quinta-feira, 29 de setembro de 2016

Cultura Erudita

O significado de cultura erudita está no conjunto de práticas e produtos culturais que são resultado de estudos e aplicações acadêmicas.

Resumo

A cultura erudita está à disposição da elite social. É observada nas artes plásticas, na música e na literatura.
O acesso à cultura erudita é facilitado para a aristocracia sob o argumento de ser produto de intensa investigação. A aplicação acadêmica também é usada como elemento de defesa do acesso restrito.
Diante desses fatores, é agregado valor monetário aos bens culturais e quem tem menor poder aquisitivo é excluído de sua contemplação.

Exemplos

Concertos musicais produzidos por grandes orquestras, peças de teatro de difícil acesso popular, obras de artes de artistas renomados, como Leonardo da Vinci e Pablo Picasso, estão entre os exemplos.

Música Erudita

A música clássica, por sua complexidade de elaboração, está entre os principais exemplos de cultura erudita.
Entre os nomes notórios da música clássica estão Beethoven, Brahms e Mozart. No Brasil, o nome de maior destaque é o maestro Heitor Villa Lobos, autor da peça "O Guarani".

Conjuração Baiana

A Conjuração Baiana foi uma rebelião popular que ocorreu na Bahia, no dia 25 de agosto de 1798, que pretendia libertar o Brasil de Portugal e atender as reivindicações das camadas pobres da população. Também conhecida como Revolta dos Alfaiates, a agitação popular era composta, em sua maioria, por escravos, negros livres, mulatos, brancos pobres e mestiços que exerciam as mais diferentes profissões, como alfaiates, sapateiros, pedreiros, entre outras.
Repercutia na Bahia o movimento chefiado pelo bravo negro Toussaint Louverture, no Haiti, contra os colonizadores franceses - o primeiro grande levante de escravos bem sucedidos na história. Aquelas mesmas ideias de república, liberdade e igualdade pregadas na Revolução Francesa e na Conjuração Mineira agitavam agora a Bahia.
A população da cidade de Salvador, antiga capital do Brasil, vivendo em situação de penúria, depois que a capital do Brasil colônia foi transferida para o Rio de Janeiro (1763), pregava a necessidade de se fundar no Brasil uma "República Democrática" e uma sociedade onde não houvesse diferenças sociais, onde todos fossem iguais, e onde houvesse "Liberdade, Igualdade e Fraternidade".

Líderes da Conjuração Baiana
A Conjuração Baiana teve como principais líderes os alfaiates João de Deus e Faustino dos Santos Lira, os soldados Luís Gonzaga das Virgens e Lucas Dantas, homens pobres, de cor e sem prestígio social, que estavam ligados aos movimentos da maçonaria.
As ideias políticas da "Revolução Francesa" continuavam a chegar ao Brasil, inclusive por intermédio da maçonaria. A primeira loja maçônica, Cavaleiros da Luz, criada na Bahia, contava com a participação de intelectuais, como José da Silva Lisboa, futuro visconde de Cairu, o cirurgião Cipriano Barata, o farmacêutico João Ladislau de Figueiredo, o padre Francisco Gomes, o "médico dos pobres" Cipriano Barata, o professor de latim Francisco Barreto e o tenente Hermógenes Pantoja, que se reuniam para ler Voltaire, traduzir Rousseau e organizar a conspiração.
No dia 12 de agosto de 1798, surgiram nos pontos de maior movimento de Salvador, vários papéis manuscritos, pregados nos muros, chamando a população à luta e proclamando ideias de liberdade, igualdade, fraternidade e República, utilizando palavras como: "Animai-vos povo baiense que está para chegar o tempo feliz da nossa Liberdade: o tempo em que todos seremos irmãos, o tempo em que todos seremos iguais".
A Prisão dos Rebeldes

O governador da Bahia, D. Fernando José de Portugal e Castro, soube através de uma denúncia feita por Carlos Baltasar da Silveira, que os conspiradores iriam se reunir no Campo de Dique, no dia 25 de agosto.

O clima de agitação se espalhava, a forca, um dos mais importantes símbolos do poder português, foi incendiada. Todos os padres que pregavam contra a revolução eram ameaçados de morte.

A ação do governo foi rápida, o coronel Teotônio de Souza foi encarregado de surpreendê-los em flagrante. Com a aproximação das tropas do governo, muitas pessoas conseguiram fugir. Reprimida a rebelião, as prisões sucederam-se e o movimento foi desarticulado.

Foram presos 49 pessoas, três eram mulheres, nove eram escravos, a grande maioria eram alfaiates, barbeiros, soldados, bordadores e pequenos comerciantes.

Os principais envolvidos foram levados a julgamento. Um ano e dois meses depois, eram condenados à morte por enforcamento e depois esquartejados: Luís Gonzaga das Virgens, Lucas Dantas, João de Deus e Manuel Faustino dos Santos Lira e intelectuais como Cipriano Barata que foram absolvidos.

Os corpos esquartejados foram expostos em diversos locais da cidade de Salvador.

fonte :Toda matéria

Maurício de Nassau

Maurício de Nassau foi um holandês de origem alemã, considerado pelos historiadores como sendo "um homem simpático e tolerante", além de administrador talentoso. Por conseguinte, Johann Mauritius (João Maurício) Van Nassau-Siegen, nasceu no Castelo de Dillemburg, na Alemanha, em 17 de junho de 1604, numa tradicional família da nobreza, a casa de Nassau, sendo filho primogênito do segundo casamento do conde João VII de Nassau.
Sua educação formal começou na Universidade da Basileia, a partir dos 10 anos de idade; em 1616 entrou no Collegium Mauritianum. Casou-se com Margarida de Holstein, princesa de Holstein-Sonderburg e ingressou na carreira militar a serviço dos Países Baixos em 1621, durante a "Guerra dos Trinta Anos", contra a Espanha, na qual se destacou e ganhou fama. Em 1626 foi promovido a Capitão e, em 1629 a Coronel.
Mais tarde, em 1632, Nassau muda-se para Haia, onde inicia a construção da luxuosa Mauritshuis, hoje um ponto turístico da cidade holandesa e projeto do famoso arquiteto Jacob Van Campen. Porém, esta obra veio a afetar os recursos financeiros de Nassau, que, por esse motivo, aceita o convite da "Companhia Holandesa das Índias Ocidentais" para administrar a colônia holandesa no Brasil em 1636-1637, com o título de governador e comandante-chefe, além de uma excelente remuneração.
Regressa aos Países Baixos em 1644, sendo elevado a General de Cavalaria e nomeadoComandante da Guarnição de Wesel. Exerceu também o cargo de Governador de Cleves em 1647 e, em 1652, foi nomeado Comandante da Ordem de Malta para o norte da Alemanha. Governador de Utrecht em 1674, quando é condecorado com o título dePríncipe do Império Germânico. Falece no dia 20 de dezembro de 1679 em Kleve, na Alemanha.

Maurício de Nassau no Brasil

Maurício de Nassau desembarca em Recife no ano de 1637, governando a colônia por sete anos, num mandato de cinco anos e prolongável. Assim que chegou ao Brasil, organizou os expedientes militarmente a fim de expulsar os luso-espano-brasileiros para além do São Francisco, o que logrou feito em pouco.
Regressou ao Recife no início do Inverno deste mesmo ano, quando passou a dedicar-se ao restabelecimento da administração civil e militar da colônia, restabelecendo a produção da capitania por meio da oferta de empréstimos para recuperação dosengenhos de açúcar.
Sem espanto, Nassau desenvolveu a economia açucareira no Nordeste com métodos aperfeiçoados de cultivo da cana-de-açúcar e do fumo. No Recife, foi responsável pela drenagem de terrenos, construção de canais, diques, pontes, palácios (Palácio de Friburgo e Palácio da Boa Vista), jardins (botânico e zoológico), o museu natural, o observatório astronômico. Também ganha créditos por ordenar serviços públicos de primeira ordem como o corpo de bombeiros e a coleta de lixo.
Porém, em 30 de setembro de 1643, Maurício de Nassau recebe a "Carta de dispensa dos Estados Gerais" e parte numa esquadra de treze naus com uma carga avaliada em 2,6 milhões de florins, levando para seu palácio de Haia, objetos e pinturas que adornavam seu palácio no Brasil e a promessa de cargos importantes na Europa.

Fonte : Infoescola

quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Segunda Guerra Mundial

A Segunda Guerra Mundial, ocorrida entre 1939 e 1945, é assim chamada por ter se tratado de um conflito que extrapolou o espaço da Europa, continente dos principais países envolvidos. Além do norte da África e a Ásia, o Havaí, território estadunidense, com o ataque japonês a Pearl Harbor, foi também palco de disputas territoriais e ataques inimigos.


Compreender o que levou à eclosão do conflito implica lembrar as consequências da Primeira Guerra Mundial, de 1914 a 1918, culminando com a derrota alemã e a assinatura, entre as potências europeias envolvidas, do Tratado de Versalhes, que, culpando a Alemanha pela guerra, declarou a perda de suas colônias e forçou o desarmamento do país. Diante desse quadro, o país derrotado enfrenta grande crise econômica, agravada pela chamada Crise de 1929. Iniciada nos Estados Unidos da América, que ao fim da Primeira Guerra tinham se estabelecido como a grande economia mundial e financiador da reconstrução da Europa devastada pela guerra, entraram em colapso econômico, levando consigo as economias de países dependentes da sua e agravando as dificuldades econômicas na Europa.


O agravamento da crise econômica aumentou o sentimento de derrota e fracasso entre alemães e alemãs, que viram nos ideais do Partido Nacional-Socialista dos Trabalhadores Alemães, o Partido Nazista, a saída para a situação enfrentada pelo país. A frente do Partido, fundado em 1920, estava Adolf Hitler, que chegou ao poder em 1933, defendendo ideias como a da superioridade do povo alemão, da culpabilização dos judeus pela crise econômica e da perseguição, isolamento e eliminação dos mesmos e de outros grupos como ciganos, homossexuais e deficientes físicos e mentais. Pregava ainda a teoria do espaço vital (Lebensraum), a qual defendia a unificação do povo alemão, então, disperso pela Europa e seria utilizada como justificativa para o expansionismo nazista.

Também na Itália a crise econômica do Período Entreguerras foi aproveitada por um grupo político antiliberal e anticomunista, que via na formação de um Estado forte a solução para os problemas econômicos e sociais. Tal grupo organizou-se como Partido Fascista, liderado por Benito Mussolini, que em 1922 foi nomeado primeiro-ministro pelo rei Vítor Emanuel III. Mussolini, chamado pelos italianos de duce, combateu rivais políticos e defendeu a expansão territorial italiana, culminando na invasão da Etiópia em 1935 e na criação da chamada África Oriental Italiana, anexada à Itália.

Os dois líderes totalitários, Hitler e Mussolini, assinaram em 1936 um tratado de amizade e colaboração entre seus países. Estava formado o Eixo Roma-Berlim, que em 1940 passaria a ser Eixo Roma-Berlim-Tóquio, marcando a aliança do Japão com os dois países europeus, formalizada com a assinatura do Pacto Tripartite, que garantia a proteção dos três países entre si. Estava formado o Eixo, que durante o conflito mundial enfrentaria os Aliados, aliança formada inicialmente por Inglaterra e França que mais tarde contou com a entrada de outros países, como os Estados Unidos, em 1941, após sofrer um ataque japonês na ilha de Pearl Harbor, seu território no Oceano Pacífico; a União Soviética, em 1941, quando a Alemanha de Hitler quebrou o Pacto Germano-Soviético de não agressão assinado dois anos antes; e até mesmo o Brasil, que em 1942 saiu da neutralidade e entrou na Guerra, em 1944 enviou combatentes (Força Expedicionária Brasileira) para combater na Europa.


Mas o que, afinal, levou à eclosão da guerra?
Os nazistas decidiram levar a teoria do espaço vital adiante, promovendo assim o  expansionismo alemão, primeiramente com a anexação da Áustria, em 1938, depois com a tentativa de incorporar a região dos Sudetos, na Tchecoslováquia, pois ali viviam cerca de 3 milhões de falantes da língua alemã. França e Reino Unido acordaram com a Alemanha, na Conferência de Munique, a anexação de apenas 20% do território tcheco, mas Hitler não respeitou acordo, ocupando e em 1939 todo o país. O próximo passo foi a invasão da Polônia na tentativa de recuperar Danzig, cidade perdida pelos alemães na Primeira Guerra. França e Reino Unido exigiram que os alemães voltassem atrás e, diante da negativa de Hitler, declararam guerra à Alemanha em 3 de setembro de 1939. Tinha início o conflito mais destrutivo da história.


A guerra relâmpago
Erich Von Manstein, general alemão, foi o principal responsável pelo desenvolvimento da Blitzkrieg, a guerra relâmpago, uma tática militar que tinha como objetivo destruir o inimigo por sua surpresa, rapidez e brutalidade. Tal técnica foi utilizada nas invasões alemãs da Polônia e da França, que levaram pouco mais de um mês para se consolidar, haja vista a eficiência da na África, Egito Marrocos e Argélia eram conquistados pelos forças Aliadas.


Antissemitismo
Além do expansionismo e das disputas territoriais, a perseguição a grupos étnicos, sobretudo aos judeus e ciganos, foi uma realidade na Segunda Guerra Mundial. Para o nazismo, os judeus eram os grandes culpados pela crise do país passara no Período Entreguerras, devendo, portanto, ser combatidos. Antes da eclosão da guerra, políticas segregacionistas já eram colocadas em prática pelos nazistas, como a obrigatoriedade da identificação pelo uso de uma Estrela de Davi, símbolo religioso do judaísmo; proibição do casamento entre judeus e alemães; demissão de judeus de cargos públicos; criação dos guetos e de campos de concentração; e a mais radical de todas, a chamada solução final, que consistia na eliminação de prisioneiros através do uso de gás tóxico.


Fim da guerra
Os Aliados começaram a derrotar o Eixo em 1942. No Pacífico, Estados Unidos e Austrália derrotaram os japoneses. Em fevereiro de 1943, os nazistas perderam a batalha de Stalingrado, na União Soviética, e foram expulsos da Bulgária, Hungria, Polônia, Tchecoslováquia e Iugoslávia. Na África, Egito Marrocos e Argélia foram conquistados pelos forças Aliadas. Em julho do mesmo ano, Vitor Emanuel III, rei da Itália, destituiu Mussolini do governo e assinou a rendição italiana aos Aliados. No dia 6 de junho de 1944, os Aliados desembarcaram na Normandia, França, na operação que ficou conhecida como “Dia D”. Era o início da libertação francesa e, no fim da agosto, Paris estava livre. Em 2 de maio de 1945, soviéticos e estadunidenses tomaram Berlim, dois dias depois do suicídio de Hitler e do alto-comando do Partido Nazista. Iniciou-se o processo de rendição das tropas nazistas, colocando, assim, fim à guerra na Europa. Só o Japão resistia, mas, em agosto, diante das bombas atômicas jogadas pelos Estados Unidos em Hiroshima e Nagasaki, o imperador Hirohito se rendeu aos Aliados. Chegava ao fim a Segunda Guerra Mundial, deixando cerca de 50 milhões de mortos e 35 milhões de feridos.


Os países vencedores levaram oficiais nazistas a julgamento no Tribunal de Nuremberg, criado para esse fim, sob acusação de crimes contra a humanidade. Outra consequência da guerra foi a criação, em 1945, da Organização das Nações Unidas (ONU), cujo objetivo é mediar conflitos entre países a fim de evitar novas guerras.

Referências:
HOBSBAWN, Eric. Era dos Extremos: O Breve Século XX (1914-1991). São Paulo: Companhia das Letras. 2009.
RODRIGUES, Joelza Esther. Projeto Athos: História, 9º ano. São Paulo: FTD, 2014.

Primeira Guerra Mundial

O final do século XIX e a 1ª década do século XX na Europa, foram marcados por um clima de confiança e otimismo. Os homens da época tinham a sensação de que a Europa teria o domínio definitivo sobre todos os continentes. Porém, por trás dessa aparência de tranqüilidade estavam presentes graves problemas econômicos.

O mundo encontrava-se dividido e submisso às grandes potências européias e aos Estados Unidos. Não existiam mais territórios sem dono e as grandes potências brigavam entre si na tentativa de expandir suas áreas de dominação econômica e política.

A Revolução Industrial trouxe transformações importantes para a economia capitalista: surgiram as máquinas elétricas e os motores a combustão.

As indústrias mais importantes extraiam petróleo, fabricavam aço, máquinas e navios.

A competição capitalista estimulou o crescimento de algumas empresas; porém, levou ao fracasso muitas outras. Empresas mais fracas foram compradas ou faliram, enquanto que as grandes ficaram maiores ainda.

Os chamados monopólios (grandes empresas) passaram a controlar os grandes setores da economia. Tais empresas queriam crescer e enriquecer cada vez mais. Desejavam matérias-primas (minério, algodão, cacau), mão-de-obra barata (para trabalhar nas minas com salários reduzidos e lucros para os patrões) e mercados consumidores.

Para conseguir tudo isso as empresas (monopólios) precisavam investir capital em outros lugares do mundo e criar impérios econômicos (principalmente em países de economia mais frágil) e tudo isso com a ajuda de seus respectivos governos.

Economistas alemães e ingleses do início do século XX chamaram essa nova fase do capitalismo mundial de Imperialismo.

Esse choque de imperialismos acabou deflagrando a Primeira Grande Guerra.

O Imperialismo estava ligado a dois fenômenos:

Investimento de capital no estrangeiro
Domínio econômico de um país sobre o outro
Os países imperialistas colonizaram vastas regiões na África e na Ásia e justificaram as suas ações baseadas no racismo (“raça branca merece dominar as demais”), etnocentrismo (“brancos civilizados levam progresso aos povos primitivos”), darwinismo (“nações mais fortes sobrevivem e mais fracas, não”).

No começo do século XX, a indústria alemã estava ultrapassando a inglesa. Tanto alemães quanto ingleses não queriam competir no mercado e para acabar de vez com a concorrência, seus governos decidiram que uma guerra seria muito bem-vinda.

Porém, era preciso convencer o povo de que não havia outra saída. Para tal “serviço de convencimento”, a imprensa foi fundamental, e cada país usava os jornais para tentar destruir moralmente o outro.

Em 1871, a Alemanha se tornou um país unificado, essa unificação se completou depois que os alemães derrotaram a França na Guerra Franco-Prussiana. Como conseqüência, a França foi obrigada a entregar a região de Alsácia-Lorena, fato que levou os franceses a quererem vingança.

A Europa estava a um passo da guerra e os países disputavam novas colônias. A situação se agravou ainda mais quando o arquiduque Francisco Ferdinando (herdeiro do trono austríaco) visitou Sarajevo. A população de Sarajevo odiava os austríacos e o filho do imperador austríaco resolveu desfilar de carro aberto pela cidade.

Francisco Ferdinando foi assassinado e esse fato é considerado a causa imediata da Primeira Guerra.

Porém, vários outros fatores também contribuíram para o advento da guerra.

A construção da estrada de ferro Berlin-Bagdá: sua construção colocaria à disposição da Alemanha os lençóis petrolíferos do Golfo Pérsico e os mercados orientais, além de ameaçar as rotas de comunicação entre a Inglaterra e seu Império.
Pan-Eslavismo Russo (união de todos os povos eslavos sob a proteção da Rússia): o Pan-Eslavismo servia de justificativa para os interesses imperialistas da Rússia de dominar regiões da Europa Oriental habitadas por outros povos eslavos (poloneses, ucranianos, tchecos, eslovacos, sérvios, búlgaros, croatas...)
Nacionalismo da Sérvia
Conflitos originários da decadência do Império Turco
 A Alemanha e a Itália eram imperialistas, queriam e precisavam de colônias, para isso precisariam tomar as colônias de outros países, já que não havia mais quase locais para serem dominados
Crises no Marrocos: alemães, ingleses e franceses disputavam essa área
Primeira e segunda Guerra Balcânica
Das rivalidades entre essas várias potências, surgiram dois sistemas de alianças. O que unia esses dois blocos era a existência de inimigos comuns:

Tríplice Entente (Inglaterra, França e Rússia)
Tríplice Aliança (Alemanha, Império Austro – Húngaro e Itália)
A primeira guerra dividiu-se em 3 fases:

Guerra de movimento: momentos iniciais do conflito. O jogo de Alianças e as hostilidades arrastaram vários países para o conflito
Guerra de Trincheiras: consistia na construção de trincheiras pelos alemães em solo francês. Nesse momento foram introduzidas novas armas como as metralhadoras e os tanques.
Ofensivas
Em 1915, Japão e Itália entraram na guerra, porém, o primeiro se retirou do conflito após tomar os territórios alemães na China e algumas colônias.

Em 1916, houve duas grandes batalhas envolvendo Franceses, Ingleses e Alemães:

Batalha de Somme (1 milhão de 100 mil mortos) e a Batalha de Verdun (600 mil mortos).

Os EUA vendiam alimentos, combustível, produtos industriais e máquinas para a França e a Inglaterra. Tudo pelo sistema de crediário (“compre agora e pague depois da guerra”).

Com o passar do tempo, a situação ficava pior (destruição, fome, miséria e matanças) e os EUA começaram a temer que a França e a Inglaterra não pagassem pelas mercadorias compradas dos americanos (os dois países deviam aos americanos quase 2 bilhões de dólares).

Com essa mentalidade, os americanos começaram a fazer uma forte campanha a favor da entrada do país na guerra.

Em março de 1917, os alemães afundaram alguns navios americanos que iam comerciar com a Inglaterra e no dia 6 de abril o Congresso americano votava favoravelmente a declaração de guerra à Alemanha.


Em 1917, várias propostas de paz foram lançadas por países e entidades neutras. O presidente dos EUA (Woodrow Wilson), em 1918, levou essas idéias ao Congresso no chamado “Programa dos 14 Pontos”.

Em março do 1918 (após a revolução socialista) o governo russo assinava a paz com a Alemanha e se retirava da guerra. Bulgária, o Império Turco e o Império Austro- Húngaro também seguiam o exemplo russo e se retiraram do conflito.

Enquanto os países se retiravam aos poucos do conflito, o povo alemão se rebelava contra a guerra.

Em 1918, a Alemanha foi transformada em República e o novo governo aceitou o armistício dando por encerrado o conflito.

Em 1919, iniciou-se a Conferência de Paris (no Palácio de Versalhes), onde seriam tomadas as decisões diplomáticas do pós-guerra. Os 27 países “vencedores” participaram da conferência.

O Tratado de Versalhes colocou de lado o “Programa dos 14 Pontos” e os “vencedores” impuseram duras penalidades à Alemanha:

A Alemanha perdeu suas colônias
Ficou proibida de ter forças armadas
Foi considerada culpada pela guerra
Teve que pagar uma indenização aos “vencedores”
Com tudo isso, a Alemanha perdeu muito dinheiro e mergulhou na maior crise econômica de sua história.

Na Alemanha, não havia mais imperador, agora o país era uma república democrática e esse período foi chamado de “República de Weimar” que durou até 1933, quando os nazistas tomaram o poder impondo um regime ditatorial.

Até então, essa foi a pior guerra que o mundo conhecera, foram 9 milhões de mortos e além deles, 6 milhões de soldados voltaram mutilados.

Além dessas, a guerra também trouxe outras sérias consequências.

Famílias destruídas e crianças órfãs
Os EUA tornaram-se o país mais rico do mundo
O império Austro-Húngaro se fragmentou
Surgimento de alguns países (Iugoslávia) e desaparecimento de outros
O império turco após 200 anos de decadência se dividiu
Em 1919, foi criada a Liga das Nações (sediada na Suíça); porém, pouco tempo depois ela fracassou
O desemprego aumentou na Europa
Quatro anos após a Guerra, a Europa já não era mais a mesma. Dentre as principais mudanças estão:

presidentes no lugar de príncipes, automóveis circulando pelas ruas, submarinos nos mares e aviões nos céus
O cinema e o rádio também começaram a se expandir
As mulheres tomaram consciência dos seus direitos e tornaram-se mais livres
Tudo isso caracterizava uma nova fase mundial, era o início de um novo século.

Fonte :Infoescola

Os Celtas

Os Celtas eram os povos de família linguística indo-europeia que se localizavam no Oeste da Europa reunidos em diversas tribos.

A Civilização Celta começou a se formar a partir do segundo milênio antes de Cristo reunindo diversas etnias em tribos que ocupavam grande extensão territorial no Europa. Entre os constituintes mais famosos estavam os bretões, os gauleses, os belgas e os batavos, por exemplo. Não por acaso, esses nomes se tornaram denominações de regiões do Império Romano, que conquistaria enorme território. Os celtas, inclusiceltasve, por exemplo, iniciaram a introdução das técnicas de manuseio do ferro e da metalurgia no continente europeu.

Ao mesmo tempo em que se diz que os Celtas eram compostos de diversas tribos, é importante ressaltar que essas etnias não formavam um grupo coeso. Os vários povos que constituíam a Civilização Celta, como os já citados, seguiram rumos diversos na história do continente europeu. Alguns deles eram rivais entre si, alguns aliados do Império Romano ou isolados dos demais grupos. De toda forma, esses povos foram importantes e organizados o suficiente para gerar uma civilização com heranças históricas e culturais fundamentais para a humanidade. Devido ao vasto território ocupado por esses povos, os celtas estabeleceram contatos comerciais com diferentes civilizações do mundo antigo. Essa abrangência foi tamanha e hoje é assim reconhecida porque pode-se encontrar elementos materiais de origem etrusca e chinesa que datam de séculos antes de Cristo em territórios reconhecidamente ocupados pelos antigos celtas.

Se a Civilização Celta fosse um império coeso e unificado, ela seria um dos maiores impérios conhecidos, pois seus povos constituintes se espalharam por grande parte da Europa e mantiveram relações econômicas com diferentes etnias. Mais tarde, quando os romanos iniciaram uma grande expansão territorial, eles se beneficiaram muito das conquistas, das terras e das técnicas previamente estabelecidas pelos celtas.

Os celtas foram incapazes de combater o Império Romano em expansão por causa de sua tradicional organização. O grande número de povos e tribos, que, em diversas ocasiões, não se relacionavam pacificamente, fragmentava o poder de combate dessa civilização. Sua sociedade era, geralmente, dividida em clãs que reunia famílias dividindo as terras férteis. A sociedade era dividida em nobres, homens livres, servos, artesãos e escravos, reservando grande prestígio e influência ainda para os druidas, denominação que era dada aos sacerdotes.


Culturalmente, a Civilização Celta utilizava a língua céltica derivada dos ramos indo-europeus. Possuíam grande apreço pelas artes, marcadas por uma tendência abstrata. A religião celta contava com muitas divindades, era politeísta, que representava elementos da natureza e da vida animal. Alguns de seus mitos e lendas foram incorporados pelo paganismo romano e também na trajetória de alguns santos cristãos, como São Patrício.

Atualmente, a Civilização Celta é muito cultuada em função de seus diversos mitos que ilustram contos fantásticos retratados em livros e filmes. São riquíssimas as narrativas da mitologia celta e muito populares no Ocidente. Suas lendas influenciaram a cultura de vários países na Europa, com destaque para a corte do Rei Arthur, a espada Excalibur e as lendas de Avalon. O país que possuí maiores vestígios da civilização celta hoje é a Irlanda.


Mitologia Celta 

Os celtas, segundo alguns estudiosos um conjunto de povos, para outros uma raça, estenderam-se por toda a Europa, contribuindo para a constituição de várias outras nações. O núcleo de sua localização foi provavelmente a Alemanha, mas os chamados continentais se disseminaram pela Hungria, Grécia e pela Ásia Menor. Eles nunca formaram um bloco homogêneo, e sim tribos rivais, que nem mesmo cultuavam as mesmas divindades, com exceção de poucas entidades comuns.

Os habitantes das ilhas espalhavam-se pela Grã-Bretanha e Irlanda. É geralmente a eles que a literatura se refere ao mencionar os celtas. Pertencentes à Idade do Ferro, formavam pequenas aldeias comandadas por chefes que também lideravam combates. Não há documentos escritos sobre os celtas continentais, mas seus deuses se tornaram conhecidos através dos romanos, que assimilaram muitos de seus deuses às divindades célticas.

Os povos do Reino Unido e da Irlanda legaram também à posteridade rico complexo mitológico, transformado em obra literária na era medieval. Costuma-se dividir a mitologia celta em três classes, segundo as crenças a elas associadas – a Goidélica, irlandesa e escocesa; a Britânica Insular, galesa e da Cornuália; e Britânica Continental, da Europa Continental.

Pouco se sabe sobre os deuses celtas, muitas vezes nem como eles eram realmente nomeados. Entre eles, os pesquisadores conhecem deusas que regem os fenômenos naturais, como Tailtiu e Macha; Epona, deusa relacionada aos cavalos; Goibiniu, o produtor de cerveja; Tan Hill, equivalente céltico da entidade ligada ao Fogo; Cernunnos, Slough Feg ou Cornífero, versão latinizada, é um dos mais antigos, mas dele se ignora a história. Há também formas diversificadas da mesma divindade, dependendo da região onde ela é venerada.

É crença comum que os celtas adoravam suas divindades apenas ao ar livre, mas comprovou-se recentemente, através de escavações arqueológicas, que eles tinham sim o hábito de edificar templos, e depois da invasão de Roma, passou-se a encontrar edifícios sagrados com características celto-romanas.

No princípio, porém, os celtas realmente se limitavam a adorar seus deuses em altares construídos em bosques. Eles inclusive elegiam determinadas árvores como seres divinos. É notório o destaque concedido pelos celtas a estes elementos da Natureza, que inclusive emprestavam seus nomes sagrados ás tribos célticas e a personagens dos mitos irlandeses – Mac Cuillin, ‘filho de acebo’. Só posteriormente, com a inspiração romana, eles iniciaram a edificação de templos, costume legado aos germânicos, que os sucederam e os superaram nesta arte. Pelas pesquisas já realizadas, conclui-se hoje que os sacrifícios humanos, tão comumente atribuídos a estes povos, eram muito raramente praticados.


Para concluir, não se pode esquecer da importância dos druidas, categoria hereditária de xamãs – sacerdotes ou feiticeiros que detinham o poder da cura -, comum em todas as sociedades indo-européias da Antiguidade. Assim, eram amplamente habilitados ao exercício da magia, dos sacrifícios e das adivinhações. Podem-se encontrar muitos elementos da cultura céltica e dos druidas na obra “As Brumas de Avalon”, de Marion Zimmer Bradley.



Fontes:
http://ppg.revistas.uema.br/index.php/brathair/article/viewFile/593/514
http://www.canalacademico.com.br/revistasunic/index.php/revistaletrasmil/article/viewFile/57/50
http://ppg.revistas.uema.br/index.php/brathair/index

terça-feira, 27 de setembro de 2016

Genética


A genética é a parte da ciência que estuda a hereditariedade, a estrutura e função dos genes e a variação dos seres vivos. É através da genética que buscamos compreender os mecanismos e leis de transmissão das características através das gerações.

Os primeiros estudos da genética na ciência moderna iniciaram-se com o monge austríaco Gregor Mendel, na década de 1860. Realizando cruzamentos entre linhagens de ervilhas, ele observou a existência de “fatores” distintos que eram transmitidos dos genitores para a prole. Os padrões de herança observados por Mendel correspondem aos padrões de distribuição dos cromossomos nos gametas no processo da meiose. Mais tarde, com o aprofundamento das pesquisas, os “fatores” foram chamados de genes.

Antes de Mendel, um nobre húngaro, Imre Festetics, foi o primeiro a usar o termo genética. Em seu livro, ele descreveu várias regras sobre herança genética, tendo sido o primeiro a descrever os princípios básicos da mutação.

Em genética, a transmissão de informação envolve quatro elementos básicos: a diversidade de estruturas celulares com inúmeras formas especificando aspectos diferentes do organismo; um mecanismo de replicação que copia a informação e repassa à prole; a capacidade de mutação para que haja maior variabilidade; e a capacidade da prole em traduzir as informações herdadas em proteínas.

O método genético fundamental para o estudo dos fenômenos biológicos é a diferença genética entre os indivíduos ou variação genética. Essa variabilidade pode ser de ocorrência natural entre os indivíduos da mesma espécie, caracterizando o polimorfismo genético. Mas pode também ser causada por mutações, onde cada gene mutante revelará um componente genético do processo.

O estudo da genética abrange desde as moléculas até as populações. São nas moléculas de DNA (ácido desoxirribonucleico), parte estrutural dos cromossomos, que se localizam os genes. São os genes que trazem as informações necessárias para a síntese de proteínas. A partir da observação das variantes dos genes é possível investigar as propriedades biológicas dos organismos de forma geral.

As variações de uma mesma característica, as ações do ambiente sobre os indivíduos e outros padrões tais como taxa de reprodução, mutações e até seleção natural são objeto de estudo para os geneticistas analisarem a composição genética em uma população.

A genética é também base para a nossa compreensão da evolução. A mudança evolutiva observada nas populações é a consequência das diferentes taxas de reprodução, mutação, migração e seleção, tornando herdáveis as novas características. Sendo assim, grande parte das explicações evolutivas são também genéticas.



As descobertas em pesquisa genética nos permitem aplicá-la em áreas distintas como a da saúde (genética médica, terapia genética, aconselhamento genético), em ecologia (melhoramento genético de espécies, preservação de espécies ameaçadas de extinção), zoologia (taxonomia molecular animal), dentre outras (taxonomia molecular de microrganismos, genética forense, toxicogenética, epidemiologia genética). Mas ainda há muito a ser pesquisado e, é sempre necessário avaliar quais são os reais benefícios e os possíveis reveses da aplicação desses novos conhecimentos no nosso dia a dia.

O que é Genética

A Genética é o ramo da biologia que estuda a transferência das características físicas e biológicas de geração para geração. Muitas cientistas acreditam que a explicação para inúmeros problemas genéticos se encontra nos genes.

A hereditariedade é a herança genética que recebemos de nossos antepassados, seja ela, características físicas ou, até mesmo, doenças. Daí a explicação de filhos se parecerem com o pai, com a mãe, avô, avó, tio, tia e até parentes mais distantes.

Uma outra forma de se observar a hereditariedade, é através do cruzamento de um rato branco de pêlo liso com um rato preto de pêlo eriçado. Os filhotes deste cruzamento certamente nascerão pretos e com pêlos eriçados, pelo fato dos genes do rato preto serem mais fortes; contudo, quando estes filhotes atingirem a idade adulta, poderão ter crias de pêlo branco e liso. Isso se deve a mistura de genes que eles possuem.

Atualmente há muitas pesquisas sobre o código genético. Os cientistas acreditam que graças a estes estudos, futuramente será possível eliminar muitas doenças de origem genética que atingem inúmeras pessoas em todo o mundo.

Principais distúrbios e alterações de origem genética:

- Síndrome de down (acidente genético), talassemia (desordem hereditária), albinismo (distúrbio congênito), daltonismo (distúrbio genético), Síndrome de Turner (anomalia cromossômica), etc.

O que é o genoma humano

Podemos dizer que genoma é o código genético do ser humano, ou seja, o conjunto dos genes humanos. No material genético podemos encontrar todas as informações para o desenvolvimento e funcionamento do organismo do ser humano. Este código genético está presente em cada uma das nossas células. O genoma humano apresenta-se por 23 pares de cromossomos que contem interiormente os genes. Todas as informações são codificadas pelo DNA, o ácido desoxirribonucléico. Este ácido, que tem um formato de dupla hélice, (veja figura do DNA acima) é formado por quatro bases que se juntam  aos pares: adenina com timina e citosina com guanima.

A utilidade do genoma humano

Através do mapeamento genético do genoma humano será possível, muito em breve, descobrir a causa de muitas doenças.  Muitos remédios e vacinas poderão ser desenvolvidos a partir das informações obtidas pelas pesquisas genéticas. Descobrindo a causa de várias doenças, o ser humano poderá adotar medidas de prevenção.

Através de pesquisas genéticas e exames, já é possível detectar se um ser humano tem predisposição para sofrer de certas doenças ou se um embrião herdou doenças graves. Em breve, quando forem descobertas as funções de todos os genes humanos, outros benefícios virão.

Principais áreas da Genética

- Genética Molecular - enfatiza ao estudo das estruturas e funções dos genes em nível molecular.

- Genética Clássica - utiliza procedimentos e técnicas da Genética antes da chegada da Biologia Molecular.

- Genética de Populações - estuda  as mudanças que ocorrem nos alelos com as influências das forças evolutivas.

- Genética Ecológica - analisa e estuda a Genética levando em conta as interações dos organismos e destes com o meio ambiente.

- Genômica - estuda os padrões genéticos de determinadas espécies.

O Projeto Genoma

O geneticista Craig Venture, dono da empresa de pesquisas genética Ventura, completou em 2000 o sequenciamento genético de todos os genes humanos. Foram identificadas todas as bases (moléculas químicas que formam o DNA ).

Paralelamente o Projeto Genoma, que teve a participação de várias instituições de pesquisa do mundo todo, também concluiu o mapeamento genético.


Referência bibliográfica:
Dolinsky, L. C. B. As diversas aplicabilidades da genética molecular no século XXI: Uma nova era nas ciências biológicas. 2007. Saúde e Ambiente em Revista. 2 (1): 21-25.

Griffiths, A. J. F., Wessler, S. R., Lewontin, R. C., Carroll, S. B. Introdução à genética. 9. ed. Rio de Janeiro: Guanabara Koogan, 2009.

Lendas Folclóricas



Folclore

O que é Folclore:

Folclore é o conjunto de tradições e manifestações populares constituído por lendas, mitos, provérbios, danças e costumes que são passados de geração em geração.
A palavra tem origem no inglês, em que "folklore" significa sabedoria popular. A palavra é formada pela junção de folk (povo) e lore (sabedoria ou conhecimento).
O folclore simboliza a cultura popular e apresenta grande importância na identidade de um povo, de uma nação. Para não se perder a tradição folclórica, é importante que as manifestações culturais sejam transmitidas através das gerações.
O folclore é o produto da cultura de um país e por isso cada país tem elementos únicos de folclore. O folclore japonês, por exemplo, está repleto de lendas sobre criaturas misteriosas e sobrenaturais, conhecidas como Yokai ou Youkai (aparições misteriosas).
A UNESCO é uma organização internacional que tenta salvaguardar o patrimônio cultural e sensibilizar o povo para a importância da herança folclórica e necessidade de preservação da cultura popular.
Em sentido figurado, a palavra "folclore" é usada com o significado pejorativo de "mentira", "invenção", designando algo fantasioso. Também se refere a determinadas características pitorescas relacionadas com uma pessoa, um acontecimento, um lugar, etc. Por exemplo: folclore político.

Folclore brasileiro

O folclore brasileiro é muito rico e há uma grande variedade de manifestações culturais em todo o Brasil. Apenas alguns exemplos:
  • Festas populares: Carnaval, Festas Juninas, Cavalhadas, Festa do Divino;
  • Lendas e Mitos: Saci-Pererê, Negrinho do pastoreio, Mula sem cabeça, Lobisomem, Curupira, Bicho-papão, Boitatá;
  • Música e Dança: Frevo, Samba, Fandango, Xaxado, Xote, Maracatu, Pau-de-fita, Quadrilha
  • Cantigas de roda: Atirei o Pau no Gato, Escravos de Jó, Ciranda-cirandinha, O Cravo e a Rosa, Sapo Cururu.
No Brasil, o Dia do Folclore é celebrado no dia 22 de Agosto.

Podemos definir o folclore como um conjunto de mitos e lendas que as pessoas passam de geração para geração. Muitos nascem da pura imaginação das pessoas, principalmente dos moradores das regiões do interior do Brasil. Muitas destas histórias foram criadas para passar mensagens importantes ou apenas para assustar as pessoas. O folclore pode ser dividido em lendas e mitos. Muitos deles deram origem à festas populares, que ocorrem pelos quatro cantos do país.

As lendas são estórias contadas por pessoas e transmitidas oralmente através dos tempos. Misturam fatos reais e históricos com acontecimentos que são frutos da fantasia. As lendas procuraram dar explicação a acontecimentos misteriosos ou sobrenaturais.

Os mitos são narrativas que possuem um forte componente simbólico. Como os povos da antiguidade não conseguiam explicar os fenômenos da natureza, através de explicações científicas, criavam mitos com este objetivo: dar sentido as coisas do mundo. Os mitos também serviam como uma forma de passar conhecimentos e alertar as pessoas sobre perigos ou defeitos e qualidades do ser humano. Deuses, heróis e personagens sobrenaturais se misturam com fatos da realidade para dar sentido a vida e ao mundo.

Algumas lendas, mitos e contos folclóricos do Brasil:


Boitatá

Representada por uma cobra de fogo que protege as matas e os animais e tem a capacidade de perseguir e matar aqueles que desrespeitam a natureza. Acredita-se que este mito é de origem indígena e que seja um dos primeiros do folclore brasileiro. Foram encontrados relatos do boitatá em cartas do padre jesuíta José de Anchieta, em 1560. Na região nordeste, o boitatá é conhecido como "fogo que corre".

Boto

Acredita-se que a lenda do boto tenha surgido na região amazônica. Ele é representado por um homem jovem, bonito e charmoso que encanta mulheres em bailes e festas. Após a conquista, leva as jovens para a beira de um rio e as engravida. Antes de a madrugada chegar, ele mergulha nas águas do rio para transformar-se em um boto.

Curupira

Assim como o boitatá, o curupira também é um protetor das matas e dos animais silvestres. Representado por um anão de cabelos compridos e com os pés virados para trás. Persegue e mata todos que desrespeitam a natureza. Quando alguém desaparece nas matas, muitos habitantes do interior acreditam que é obra do curupira.

Lobisomem

Este mito aparece em várias regiões do mundo. Diz o mito que um homem foi atacado por um lobo numa noite de lua cheia e não morreu, porém desenvolveu a capacidade de transforma-se em lobo nas noites de lua cheia. Nestas noites, o lobisomem ataca todos aqueles que encontra pela frente. Somente um tiro de bala de prata em seu coração seria capaz de matá-lo.

Mãe-D'água

Encontramos na mitologia universal um personagem muito parecido com a mãe-d'água : a sereia. Este personagem tem o corpo metade de mulher e metade de peixe. Com seu canto atraente, consegue encantar os homens e levá-los para o fundo das águas.

Corpo-seco

É uma espécie de assombração que fica assustando as pessoas nas estradas. Em vida, era um homem que foi muito malvado e só pensava em fazer coisas ruins, chegando a prejudicar e maltratar a própria mãe. Após sua morte, foi rejeitado pela terra e teve que viver como uma alma penada.

Pisadeira

É uma velha de chinelos que aparece nas madrugadas para pisar na barriga das pessoas, provocando a falta de ar. Dizem que costuma aparecer quando as pessoas vão dormir de estômago muito cheio.

Mula-sem-cabeça

Surgido na região interior, conta que uma mulher teve um romance com um padre. Como castigo, em todas as noites de quinta para sexta-feira é transformada num animal quadrúpede que galopa e salta sem parar, enquanto solta fogo pelas narinas.

Mãe-de-ouro

Representada por uma bola de fogo que indica os locais onde se encontra jazidas de ouro. Também aparece em alguns mitos como sendo uma mulher luminosa que voa pelos ares. Em alguns locais do Brasil, toma a forma de uma mulher bonita que habita cavernas e após atrair homens casados, os faz largar suas famílias.

Saci-Pererê

O saci-pererê é representado por um menino negro que tem apenas uma perna. Sempre com seu cachimbo e com um gorro vermelho que lhe dá poderes mágicos. Vive aprontando travessuras e se diverte muito com isso. Adora espantar cavalos, queimar comida e acordar pessoas com gargalhadas.

Capelobo

Personagem folclórico típico da região Norte do Brasil (principalmente Maranhão e Pará). O capelobo é uma espécie de monstro com corpo de homem musculoso e peludo e cabeça de tamanduá-bandeira. Feroz, ataca caçadores nas florestas e se alimenta de carne de gatos e cachorros.

Comadre Florzinha (ou Comadre Fulozinha)

É uma mulher cabocla, representada em algumas versões da lenda como uma espécie de fada pequena, que vive nas florestas do Brasil (principalmente na Zona da Mata nordestina). Vaidosa e maliciosa, possui cabelos compridos e enfeitados com flores coloridas. Vive para proteger a fauna e a flora. Junto com suas irmãs, vivem aplicando sustos e travessuras nos caçadores e pessoas que tentam desmatar a floresta.

Outras manifestações folclóricas do Brasil:

Além dos mitos e lendas, o folclore brasileiro apresenta uma grande diversidade cultural. Podemos também considerar como legítimas representações do nosso folclore: ritmos e danças folclóricas (carimbó, forró, capoeira, frevo, caiapó), comidas regionais típicas, músicas regionais, encenações (marujada, bumba-meu-boi, congada e cavalhada) superstições, representações artísticas (artesanato, confecção de rendas e cestas de palha), comemorações, brincadeiras e jogos infantis (parlendas, amarelinha e trava-línguas), ditados populares, tradições, crenças e festas populares (festa junina, Festa do Divino, Círio de Nazaré e Folia de Reis).

Revolução dos Cravos