sexta-feira, 16 de agosto de 2013

CÂNCER E CORAÇÃO

Tumores não originados no coração mas que o atingem
A maioria dos tumores do coração não tem origem no próprio coração, pois são mais freqüentemente oriundos de tumores à distância (metastáticos). Podem atingir o coração por via hemática (a maioria) ou por via contígua, quando se originam em tecidos vizinhos do coração e o invadem.
Qualquer tumor pode atingir estruturas do coração. Os mais freqüentes são o câncer de pulmão, de mamas, melanomas, leucemia e linfomas. Nas autópsias encontram-se desde 1 até 20% de comprometimento do coração pelo câncer. Nos melanomas, essa freqüência chega a 60%.
Os sinais e sintomas produzidos por tumores metastáticos no coração são semelhantes aos dos tumores benignos, mas essas manifestações muitas vezes não são registradas, tanto pelo paciente como pelo médico, porque as produzidas pela doença primária geralmente predominam o quadro clínico.
A hipercoagulabilidade do sangue, uma tendência aumentada do sangue de coagular e formar êmbolos, está aumentada em pessoas portadores de tumores. Isso pode obstruir vasos em qualquer parte do organismo, dependendo os sintomas dos vasos obstruídos.
Existe ainda uma tendência aumentada nos portadores de câncer, principalmente os cânceres originados no sistema digestivo, para a instalação de endocardite trombótica não bacteriana. Uma outra maneira do câncer comprometer o coração são as conseqüências do tratamento.
A radioterapia pode comprometer as coronárias por promover a arteriosclerose. Pode também causar dano ao músculo cardíaco, provocando a miocardite actínica. Ao atingir o pericárdio pode provocar pericardite. A radiação atinge tanto as células doentes como as sadias.
A quimioterapia, principalmente daqueles cânceres que melhor respondem a esse tratamento, pode provocar dano considerável ao coração. As conseqüências da quimioterapia costumam se manifestar no coração tardiamente, quando a doença básica está curada ou em estágio paliativo prolongado. Quem deverá pesar os prós e os contras na escolha de qualquer tratamento e seus eventuais riscos e benefícios, é o médico responsável pelo paciente.
Para tomar as decisões são levados em conta: 
 
a idade do paciente,
a existência ou não de cardiopatia prévia,
a sensibilidade do paciente a certos medicamentos,
as chances de resposta a esse ou aquele medicamento.
Todos esses dados fazem o médico decidir o que é melhor para cada caso.
Decisões sobre: 
 
a indicação do tipo de tratamento,
as doses,
as associações de terapêuticas,
o tempo de tratamento,
quais as drogas mais indicadas,
São questões que uma equipe de especialistas deve assumir. O objetivo é conseguir a cura, ou um grau maior de eficácia e sobrevida com uma melhor qualidade de vida, sem causar danos maiores aos diversos sistemas do paciente, inclusive o cardiovascular.
É uma questão multidisciplinar.


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