Médico explica vantagens e riscos do novo procedimento, aprovado na Inglaterra
O uso do balão intragástrico para emagrecer se tornou uma alternativa para quem está muito acima do peso, mas já não consegue mais resultados com dietas e nem quer recorrer a cirurgias. Menos invasivo, o balão é colocado através de um procedimento rápido e passa a ocupar entre 50% e 60% do espaço no estômago do paciente, levando ao cérebro a sensação de saciedade, o que reduz a quantidade de comida ingerida.
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A novidade mais recente, aprovada na Inglaterra como método de emagracimento, é um dispositivo que se assemelha a uma pílula. Depois de ingerido, ele se transforma em um balão gástrico.
Ação no organismo
“Esse dispositivo foi desenvolvido para ser implantado sem sedação nem anestesia e ingerido na presença do médico. O paciente engole o dispositivo, em formato de pílula, recoberto por uma proteção de gel que se desfaz em contato com o ácido do estômago, liberando o balão. Neste momento, a equipe médica posiciona o balão e o insufla adequadamente por meio de um catéter que sai pela boca do paciente. Ao término da insuflação, este catéter é retirado por meio de tração e uma válvula localizada no balão se encarrega de impedir vazamentos”, explica o cirurgião Martinho Rolfsen, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Depois de um determinado tempo de permanência do dispositivo no interior do estômago, ele é retirado por meio de uma endoscopia convencional, com o paciente devidamente sedado.
Pontos positivos e negativos
O dispositivo, segundo o médico, tem a seu favor o simples procedimento ambulatorial, com retorno precoce às atividades, ausência da necessidade de procedimento cirúrgico e ausência da necessidade de procedimento endoscópico para sua implantação.
Por outro lado, apresenta dificuldade de posicionamento adequado no interior do estômago, impossibilidade de verificação de defeitos do dispositivo, mau funcionamento ou falhas como vazamento durante sua implantação e impossibilidade de verificação de complicações relacionadas ao procedimento durante sua implantação. “A perda de peso é menor que a de uma cirurgia de obesidade e está relacionada ao peso corporal inicial, variando de acordo com fatores individuais como: sexo, idade, constituição física (percentual de gordura, massa magra, ossos, etc), grau de atividade física, tipo de alimentação e comprometimento do paciente em seguir o programa”, explica.
O médico faz ainda um alerta: este procedimento só terá resultados satisfatórios se o paciente com obesidade ou sobrepeso fizer uma mudança em seus hábitos e estilo de vida. “Sem estas medidas, pouco acrescentaria na famosa rotina de perda e reganho de peso tão conhecida”, afirma.
Intervenções cirúrgicas para emagrecer
Os procedimentos considerados mais invasivos são indicados em casos de pessoas que já tentaram diversas medidas para eliminar o peso excessivo, de forma bem orientada e assistida, mas, mesmo assim, não obtiveram sucesso. Outra indicação é para aqueles que possuem peso excessivo estável há muitos anos. Ou, ainda, para quem tem um índice de massa corporal (IMC) maior que 40 kg/m2 ou maior que 35kg/m2 associado a doenças relacionadas ao acúmulo de peso extra.
No Brasil – considerado hoje o segundo maior centro mundial em cirurgia bariátrica, atrás apenas dos Estados Unidos – a idade mínima para realização da cirurgia bariátrica foi reduzida de 18 para 16 anos, de acordo com o Ministério da Saúde. A idade máxima, que era de 65 anos, também foi alterada. O que é levado em conta é a avaliação clínica do paciente, e não mais sua idade. É sempre importante lembrar que, antes de fazer qualquer procedimento, é necessário passar por uma avaliação médica criteriosa.
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