sexta-feira, 13 de julho de 2012

Ankhesenamon


Confesso que recebo um bom número de recados de pessoas fazendo verdadeiras declarações de amor a esta figura tão negligenciada na história egípcia e posso dizer, sem receio algum, que me sinto privilegiada por receber tais mensagens dos fãs dela, pois, não é só um sinal de que o meu trabalho está sendo recompensado, mas também porque nos últimos anos me tornei também uma de suas admiradoras. Ankhesenamon também já foi humana e acredite tão humana quanto qualquer um de nós, embora na sua época tenha sido posta em um patamar acima de todos os outros seres humanos, ao ponto de ter recebido, com o seu irmão, o direito a governar o Egito ainda quando infantes.




Ankhesenamon (ilustração cortada). Foto: Araldo de Luca.

“Ankhesenamon também já foi humana e acredite tão humana quanto qualquer um de nós, embora na sua época tenha sido posta em um patamar acima de todos os outros seres humanos (…)”



Apesar de hoje nos parecer um equívoco colocar crianças no poder não era um absurdo para algumas sociedades antigas, dentre elas a egípcia. Por viverem em um mundo totalmente diferente do nosso em termos de ideais, Ankhesenamon e seu esposo eram reverenciados como deuses, embora o palácio ainda se recuperasse do trauma do reinado do faraó anterior, Akhenaton. Como podemos ver o jovem casal real não era um simples par de crianças, pois estavam nesta condição de deuses viventes na terra e recebiam orações de pessoas que desejavam que seus corpos vivessem para sempre. Este era o quadro da época em que Ankhesenamon e Tutankhamon começaram o reinado, mas se alguém me questionasse se o séquito que os acompanhava acreditava que de fato seus jovens governantes possuíam uma essência divina eu jamais saberia dizer, isto é quase a mesma coisa que me perguntar se eu acho que os padres do vaticano acreditam que o Papa possui algum propósito sagrado.


Ankhesenamon em Luxor (ilustração cortada). Foto: Lionel Leruste. 2007.

Por muito tempo imaginei como seria possível alguém conseguir adorar outra pessoa (e não falo deHollywood, ou coisas do gênero), acreditarem que a existência de outro alguém é muito mais importante do que a sua. Relutei um pouco e acredito que neste momento consigo entender. Odeio fazer analogia entre sociedades, mas sendo que agora me é possível: se lembrarmos de Sei Shônagon (Japão) e sua imperatriz Sadako ou da Madame de Noailles e sua exorbitante etiqueta para com a casa real francesa cremos que estas duas figuras acreditavam fielmente que os seus senhores eram enviados divinos e se sentiam extremamente privilegiadas por estar próximos a eles. Shônagon, por exemplo, chega a quase se sentir imoral ao olhar para os imperadores.

“(…) se alguém me questionasse se o séquito que os acompanhava acreditava que de fato seus jovens governantes possuíam uma essência divina eu jamais saberia dizer, isto é quase a mesma coisa que me perguntar se eu acho que os padres do vaticano acreditam que o Papa possui algum propósito sagrado.”


Embora seja ainda tão ignorada pelo o meio acadêmico, ritualisticamente e administrativamente Ankhesenamon toma papeis importantes durante e após o reinado do esposo. Ela, em termos religiosos, é em parte a essência de Tutankhamon e quando este morre a governante participa ativamente dos ritos de passagem do marido para a vida após a vida. Sua imagem está em muitos lugares dentre os artefatos da KV-62, assim, quando unimos esta situação ao fato de que Tutankhamon era um colecionador de lembranças e levou consigo todas as coisas que mais apreciava, não seria incomum que ele levasse também tantas imagens de sua dúplice e consorte.

Mesmo com todo o apelo divino a rainha naturalmente já tem para si um clamor e amor pela a vida sem igual e uma naturalidade e frescor que é tão difícil de encontrar em muitas de suas antecessoras e sucessoras, esta impressão talvez venha dos resquícios da Era Amarna que ainda rondavam a arte palaciana durante o reinado de Tutankhamon.
É incrível como ela ganhou tantos adeptos ao longo dos milênios, desde Tutankhamon a gente comum de alguma cidade em um país qualquer. Depois de quase três anos não consigo parar de me espantar com o tamanho carinho que as pessoas sentem pela Ankhesenamon, uma rainha morta a mais de três milênios, mas que parece continuar viva nos corações de milhares de admiradores.





Ankhesenamon em Luxor (ilustração cortada). Giuseppe. 2000.




Ankhesenamon foi a terceira das seis filhas do faraó Akhenaton e da rainha Nefertiti.
Grande esposa real do faraó Tutankhamon, tinha como nome original Ankhesenpaaton, o que significa "ela vive para Aton", nome que estava relacionado com a doutrina religiosa desenvolvida por seu pai, que fazia do deus Aton a única divindade digna de culto.
Quando sua mãe morreu, a irmã mais velha de Ankhesenamon, Meritaton, tornou-se a grande esposa real (ou seja esposa principal) do faraó. Ankhesenamon também teria casado com o pai e tido uma filha chamada Ankhesenpaaton-Tacherit, embora nem todos os egiptólogos considerem esta figura da corte de Amarna como resultado desta união.
Com o falecimento de Akhenaton, Meritaton casa-se com Smenkhkare, mas ambos permaneceram no trono por cerca de três anos. Com a morte deste casal real, e o casamento com Tutankhamon, seu irmão mais novo, o seu nome mudou para Ankhesenamon ("ela vive para Amon"), facto relacionado com a restauração do deus Amon como divindade principal da dinastia.
Ela surge em representações artísticas de manifestações de afecto com Tutankhamon, sendo uma das mais conhecidas a retratada numa cadeira do faraó, na qual a rainha aparece aplicando óleos no esposo.

Caçando aves. Tutankhamon com um arco e flechas. Ankhesenamun aos seus pés passando-lhes mais flechas. Esta é a imagem também é do interior tumba do faraó.
No túmulo de Tutankhamon (descoberto em 1922 por Howard Carter) foram encontrados dois fetos mumificados, que se julgam serem os filhos dele com Ankhesenamon, nascidos de maneira prematura.

Quando o seu esposo faleceu Ankhesenamon escreveu ao rei dos hititas, Suppiluliuma, solicitando o envio de um dos seus filhos para casar consigo e tornar-se rei do Egipto, um facto estranho, tendo em conta que os hititas eram inimigos dos Egípcios. Suppiluliuma duvidou da sinceridade do pedido, julgando tratar-se de uma cilada. Na sua mensagem o rei hitita pergunta à rainha onde está o filho de Tutankhamon, respondendo esta, de forma impaciente, quem não tem filhos. Depois de Ankhesenamon repetir o pedido, o rei hitita envia-lhe um dos filhos que se julga ter sido assassinado pelo caminho por egípcios que tomaram conhecimento dos planos da rainha.
Ankhesenamon casou com Ai ( AY ) que tinha sido membro da corte de Tutankhamon), talvez contra a sua vontade, e este tornou-se faraó. Desde então nada mais se sabe desta rainha, nem mesmo sua morte. Especula-se que tenha sido condenada à morte por traição, tendo-lhe sido concedida a hipótese de cometer suicídio em vez de ser executada, privilégio reservado aos nobres entre os egípcios, mas não se sabe o que realmente aconteceu.



Fonte : wikipedia

2 comentários:

  1. Olá Querido Anônimo , realmente faltou a fonte vou acertar isso , Mas , não retiramos nada do site que você indicou !
    Obrigada pela lembrança.

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  2. Pegou sim, sou um grande fã da Rainha Ankhesenamon e vi que no endereço que mostrei aqui o texto é igualzinho (até mesmo as legendas das imagens), só que lá é de 2010 e aqui de 2012. Vou denunciar o seu link para eles. Plagio não é legal.

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