quinta-feira, 30 de março de 2017

Elesbão , O Bleso

Elesbão, o bleso

Elesbão era conhecido na cidade por três particularidades: era bleso, sofria de incurável ofíase e criava gimnuro. Além disso, seu rosto glabriúsculo lembrava o de uma donzela gípsea.

Às tardes, cumpria um hábito cotio: com seu nariz acipitrino, lá se ia ele, em prolongadas giratas, bisbilhando sempre, entre dentes, surradas gnomas, de todos conhecidas.

Atendia-o, nos serviços de casa, um gibi magricela, portador de estranho gilvaz, que havia acolhido, por era de boamente. O tal, apesar de sua irrecuperável acídia e não raro acrasia - já que abusava dos abres, principalmente da cabriúva - era mantido por Elesbão, que morria de amores pelos saborosos doces de gila-caiota, que sabia, como ninguém, preparar.

Conta-se, porém, que certa vez, Elesbão abecou-o, por ter descoberto que o pixaim era atrevido em pôr aratacas, de pura maldade. Nesse dia, Elesbão, justamente achavescado, ficou de capiroto aceso, acofobou-se e acajipou a focinheira do cafuzo. Mas este nem chus nem bus."

Autor : Carlos Menezes




Tecla SAP:

“Elesbão, o gago.

Elesbão era conhecido na cidade por três particularidades: tinha defeito de pronúncia era gago, sofria de incurável doença de pele que causava queda de cabelos, e criava um espécie curiosa de macaco. Além disso, seu rosto sem barba lembrava o de uma donzela feita de gesso.

Às tardes, cumpria um hábito cotidiano: com seu nariz de ave de rapina, lá se ia ele, em prolongados giros, murmurando sempre, entre dentes, surrados provérbios, de todos conhecidos.

Atendia-o, nos serviços de casa, um negrinho magricelo, portador de estranha cicatriz facial, que havia acolhido, por era de boa vontade. O tal, apesar de sua irrecuperável melancolia de crises constantes - já que abusava da cachaça, principalmente de uma feita com aguardente, gengibre e açúcar - era mantido por Elesbão, que morria de amores pelos saborosos doces de abóbora, que sabia, como ninguém, preparar.

Conta-se, porém, que certa vez, Elesbão agarrou-o ameaçadoramente pela gola, por ter descoberto que o cabelo ruim era atrevido em pôr armadilha de pegar passarinho, de pura maldade. Nesse dia, Elesbão, de modo grosseiro, ficou com o diabo no corpo, afobou-se e deformou a fuça do mestiço, que ficou quietinho, sem dar pio.”

quarta-feira, 22 de março de 2017

Émile Durkheim

Considerado por muitos como o grande fundador das Ciências Sociais, Émile Durkheim nasceu na França em 1858 e lá viveu até sua morte, em 1917. Diretamente influenciado pelo positivismo de Auguste Comte, dedicou sua trajetória intelectual a elaborar uma ciência que possibilitasse o entendimento dos comportamentos coletivos. Sua grande preocupação era explicar os elementos capazes de manter coesa a nova sociedade que ia se configurando após a Revolução Industrial e a Revolução Francesa.
Durkheim determina o fato social como objeto central de investigação deste novo campo científico. Entende-se o fato social como uma “coisa” que exerce força de coerção sobre os sujeitos, independente de sua vontade ou ação individual. O fato social se impõem na direção da sociedade para o indivíduo e se estabelece de forma a homogenizar e padronizar os comportamentos particulares, garantindo que sejam coletivos. Propositalmente, Durkheim chama o fato social de “coisa” para ressaltar que ele é um objeto no sentido científico, isso é, algo que pode ser observado, definido e explicado pelo cientista social.

Em seu importantíssimo estudo O Suicídio, publicado em 1897, Durkheim observa que as taxas de morte voluntária são contantes em diferentes períodos. O autor trata, portanto, o suicídio como um fenômeno que não age unicamente sob o indivíduo, mas cujas forças encontram-se atuantes em todo o corpo social. Logo, Durkheim passa a considerar o suicídio como um fato social que deve ser estudado e analisado por ele enquanto cientista social. Seguindo esse raciocínio, o suicídio, ainda que não possa ser considerado como algo benéfico, é considerado normal do ponto de vista sociológico. Durkheim nota que em momentos de crise econômica ou política, as taxas de suicídio elevam-se, fugindo dos padrões. Para ele, esse é um fenômeno anômico, isso é, que foge da normalidade.
Como um bom positivista, Émile Durkheim têm uma visão harmoniosa da sociedade e, por conseguinte, os desvios de padrões são sempre vistos como anomalias que podem ser corrigidas pela organização das forças sociais. Para Durkheim, as sociedades tradicionais – pré-modernas e pré-industriais – mantinham a sua coesão através da chamada solidariedade mecânica, uma vez em que as mudanças não eram comuns e os indivíduos não se diferenciavam muito entre si e entre as gerações e as atividades profissionais. Numa sociedade como a nossa, em que as mudanças são rápidas e as atividades de trabalhos são muito variadas, a unidade social é dada pelo que ele denomina solidariedade orgânica. Esse conceito traz a ideia de que a sociedade industrial mantêm-se em um funcionamento relativamente harmonioso, possibilitado pelo fato de que cada grupo ou indivíduo ocupa uma função diferente, cumprindo cada um seu papel na sociedade através da divisão social do trabalho.
O Estado aparece na obra de Durkheim como a instituição responsável por organizar essa divisão do trabalho, exercendo uma força capaz de garantir sua unidade. A educação, tema muito discutido pelo autor, também tem para ele um papel importante na função de preparar o indivíduo para integrar-se harmoniosamente no corpo social. A colaboração de Durkheim para o entendimento da sociedade é crucial. Entretanto, o excessivo apagamento do indivíduo – que só ganha valor quanto útil a sociedade – fez do pensamento durkheimiano alvo de muitas críticas posteriores.




Obras de Émile Durkheim

Da Divisão do Trabalho Social, 1893
As Regras do Método Sociológico, 1895
O Suicídio, 1897
As Formas Elementares da Vida Religiosa, 1912
A Educação e a Sociologia, 1922 (obra póstuma)
Sociologia e Filosofia, 1924 (obra póstuma)
A Educação Moral, 1925 (obra póstuma)


Bibliografia:
ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 2000.
DURKHEIM, Émile. Lições de Sociologia. São Paulo: Martins Fontes, 2002.

Mães Especiais


Hoje a minha dedicatória e relato são destinados para A MÃE.
Toda ela tem a dádiva de gerar um SER em seu ventre, mas em especial quero falar daquela que convivi meses, anos, dias. Aquela que perdeu seu filho, Aquela que recebeu seu filho com algum tipo de limitação, Aquela que enfrenta a sociedade e vai à luta por ele, Aquela que vivencia toda a rotina de uma criança com Síndrome, Epilepsia, Autismo, Leucemia, Câncer, Doença auto-imune, Deficiência visual. Encefalopatia e outras patologias.
Com vocês pude ver o que é amor verdadeiro, O que é a fé e esperança, O quanto vocês foram /são Guerreiras, o tamanho do amor e dedicação pelo filho.
É um sentimento inexplicável visto para quem está de fora.
MÃES ESPECIAS de estrutura INABALAVEL se dão no total direito para que possam viver toda dor e angustia da forma que acharem melhor e sem receios para julgamentos.
Hoje o meu muito obrigada pela lição de vida é todo dedicado é vocês.
                                                                                                                       
 Ana Carina Paulo 22/03/2017



Revolução dos Cravos