne e osso,
Se tu não me dás marido
Não tiro você do poço.”
Comemorado a 24 de junho, São João Batista teve sua personalidade totalmente adaptada ao gosto dos fiéis brasileiros. Severo e muito sério, esse filho de Zacarias e Isabel foi viver no deserto tão logo saiu da adolescência, praticando a oração e o jejum. No ano 29, foi pregar nas margens do Rio Jordão e ali batizou Jesus, apontando-o como “Cordeiro de Deus”, o Messias. João Batista foi decapitado por Herodes, a pedido de sua mulher, Salomé, no ano 31.
No Brasil, seu suplício é esquecido e sua pregação, em tom áspero e intolerante, mas de alto nível moral, não é lembrada. São João Batista torna-se aqui um rapaz bonito e sadio, cabelos encaracolados, vestido com pele de carneiro, segurando numa mão um cajado e levando nos braços um carneirinho.
Estudiosos explicam que as festas juninas são herança, assimilada pela Igreja Católica, de festividades pré-cristãs ligadas a cultos da fertilidade. No Hemisfério Norte, junho marca a chegada do verão, da abundância e da alegria. Nessa época, os pagãos europeus comemoravam o solstício de verão (no Brasil, país do Hemisfério Sul, as datas foram preservadas, embora caiam no mês do início do inverno) com rituais ligados às colheitas, dos quais faziam parte sacrifícios aos deuses da terra e da fertilidade. Mas essa tradição é ainda mais antiga: já existia nas culturas egípcia e grega, que a passaram aos romanos.

Antônio, santo casamenteiro com a fama de homem bonito; João Batista, um dos patronos do cristianismo; Pedro, o fundador da Igreja Católica. As comemorações dedicadas a esses três santos bonachões, todas no mês de junho, formam um dos mais alegres ciclos de festas populares no Brasil. Mas é bom saber: hoje cristãs, as festas juninas têm origem claramente pagã
O 24 de junho assinalava uma das festas mais importantes dos celtas. Esse é o dia do solstício de verão no Hemisfério Norte, o momento culminante da viagem do Sol nos céus. A data era vista com especial reverência pelos antigos. A vida daquelas comunidades essencialmente agrárias era regida por fenômenos astronômicos, e a mudança do ciclo solar representava o início de um novo ano.
Acreditava-se que, nesses momentos, abriamse as portas entre o reino da terra e o dos céus. Por um lado, as almas dos mortos podiam revisitar os velhos lares para se aquecer junto às fogueiras e se reconfortar com as homenagens que lhes eram prestadas. Assim, quando o celta de antigamente dançava ao redor da fogueira, comia, bebia e cantava, não o fazia apenas para si, mas também para todas as almas amigas que, acreditava, estavam a seu redor. Deriva da crença na presença de espíritos amigos a grande variedade de artes adivinhatórias criadas para tais ocasiões.
Tal era a importância dessas festas que a primitiva Igreja cristã não conseguiu acabar com elas, embora as considerasse pagãs. Ela foi, ao contrário, obrigada a trazer essas celebrações para o calendário cristão e a revesti-las com um significado litúrgico. Estabeleceu, assim, em 24 de junho o aniversário de João Batista, e em 25 de dezembro (período do equinócio de inverno no Hemisfério Norte) o aniversário de Jesus. Declarou-se então que as fogueiras e a alegria geral aconteciam em sinal de regozijo pelo aniversário do santo que batizara Jesus.

Antônio, santo casamenteiro com a fama de homem bonito; João Batista, um dos patronos do cristianismo; Pedro, o fundador da Igreja Católica. As comemorações dedicadas a esses três santos bonachões, todas no mês de junho, formam um dos mais alegres ciclos de festas populares no Brasil. Mas é bom saber: hoje cristãs, as festas juninas têm origem claramente pagã
Com a conversão de Roma ao cristianismo, a tradição de comemorar o solstício de verão foi preservada e incorporada às comemorações do aniversário de São João Batista. Ele passou a ser festejado com mesa farta, danças, música e bebidas. As fogueiras (antes acesas apenas pelos camponeses, que viam no fogo um elemento mágico para espantar pestes e pragas da lavoura, assim como a água é vista como símbolo da fartura e da purificação) foram um costume trazido pelos portugueses. Segundo a lenda, quando São João nasceu, Santa Isabel, sua mãe, mandou acender uma fogueira no alto de uma colina para avisar sua prima Maria, Nossa Senhora, que morava longe.
A última festa junina, dedicada a São Pedro, ocorre em 29 de junho e também é comemorada com folguedos, comidas, bebidas e fogos de artifício. Como São Pedro é considerado protetor das viúvas, até hoje pode-se ver, nessa noite, em frente às casas dessas senhoras no interior do País, uma fogueira dedicada ao santo. São Pedro é também conhecido como “Porteiro do Céu”, devido a suas atribuições simbólicas de portador das chaves da Igreja Católica.
Na festa, tudo tem um significado
MASTRO – Diz a lenda que, quando São João Batista nasceu, Santa Isabel
mandou erguer um mastro e acender uma fogueira para comunicar o
nascimento do filho a Nossa Senhora. O rito do mastro origina-se da árvore
de maio”, mito de origem celta. O mastro é também um símbolo fálico de
fertilidade e a proclamação da abundância de alimentos produzidos pela terra.
PAU-DE-SEBO – Sua origem também se relaciona com a “árvore de maio”
e o mastro de São João. É um símbolo da escalada que leva ao Paraíso e do
esforço a ser despendido para alcançar a divindade.
FOGUEIRA – Acesa logo após o erguimento do mastro, a fogueira simboliza
a vida humana e o conforto e a tranquilidade da alma. Movidas pela fé,
as famílias participam de simpatias, rezas e, muitas vezes, atravessam a
fogueira de pés descalços ou saltam sobre ela (símbolo de purificação).
FOGOS DE ARTIFÍCIO – Servem para espantar maus espíritos, protegendo
os habitantes do lugar e a natureza. Nas festas juninas, esse rito é resgatado
com a ajuda de rojões, busca-pés, bombinhas, etc.
BALÕES – Costume originário da China, o balão representa uma oferenda às
divindades, uma mensagem da terra para o reino dos céus.
QUADRILHA – Contribuição deixada pela família real portuguesa no século
19, a quadrilha tem origem na dança aristocrática francesa da corte dos
luíses. Ela tomou características populares com a animação nas fazendas
de bailes caipiras. Sobrevive sobretudo nas noites de São João, nas quais
figurantes fazem uma representação caricatural de um casamento na roça.
SORTES E ADIVINHAÇÕES – As sortes e adivinhações revelam possíveis
casos de amor. São realizadas nas noites de São João ou de Santo Antônio.
BOI-BUMBÁ – Conhecido também por bumba-meu-boi e cavalo-marinho,
esse folguedo é praticado principalmente nas regiões Norte e Nordeste. Na
festa, a devoção respeitosa ao animal é apresentada com dramaticidade
temática, cores, músicas, cantadores, toadas e expressões populares.
CASAMENTO – A união de um homem e de uma mulher, em busca
da procriação, estabelece um paralelo entre a terra fecunda e a força
fecundante vinda do céu. Assim sendo, a representação de uma aliança
conjugal no festejo alcança uma simbologia profunda e arcaica.

Antônio, santo casamenteiro com a fama de homem bonito; João Batista, um dos patronos do cristianismo; Pedro, o fundador da Igreja Católica. As comemorações dedicadas a esses três santos bonachões, todas no mês de junho, formam um dos mais alegres ciclos de festas populares no Brasil. Mas é bom saber: hoje cristãs, as festas juninas têm origem claramente pagã

Santo antônio
Comemorado a 13 de junho, é reconhecido no mundo católico como santo que ajuda na recuperação de objetos perdidos. No Brasil, virou santo casamenteiro de poder quase infalível.



São João
A 24 de junho, a festa dedicada a São João Batista tem folguedos, comidas, bebidas e fogos de artifício. Essa tradição foi trazida ao Brasil pelos portugueses.



São Pedro
“Porteiro do Céu”, patrono da última festa junina, a 29 de junho, esse santo é o fundador da Igreja e considerado protetor das viúvas.

Dicas para viajar de avião com crianças de até 2 anos

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Quando Vinícius tinha 3 meses, resolvemos viajar em família para Gramado. De Recife a Porto Alegre foram algumas horas de avião com escala e conexão e eu talvez por ir com marido, sogros e cunhados, fui sem medo.
Lembro-me de quase não ter ido nessa viagem porque achava que ele era muito pequeno, mas Vinícius estava mamando e eu ia ter todas as condições para que ele viajasse e ficasse sempre bem durante toda a viagem e como a pediatra falou “Lá não moram crianças? Então Vinícius também vai sobreviver muito bem lá!” E com esta frase na cabeça parti para a primeira aventura de avião com o meu bebê.
Correu tão bem que no mês seguinte,  viajei para Portugal sozinha com ele =) isso mesmo!
Fiz uma viagem de avião de 8 horas, sozinha com um bebê de 4 meses e mais uma vez correu super bem!
Vinícius tava mamando exclusivamente e isso digo desde já que foi a melhor parte.
Não tinha que me preocupar com a questão da comida nem durante o vôo, nem durante a viagem.
Se o seu bebê estiver mamando e você está querendo viajar, saiba que essa é a melhor altura para o fazer.
Com o bebê mamando, você pode ir para qualquer canto. Lembre-se disto.
Muitos pais ficam adiando uma viagem que querem fazer muito, porque o bebê ainda é pequeninho, porque pode não se adaptar e tal… pois eu digo que estão enganados.
Bebês com menos de 1 ano são ótimos parceiros de viagem. Principalmente se estiverem só no peito.
Quando eles começam a andar, falar e ter vontade própria (já sabem fazer birra), a coisa fica bem mais complicada, acreditem!
Com base na minha experiência,  vou dar algumas dicas para quem quer viajar com bebês/crianças de até 2 anos.
●Na hora que comprar a sua passagem, solicite o assento especial para pessoas que viajam com bebês.  Se você se esquecer de solicitar esse assento, também não tem problema. Faça o check in mais cedo,  e solicite nessa hora.
Assentos especiais tem berço mas esse berço só serve para bebês de até 8 kg.
Viní  desta vez já não pode usar o berço, mas dei sorte porque do meu lado não vinha ninguém e ele dormiu a noite todinha deitadinho.
Se não fosse esse assento livre, ele teria que vir no meu colo o voo inteiro e isso seria super desconfortável para os dois.
Da outra vez, eu usei o berço,  mas tem a chatice de que se houver turbulência,  você tem de colocar o bebê no colo, e ele com certeza vai acordar e ai ja sabe né? É provável que chore. A tripulação avisa isso logo no inicio do vôo mas dei sorte e não precisei tirar.
Por pagarem apenas uma taxa, crianças de até dois anos não tem direito a assento, mas se o assento do lado tiver livre, você pode utiliza-lo, claro.
Se o assento do lado não tiver livre e se o vôo não estiver cheio, peça a alguém da tripulação para ver se tem dois bancos livres juntos e mude de lugar. Vai ficar mais confortável para você e para o bebê. Eu mesma prefiro assim!
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●Carrinho.
Eu SEMPRE levo o carrinho (O meu é o Quinny Zap). Vinícius Fica nele até a porta do avião. Na porta do avião eu desmonto-o e o pessoal do aeroporto se encarrega de despachar e devolver quando chegamos no destino.
Não viajo pra canto nenhum sem carrinho.
Da outra vez ainda tentei levar além do carrinho, o sling, mas eu sempre venho com coisas na mão e a coluna não aguenta.
Eu pessoalmente não achei confortável nem pra mim, nem para o Vinícius, mas tem mães que estão acostumadas com o sling e acham melhor. Se você não está acostumada com o sling, não arrisque.
Mesmo que o seu carrinho seja grande, leve. Não precisa entrar para a cabine com ele. A companhia aérea se responsabiliza totalmente por guardar e devolve-lo e se acontecer qualquer coisa com o carrinho durante o percurso, e ele sumir ou vir quebrado (rarissimamente acontece, mas vai que…) a companhia paga!
●Na bolsa do bebê.
Carregue umas 6 fraldas, lencinhos umedecidos, pomada para assadura, escova e pasta de dentes.
Leve uns 2 ou 3 brinquedos que o seu bebê mais gosta,  mas evite os que fazem barulho para não incomodar os outros passageiros. O ipad sempre é ótimo para distrair até bebês,  por isso carregue-o e leve com uns videos da galinha pintadinha, cocórico, etc.
Se o seu bebê usa chupeta, leve 2. Se o seu filho tiver mais de um ano e meio, leve uma caixinha pequena se lápis de cor e um caderninho. O Vinícius adora pintar e distrai-se bastante.
●Roupa.
Eu sempre visto tanto em mim quanto no Vinícius, roupa que seja o mais confortável possível.
Escolha uma calça de moleton, uma camiseta de manga comprida, um casaquinho e um tênis confortável para o caso do seu bebê já andar.
Não esqueça de calçar uma meia quentinha e quando entrar no avião, tire o sapatinho e deixe-o descalço (só com a meia quentinha).
Se o vôo for de noite,  gosto de vestir no Matheus uma roupa que pareça até um pijama. Não quero saber de “looks” nessa hora rsrs, quero mesmo é que o meu filho viaje à vontade. Quando o vôo estiver quase no fim, troco de roupa. Para isso, coloco sempre na bolsa 1 calça jeans e 2 camisetas.
Desta forma ele sempre viaja confortável e chega ao destino arrumadinho.
●Alimentação
Se o seu bebê estiver só no peito, você não precisa se preocupar com isso. Se o seu bebê já estiver comendo comida sólida,  leve água e suco, uns biscoitos maisena e 1 potinho daqueles da Nestlé de refeição e um de fruta, isso para o caso do seu bebê gostar, por isso convém que teste antes de viajar e veja qual o sabor que ele mais gosta (esses potes são bons mesmo pra quebrar galhos assim).
Nos vôos internacionais não se pode viajar com alimentos,  mas quem viaja com bebês pode levar comida pra eles sim!
Geralmente as companhias aéreas tem potinhos de comida para bebê, a TAP mesmo tem, mas infelizmente se você não pedir, eles também não lembram de dar.
●O que toda a mãe precisa saber.
Sempre que o avião levantar voo, ou iniciar a descida para o pouso, dê algo para ele sugar. Ou dê peito, ou chupeta, ou mamadeira (por isso eu digo para levar água e suco, porque nem todo o bebê está a fim de água mas o suco ele aceitam mais facilmente).
O processo de sucção evita que os ouvidos doam por conta da pressurização do ar, pressurização essa que na grande maioria das vezes é a grande culpada pelo choro dos bebês nos aviões. 
Se alguém lembrar de alguma dica que eu tenha esquecido,  não deixe de colocar aqui nos comentários.
Boa Viagem!

Toxoplasmose Felina

INFORMAÇÕES GERAIS


A toxoplasmose é uma zoonose parasitária causada pelo protozoário Toxoplasma gondii, responsável por causar lesões clínicas polissistêmicas. Este parasita possui distribuição em todas as áreas do mundo onde há gatos, pois estes são hospedeiros definitivos do parasita, isto é, são os únicos que completam a fase sexuada do parasita, a qual leva à excreção de oocistos nas fezes. Este padrão de multiplicação denomina-se ciclo enteroepitelial.
Os hospedeiros intermediários, que podem ser a maioria das aves, anfíbios, peixes, répteis e mamíferos(incluindo os seres humanos), se infectam pela ingestão de oocistos esporulados oriundos das fezes dos gatos infectados, fechando assim, o ciclo evolutivo parasitário.
Os gatos tornam-se infectados pela ingestão de oocistos esporulados, ou pela ingestão de cistos extra-intestinais nos tecidos dos hospedeiros intermediários(ex: caça, carne crua).
Ocorrem dois diferentes padrões de multiplicação em gatos após a infecção: ciclo enteroepitelial ( itado anteriormente) e ciclo extraintestinal, onde os parasitas penetram na mucosa intestinal e se multiplicam nas células da submucosa, neste estágio são chamados taquizoítos. Estas células se rompem permitindo a infecção de outras células, respectivamente: tecido linfóide intestinal, vasos linfáticos, sangue , macrófagos infectados e demais sistemas orgânicos.
O ciclo enteroepitelial ocorre apenas em gatos e em outros felídeos, em quanto o ciclo extra intestinal ocorre em todas as espécies que servem de hospedeiro intermediário.

SINAIS E SINTOMAS

Os sinais e sintomas clínicos geralmente não estao associados ao ciclo enteroepitelial nos gatos. Após a infecção, excretam oocistos em suas fezes durante três semanas, aproximadamente e tornam-se infectantes (esporulados ) em dois ou três dias. Os sinais e sintomas clínicos da toxoplasmose podem ocorrer em hospedeiros intermediários, inclusive os gatos, durante a fase aguda da infecção extra intestinal. As síndromes clínicas mais comuns são : deficiências neurológicas, retinocoroidite, polimiosite, linfadenopatia, hepatite, pancreatite, granuloma intestinal, abortamento e moléstia neonatal.

DIAGNÓSTICO

O diagnóstico da toxoplasmose se faz pela combinação dos sinais clínicos com os testes sorológicos.
Os testes sorológicos demonstram títulos ascendente de anticorpos anti-T.gondii em soros pareados, ou demonstram elevado título sérico de anticorpo numa única amostra de soro.  
- Títulos de anticorpos iguais ou maiores que 1:512, geralmente indicam uma infecção ativa recente.
- Títulos de 1:128 a 1:256, geralmente indicam uma infecção recente, porém bloqueada.
- Títulos de 1:32 a 1:64, em geral indicam infecções passadas e inativas.
- Títulos iguais ou inferiores a 1:16 ou 1:32, geralmente são considerados como negativos.

TRATAMENTO

Para sinais clínicos no ciclo extra intestinal em gatos, polimiosite e retinocoroidite : é utilizado cloridrato de clindamicina na dose de 25mg/Kg V.O. TID por 21 dias. Casos de uveíte anterior: administração tópica de acetato de prednisona a 1%, duas gotas nos olhos acometidos 4 vezes ao dia.
Para diminuir possíveis efeitos colaterais por uso prolongado de medicamentos utiliza-se ácido fólico 50mg V.O., levedura de cerveja 100mg/Kg/dia, ácido folínico 1mg/Kg V.O.
Acometimento ocular e do sistema nervoso central utiliza-se trimetoprim - sulfadiazina, 15mg/Kg BID, 14 a 21 dias.

INFORMAÇÕES DE IMPORTÂNCIA E PREVENÇÃO NA INFECÇÃO HUMANA

Infecções extra-intestinais ocorrem em seres humanos, e os sintomas são similares aos ocorrentes nos cães e gatos.
A infecção humana ocorre com a ingestão de trofozoítos na carne crua ou mal cozida, ingestão de oocistos proveniente das fezes de gato e pela via transplacentária.
As infecções humanas em sua maioria são assintomáticas, mas a infecção congênita do feto humano, através da transmissão placentária representa a maior ameaça aos seres humanos. Podem resultar em morte fetal e em abortamento no primeiro trimestre de gravidez, ou em deficiências neurológicas e visuais no último trimestre de gravidez.
Visto que a infecção humana pode ocorrer em decorrência da exposição aos oocistos nas fezes do gato, mulheres grávidas não devem limpar as caixas de necessidades.Estas caixas devem ser higienizadas diariamente para que se impeça que os oocistos se tornem infectantes.
Os gatos não devem receber carne crua e nem devem caçar (passarinhos, ratos, etc.), quando houver uma gestação.Deve-se lembrar também que, a infecção humana pode ser contraída pela ingestão de carne crua ou mal cozida, e não apenas a partir das fezes de gato.

Sergio Luís A. Pitarello
Médico Veterinário

sexta-feira, 13 de junho de 2014

JAH

O que é Jah:

Jah é uma abreviação de Javé ou Jeová, e significa Deus, na religião rastafari, que é um movimento religioso, surgido inicialmente na Jamaica, entre os descendentes de negros, que chamavam seu Deus de Jah.
O termo Jah aparece nas escrituras hebraicas, nas escrituras gregas, e na Bíblia, mas com o nome de Jeová. O cantor jamaicano Bob Marley foi um dos responsáveis por levar as ideias de Jah para todos os cantos do mundo, uma vez que a palavra está presente nas letras de suas músicas, títulos e etc.

Jah Rastafari

O movimento rastafari surgiu na Jamaica, nos anos 20, pelos escravos e descendentes de negros. Este movimento religioso vê o ex Imperador da Etiópia, Haile Selassie I, como uma encarnação de Jah (Deus), sendo que muitos afirmam que o seu nascimento corresponde à segunda vinda de Jesus ao mundo.
Os seguidores pregam o uso da maconha como erva medicinal, e muitos não cortam o cabelo, onde cultivam os dreadlocks, que são os cabelos da pessoa enrolados com cera. Muitos dos seguidores não visitam médicos e nem tomam qualquer tipo de medicação.

O que é Jah Bless:

Jah bless significa, para os jamaicanos que “Deus abençoe”. Esta expressão é usada pelos rastafaris jamaicanos. Os fieis deste movimento religioso proclamam Hailê Selassiê, coroado em 1930, Imperador da Etiópia e falecido em 1975, como a representação aqui na terra de Jah que significa Deus. Este termo é resultante da contração de Jeová.
Jah bless é utilizado pelos jamaicanos adeptos do rastafari, ao cumprimentar e se despedir dos amigos pertencentes ao mesmo grupo.  Rastafari é  um movimento religioso que proclama Hailê Selassiê I, imperador da Etiópia, como a representação terrena de Jah (Deus).  O movimento surgiu na Jamaica entre a classe trabalhadora e camponeses afro-descendentes em meados dos anos 20, iniciado por uma interpretação da profecia bíblica.
O famoso cantor de reggae jamaicano, Ziggy Marley canta uma musica chamada Jah bless, que fala no som de uma banda com o mesmo nome.


sexta-feira, 6 de junho de 2014

Oxum

 Oxum (Osun) é a deusa da beleza e da meiguice, a mulher-menina vaidosa e sedutora, a divindade do amor. É homenageada ao ter seu nome ligado a um rio africano que banha as regiões do Ilexá, Ijebu e Oshogbo, na Nigéria. Rainha da nação Efan, onde reina absoluta, em Ekiti-Efon. Juntamente com Iemanjá, Oxum possui, entre os iorubas, o titulo de iyálodê (ìyálódè), o posto mais alto entre todas as mulheres de uma comunidade.
 

  
A divindade Azirí, vodum da nação Fon, possui grandes assemelhações com Oxum, pois também esta ligada as águas doces e à gestação. Na nação Bantu direciona-se à Quissimbi, poderosa inquice.

 
Filha favorita de Iemanja e Oxalá segundo alguns itãs, Oxum recebeu de sua mãe rios, cascatas, cachoeiras, córregos e todas as águas doces que tivessem movimento, juntamente com a ordem de mantê-las incólumes para o uso do ser humano, e de fazer uma perfeita distribuição pelo mundo, reinando com sabedoria. É por meio de suas águas que as terras são fertilizadas, produzem alimentos e permitem a manutenção da vida no planeta. Este líquido precioso mata a sede e sustenta vidas. As águas também carregam os plânctons, algas e sais minerais, substancias que nutrem varias formas de microorganismos, formando a partir daí uma vasta cadeia alimentar na natureza.
 

   Oxum também ganhou de seus pais jóias, metais e pedras preciosas para que se enfeitasse. Isto lhe possibilitou ser chamada de “senhora da riqueza”, título que ela ostenta com muita graça e charme. Em suas festas, mostra-se elegantemente trajada com muitas jóias, principalmente pulseiras (idés) de cobre ou ouro, sua marca registrada. O chacoalhar delas produz um tilintar semelhante as águas correndo entre as pedras. Em suas terras de origem, o metal a ela dedicado era o cobre, pelo brilho avermelhado, por ser muito abundante e também o mais valioso da região. Quando foi trazida para o Brasil, o ouro aqui era o metal dominante e o mais precioso e vistoso, passando então a ser dedicado a ela, que aceitou utilizá-lo, sem porém abandonar o cobre de seus paramentos. Utiliza-se também o bronze e do latão, metais representantes do elemento vermelho e considerados o “sangue dos metais”.
 

   O mel é outra substância que faz um simbolismo com o sangue. Tendo o codinome de “sangue das flores”, é o alimento favorito de Oxum, que por causa desta preferência é chamada de “senhora do mel”. Este elemento representa a doçura, o apaziguamento e a calmaria, sendo muito utilizado em suas funções. Produto das abelhas, estas produzem o mel com pólen que retiram das flores que são também consagradas a essa rainha. Estes presentes da natureza a enfeitam e a consagram como a mais graciosa divindade, sendo considerada a mais linda entre as mais belas!
 

   Divindade símbolo da feminilidade e da jovialidade, Oxum é muito alegre, gosta de dançar, de festas e principalmente de doces e bolos, que estão sob seu domínio. Essa adoração por bolos e doces origina-se também de sua ligação com as crianças e com o orixá Ibeji, de quem é a guardiã. Senhora protetora da maternidade, guarda e protege as crianças desde o ventre da mãe até o nascimento, e as acompanha em seu crescimento, até que adquirem certa independência e saibam utilizar-se da comunicação. Oxum é também a protetora das crianças que estão sendo geradas, evitando seus abortos e as complicações na gestação, ajudando no nascimento e provendo um bom parto para as mulheres. Age também através de rituais específicos, nas crianças-Ibicu que chegam ao aiê com tempo escolhido para retornar ao orum, doutrinando-as e ensinando-lhes como aqui permanecer e ter boa existência junto aos seus pais terrenos.
 
Sua ligação com a maternidade e o nascimento torna Oxum o orixá responsável pelo sangue que corre no corpo dos seres vivos e que mantém, revigora, dá energia, sustenta a vida e é seu poderoso axé. 

   Reconhecida como a “senhora da fertilidade”, é a protetora da barriga e do útero, tendo poder sobre a fecundidade, a gestação e o parto, e respondendo principalmente pelo sangue menstrual. O sangue é tão vital, que é o sangue dos animais imolados que energiza e dá vida à pedra das divindades. Grande mãe por excelência, está inserida no grupo das mães ancestrais do orum, junto a Nanã, Iemanjá, Oyá. Nos assentamentos das iyabás e também nos igbás dos orixás da criação, de formato arredondado e com tampa está simbolizada a barriga, ou útero protegido, que recebe e contém uma nova vida.
 

   Símbolo primordial de Oxum, o icodidé é usado nas iniciações dos iaôs e em variados rituais, posteriormente. Ao transformar o sangue feminino em penas matizadas de vermelho que simbolizam e atraem a vida, Oxum provou a fertilidade do sangue. Em reconhecimento e respeito ao poder gerador feminino, até o poderoso senhor do branco, Obatalá, usa o icodidé, fazendo plausível a união do ancestral-pai com a descendente-filha, Oxum, e com seus futuros filhos recriados, os iaôs. Através do icodidé, Oxum pode ser considerada como a primeira iyalorixá do mundo, quando produziu o primeiro iaô ao pintar, colocar oxu e uma pequena pena na cabeça de uma galinha. A partir daquele momento, o icodidé se interligou também com Exu, pela sua cor e pelo dinamismo que produziu. Foi Oxum quem colocou Oxu, porém foi Exu quem o fixou, mostrando a necessidade de sua intervenção para que tudo passasse a ter existência. Ele também aceitou compartilhar com Oxum e com as mulheres  os segredos que conhecia!
 

   Oxum foi parceira de Orunmilá, Xangô e Ogum, mas foi com Oxóssi que ela possuiu uma ligação mais forte, sendo este considerado seu grande amor e companheiro. Ela fornece as águas para as florestas e os animais desse caçador, permitindo assim o equilíbrio da natureza. Com Ossâim e Iroco, ela criou uma cumplicidade, e estas divindades permitem que ela utilize suas folhas medicinais e as de encantamento. Seu poder gestacional também age na terra, que, após ser fertilizada e fecundada pelas águas, cria abundância e traz prosperidade para a agricultura. É por meio destes atributos que Oxaguiã, Babá Okê e Ogum, orixás guerreiros e patronos da terra se aproximam de Oxum.
 

   Como mulher poderosa participa do panteão das Iyamís, as mães ancestres, e em seu aspecto mais velho faz parte do grupo das Ajés, as feiticeiras poderosas que, se não forem bem agraciadas, tanto promovem a paz como também a guerra ou a desarmonia. Como Eleiyé (proprietária dos pássaros), está ligada as aves e ao ovo, símbolo da fecundidade, passando a ser chamada de Iyá eyín,  “senhora/mãe dos ovos”. Este elemento possui a propriedade de quebrar forças contrárias e destruidoras que são atraídas e “aprisionadas” dentro dele, transformando o ovo em um escudo de proteção. Contudo, também pode ser utilizado por pessoas inescrupulosas que para produzir malefícios, pois está ligado tanto ao bem quanto ao mal.
 
Inconstante e movimentada como as suas águas, Oxum se apresenta ora meiga, dócil e coquete, ora voluptuosa, guerreira ou sensual e até irada e rabugenta. Estes predicados fazem parte de suas variadas qualidades.
 

   Os espelhos estão entre seus presentes favoritos, que ela gosta de receber em suas águas correntes e limpas com o dia amanhecendo. Muito feminina, adora jóias, bijuterias, pulseiras de metal amarelado, perfumes, leques, batons, sabonetes, pó-de-arroz, pentes, bonecas, pequenos enfeites etc. Sempre enfeitados com fitas coloridas e flores amarelas.
 

   Em suas festas, gosta de dançar Ijexá, o que faz com muita leveza e graça, remexendo os ombros sedutoramente, com um ar solene e altivo, e até com certo pedantismo, sem contudo perder a elegância. Veste-se femininamente, com saia, camisu, pano-da-costa, laçarotes no peito e, na cabeça um chorão. Carrega sempre um abebé dourado ou de cobre em uma das mãos, mesmo que na outra leve uma espada ou alfanje de guerreira (ou seu ofá de caçadora).      
 

Generalidades do orixá:
 
Como são chamados os seus filhos: Oxunssi.
 
Elemento: Água.
 
Dia da semana: Sábado.
 
Símbolos: Abebé, Adaga e Espada.
 
Metais: Cobre, Bronze, Ouro e Latão.
 
Cor: Amarelo-ouro.
 
Folhas: Oriri, Colônia, Saião, etc.
 
Saudação: Ore Yêyê ô!
 

Seus filhos:
 
   Os filhos e as filhas de Oxum costumam ser carinhosos e calmos. Diplomatas, são gentis, evitam melindrar os amigos, mas para os inimigos guardam momentos irados e impulsivos. Vagarosos, tendem a ser preguiçosos e lentos em seus afazeres, mas jamais se esquecem de suas obrigações. Possuem personalidade forte, lutam sempre por seus interesses com muita obstinação para alcançar seus objetivos e tentar acender na vida. Vaidosos ao extremo adoram jóias e perfumes. Mesmo quando trajam-se com simplicidade, conseguem mostrar-se elegantes. Apreciam festas e confraternizações e procuram aproveitar tudo o que a vida pode lhes proporcionar de bom. Gostam de ambientes refinados procurando fazer de sua casa um modelo de beleza, praticidade e modernidade.
 

   Embora de aspecto sensual, voluptuoso e muito coquetes, os/as filhos/as de Oxum não gostam muito de chamar atenção, e nem de chocar as pessoas, dando muito valor à opinião alheia. Procuram viver mais reservadamente, o que muitas vezes não conseguem, pois dominam os ambientes somente com sua presença. Têm grande apego às comidas bem temperadas e bem elaboradas, pois o visual para eles/as é imprescindível. As pessoas deste orixá, quando mais velhas, tornam-se rabugentas, austeras, mas sempre mantendo a emotividade e a sensibilidade, a tranquilidade e a serenidade, características dominantes dos filhos de mãe Oxum!

Revolução dos Cravos