sexta-feira, 13 de setembro de 2013

Quando a tristeza bate no peito

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A depressão, acredite, é capaz de agredir os vasos sanguíneos e contribuir para danos ao coração
“Doutor, eu costumo me levantar da cama já cansada e sem ânimo para nada…”. No consultório médico, queixas como essa servem de alerta para o diagnóstico da depressão, distúrbio que mantém elo estreito com problemas cardiovasculares. “Está cada vez mais comprovada a relação entre esse tipo de transtorno mental e males como a hipertensão e a formação de placas nas artérias”, afirma o cardiologista Maurício Wajngarten, coordenador do Fórum Permanente de Prevenção da Sociedade de Cardiologia do Estado de São Paulo, a Socesp.
Wajngarten participou de um estudo no Instituto do Coração do Hospital das Clínicas de São Paulo, o Incor, que apontou um aumento no estímulo para a produção de substâncias vasoconstritoras, caso da noradrenalina, no organismo dos mais deprimidos. Esse fenômeno, que faz as artérias ficarem com o calibre mais estreito, se deve a um estímulo exagerado do sistema nervoso simpático, um dos responsáveis por regular a pressão arterial. É uma evidência de que, quando está abalado, nosso controle emocional gera mesmo respostas físicas no nosso corpo.
Além desse incentivo ao aperto nos vasos, há fortes indícios de que pessoas com depressão — e as estatísticas mostram que as mulheres sofrem mais do problema que os homens — estão sujeitas a um processo inflamatório constante.  Como já está devidamente demonstrado, as inflamações são capazes de danificar o endotélio, a parede interna dos vasos, favorecendo o processo de entupimento que pode culminar em um infarto.
Outro fator que conta pontos aqui é que, infelizmente, a maioria das pessoas que sofre com a tristeza profunda não apresenta nenhuma disposição para a prática de atividade física. Muitos nem sequer saem de casa para uma simples caminhada. Pra piorar, grande parte dos depressivos não cuida direito da alimentação, outro prato cheio para somar pontos em prol de problemas cardiovasculares. O marasmo sem fim pede apoio médico e especializado. Deixando a cabeça em ordem, o coração fica mais protegido.

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