O tema desse nosso artigo, já sabemos, causará polêmica e oposições muito fortes, no entanto, se faz necessário que ele seja colocado.
No objetivo desse blog, deixamos claro, que realizaríamos um trabalho independente, sem nos prendermos a tabus, dogmas, mistérios, mitos ou erós (segredos). Em pleno séc. XXI, não é mais possível, que na Umbanda existam assuntos proibidos, temas inquestionáveis, mitos, lendas e certas práticas que, se corretamente fundamentadas na sua origem, são perpetuadas e disseminadas de forma errada atendendo aos interesses de poucos. Todo umbandista é um livre-pensador e é exatamente na prática dessa liberdade, que cabe ao adepto realizar o desenvolvimento dos seus conhecimentos, o estudo permanente da religião, as reflexões sobre todos os assuntos espirituais, o pleno exercício racional da sua fé, uma auto-análise sincera e uma crítica responsável.
Sim, é necessário que o filho-de-fé, exerça o seu direito a crítica. A Umbanda precisa, que o movimento umbandista, cada vez mais, dentro do plano traçado por sua hierarquia superior, contribua para evolução planetária e para que isso seja alcançado muita coisa precisa ser mudada. Não se conquista evolução sem mudança e toda mudança exige respeito ao passado, modificação no presente e que se agregue algo novo para o futuro.
A Umbanda é uma religião dinâmica, transformadora e não estática, parada no tempo e no espaço. Isso significa dizer, que na Umbanda, tudo se modifica continuamente, o novo quando não substitui, transforma o velho ou renova o que já existe. O movimento umbandista, não é um universo religioso acabado, pronto e perfeito, ele está em constante ebulição, como a sua própria denominação revela, em pleno movimento, em constante modificação, ou seja sofrendo um processo de mudança permanente. Por isso, deve ser diariamente trabalhado, completamente estudado e continuamente criticado, para cumprirmos as metas traçadas pelo mundo espiritual. E quem deve fazer esse trabalho, senão os umbandistas, que são os principais colaboradores e participantes dessa Obra Divina.
Entretanto, somente se consegue criticar algo, quando se pratica mesmo que inconsciente, o exercício da dúvida. Esse exercício é um método, que consiste em questionar a veracidade de algo, chegando totalmente a sua negação e depois construir, através do raciocínio lógico, da pesquisa e do uso da razão, a certeza e a verdade novamente.
É, totalmente, consciente desse meu direito de refletir, pensar e estudar a Umbanda, que apresento esse estudo sobre o processo de iniciação (feitura de santo), dentro do movimento umbandista, mais particularmente na Escola ou Culto Omolocô e diretamente sobre a minha experiência como inciado. A necessidade de obter, por mim mesmo, a constatação de tais ensinamentos, começou a surgir na minha frente, logo depois da publicação do meu livro "Umbanda Omolocô - Liturgia, Rito e Convergência na visão de um adepto" publicado pela Ed. Ícone em 2002.
Os estudos que realizei sobre o Culto Omolocô e o aprofundamento nas doutrinas de outras escolas do movimento umbandista, ampliaram a minha visão e me permitiram chegar a uma série de deduções, que apresento para apreciação de todos. Em suma, coloquei em dúvida os ensinamentos a mim ministrados e fui a busca de obter as certezas de suas veracidades, caso contrário, de descobrir o fundamento exato.
Posto isso, não pretendo que ninguém adote o meu posicionamento, ou acredite no que será exposto aqui, mas acho extremamente necessário apresentar um novo ângulo, sobre algo que mexe e transforma completamente a vida espiritual de tantos adeptos.
Quem tiver ouvidos para escutar e olhos para enxergar, que tirem suas próprias conclusões.
II - Considerações Gerais sobre Iniciação
Desde as Escolas de Mistérios do antigo Egito, que um processo de Iniciação significa um conjunto de rituais, que não tem outro objetivo, senão o de causar um impacto espiritual na alma, na mente, no coração e no corpo físico do iniciante. Esse impacto visa a permitir que determinadas leis espirituais, deixem de existir apenas no nível consciente do iniciante (fase do "eu acredito"), se tornando parte do seu nível inconsciente (fase do "eu vivencio plenamente"). Para isso, todo ritual de iniciação trabalha os níveis psíquicos (espirituais), psicológicos (mentais), emocionais (intuitivos) e físico (material) do neófito (aquele que está se candidatando a uma iniciação).
No Egito antigo e em muitos processos iniciáticos no decorrer do tempo, o candidato passava por provas dividas em três etapas: provas físicas, nas quais se testavam a sua resistência e coragem; as provas morais, nas quais eram testados o seu caráter, valores morais e integridade; e as provas espirituais, em que se faziam testes para verificar a sua capacidade de contato com o mundo espiritual, seus dons e poderes.
Em um ritual de iniciação, todo neófito, sai dele transformado. Deixa-se o velho e substitui-se pelo novo, ou como dizem, liberta-se de uma situação profana e vive-se a partir daí uma íntima ligação com o Sagrado. A Iniciação é um processo de harmonização com o Sagrado e o Mestre Interior que habita dentro nós e que outro não é do que a nossa essência divina.
Assim, todas as ordens esotéricas (Maçonaria, Rosacruz entre outras), todas as religiões, possuem suas iniciações ricas em simbolismos, impactantes em seus rituais e repletas de liturgias representativas da sua concepção específica do Sagrado.
O processo iniciático deve permitir portanto, a experiência mística, caso contrário representa apenas um ritual simbólico. Sem gerar uma vivência espiritual profunda e transformadora, se torna apenas um rito formal e que eleva o iniciante a uma condição hierárquica superior na coletividade que ele pertence. Ao se passar por uma iniciação, perante os outros (não-iniciados), passamos a pertencer a um seleto grupo, e adquirimos uma posição superior.
III - A Iniciação no Culto Omolocô
Como já escrevi em meu artigo "Os Filhos da Natureza estão órfãos e não sabem", o Culto Omolocô surgiu (década de 40 em diante) como uma resposta, do Tata Ti Inkice Tancredo da Silva Pinto, a tentativa de alguns umbandistas, em realizar uma aproximação com o Espiritismo e de afastamento das origens africanas, dos seus cultos e religiosidade. Para isso, Tancredo radicalizou em um caminho inverso, ou seja, aproximação com o Candomblé e os Cultos Afro-brasileiros e a origem africana da Umbanda, organizando o que vulgarmente se denominou de Umbandomblé, e que eu denomino de processo de Candomblelização da Umbanda. O Tata Tancredo defendeu, de forma veemente, que essa seria a Umbanda verdadeira.
Assim, o Culto Omolocô adotou de forma semelhante, mas não idêntica todos os processos e iniciação do Candomblé, ou pelo menos, se baseou em seus fundamentos para tal fim. Como uma religião que congrega em suas diversas nações a herança legítima dos cultos africanos, o Candomblé serviu de fundamentação para organização de ritos e liturgias do Culto Omolocô. Isso é bem visível, na forma pelo qual, o Omolocô trata tudo o que se refere a Orixá em seu culto. Utilizamos as mesmas comidas-de-santo do Candomblé, as mesmas ervas, fazemos o bori frio, respeitamos o xiré, temos o roncó, realizamos feituras-de-santo, utilizamo-nos do sacrifício de animais, as vestimentas e armas dos Orixás são quase idênticas, bolamos com o santo, o fardamento dos filhos-de-santo são semelhantes, os níveis hierárquicos são equivalentes, os símbolos e objetos consagrados são os mesmos (ex. o otá, a quartinha, a louça do santo etc.), cantamos rezas em dialeto, temos saídas de santo e entregamos o deká, entre tantas coisas em comum.
Com relação ao processo de iniciação as semelhanças continuam, embora, como já disse, a forma não seja idêntica.Temos então, no processo de iniciação do Omolocô ou feitura de santo em comparação com o Candomblé e suas nações, a seguinte tabela-resumo:
Nessa pequena tabela-resumo, podemos perceber, claramente, que o Culto Omolocô tem seus alicerces ritualísticos e litúrgicos, em relação ao seu panteão (conjunto de divindades) formado pelos Orixás, plenamente entrelaçados com o Candomblé.
Ao dividir esse seu universo de atuação, com as entidades espirituais (caboclos, pretos-velhos, crianças etc.), seus simbolismos e objetos de trabalho, o Omolocô passou a ser um Candomblé de Caboclo ampliado.
Tudo isso, tem um motivo de ser, no papel que a Escola Omolocô tem no movimento umbandista, completamente explicado tanto no meu livro, como no artigo já citado.
O que eu considero de suma importância para minha linha de raciocínio atual é o significado e o objetivo da iniciação (feitura de santo), e a forma como ela é usada no Culto Omolocô.
Como no Candomblé e demais Cultos Afro-brasileiros a feitura de santo é um ritual para que o iniciado ou iaô, seja harmonizado ou consagrado ao Orixá que ele pertence. E mais, é uma via ou caminho para a ordenação sacerdotal do iniciado, assim ele manifeste seu desejo e/ou seja confirmado pelos oráculos (búzios/ifá). Caso ele não deseje e/ou não seja confirmado o seu destino sacerdotal, torna-se um meio para que o iniciado venha ocupar um cargo na hierarquia do terreiro e do culto.
Aqui começa o resultado dos estudos que realizei, as minhas reflexões e as conclusões que cheguei sobre o sistema de iniciação por mim vivenciado.
Cada ponto a seguir está dividido nas seguintes partes: Ensinamentos (conforme me foi passado), Estudos (análise e deduções que cheguei na minha busca pelo fundamento dos Ensinamentos) e Conclusão (resultado que se chega com as deduções e análises dos Estudos).
V.1 - Quantidade de Órixas que devem ser feitos
ENSINAMENTOS:
A Iniciação somente pode ser através da feitura de santo. O filho-de-santo pode fazer um Orixá, preferencialmente dois e idealmente quatro, mas para chegar a condição sacerdotal de Pai/Mãe-de-Santo no Omolocô deve fazer nove Orixás.
O primeiro Orixá ou Santo, como se diz, a ser feito é sempre o principal ou da frente (se for Orixá masculino é chamado de Pai e se feminino de Mãe).
No caso de dois Orixás serão feitos o principal + um segundo. Nesse caso será um Orixá masculino, se o principal for Orixá feminino ou feminino, se o Orixá principal for masculino. Na feitura de quatro Orixás são feitos o principal + o segundo + outros dois.
Nove são os Orixás cultuados pelo Omolocô (Nanã, Omulu, Ogum, Oxum, Iansã, Xangô, Oxossi, Yemanjá e Oxalá).
O Orixá da frente ou principal é o Orixá correspondente ao dia da semana, da data de nascimento do iniciante, segundo o calendário do culto, ele determina o que você é nessa reencarnação, e é o Orixá que predomina na sua existência atual.
O segundo Orixá é o correspondente direto ao Orixá principal (formam um par), chamado de Orixá ascendente, ele determina o que você aparenta ser ou sua imagem. Esse Orixá sempre visa o nosso equilíbrio íntimo e crescimento interno permanente. É por isso, que preferencialmente, o iniciante deve procurar fazer os dois primeiros Orixás. É o par que proporciona ou busca o equilíbrio do filho-de-santo.
No caso da feitura de quatro Orixás a explicação é porque esse número representa a estabilidade (ex: uma cadeira fica firme no chão porque tem quatro pernas, e assim por diante), nesta visão, por exemplo, a feitura de três Orixás deixa o filho-de-santo sem estabilidade.
Já a necessidade de se fazer os nove Orixás, para poder ser sacerdote, parte do princípio que não se pode fazer o Orixá de alguém sem ter esse Orixá feito.
Os nove Orixás formam o círculo ou coroa do nosso Orí em que cada Orixá possui uma respectiva casa astral (posicionamento cabalístico no alto da nossa cabeça).
ESTUDO:
A bem da verdade, todos nós possuímos três Orixás principais. Juntos eles formam um triângulo de forças regentes e predominantes no nosso Orí (cabeça).
Por que um triângulo e não um círculo ou coroa como nos foi ensinado?
O círculo surge no Omolocô, com base nos estudos cabalísticos desenvolvidos pelo Tata Ti Inkice Tancredo para alicerçar a doutrina do culto.
Nesses brilhantes estudos para a época, o Tata Tancredo buscava através da numerologia, da cabala dos nomes e dos símbolos formatar todas as teorias do Omolocô para a origem e genealogia dos Orixás,a origem do universo, e a gênese e evolução humana e espiritual.
O círculo ou 360 graus (cuja a numerologia 3+6+0=9), foi a base geométrica e aritmética para construção dessa cabala.
Em termos de Teogonia (Estudo dos Orixás), Cosmogonia (Estudo do Universo) e do processo evolutivo do espírito essa base circular funciona perfeitamente para argumentação, já na questão da regência dos Orixás não.
O triângulo é a representação correta para a principal lei que rege todo o processo evolutivo do nosso Universo. Essa Lei se chama Lei de Manifestação.
Todos nós e tudo o que existe no Universo, surgiu, se mantém e sobrevive graças a essa Lei.
A Lei de Manifestação é um arcano (mistério) divino que determina, que nesse nosso universo algo, somente se manifesta ou existe, se houver a ação conjunta de dois pontos (base do triângulo). Assim a ação de dois pontos gera a manifestação de um terceiro (ponta do triângulo).
Já Pietro Ubaldi (1886-1972), última reencarnação do apóstolo Pedro na Terra e considerado por muitos como o Profeta do IIIo. Milênio, em umas das suas principais obras A Grande Síntese (escreveu 24 inspirado por quem ele chamou apenas de "Sua Voz" - Jesus Cristo), que existe "uma Lei Única que dirige o Universo, e que o nosso Universo é trifásico e as suas fases são: Matéria, Energia e Espírito". Como consequência desse seu estudo são gerados os seguintes triângulos de manifestação da Lei de Deus:
O triângulo e sua Lei de Manifestação, portanto, é consequência do que existe de mais sagrado em todas as religiões - a Trindade. No Omolocô essa trindade é Zambi Apongô (Deus Supremo); Zambira (Mãe criadeira) e Alufan (o filho).
Na correspondência com o sincretismo católico, para uma melhor compreensão é Deus-Pai, o Espírito Santo e o Filho (Cristo).
Na correspondência triangular a Lei se apresenta. A base do Triângulo é o poder de Deus (Zambi-Apongô), mais a sua manifestação criadora (Zambira ou Espiríto Santo) gerando a Criação (Jesus Cristo/ Alufan/(Filho).
Os Orixás então, tem que corresponder a formação triangular e não circular, tendo em vista que a regência dos Orixás, em nossos orís, existe para MANIFESTAÇÃO de energias em nossa presente reencarnação. A Lei é somente uma, imutável, pois é divina, todos os planos hierárquicos do Universo obedecem a essa Lei Única.
Assim temos, o Orixá principal na ponta do triângulo, o segundo Orixá (adjuntó) e o terceiro Orixá (ancestral ou cabalístico) formando a base do triângulo.
O segundo Orixá (juntó ou adjuntó) é o que faz par com o Orixá principal e que já explicamos a sua função. O terceiro Orixá (ancestral ou cabalístico) é o Orixá da essência divina do filho-de-santo. Se o Orixá principal é o regente da nossa presente reencarnação, o Ancestral ou Cabalístico é o Orixá da origem do nosso ser como espírito. Eis o motivo pelo qual, ele pode vir a substituir o principal em determinados casos. O Orixá principal e o adjuntó muda de reencarnação para reencarnação, já o cabalístico sempre será o mesmo.
Para completar a coerência dessa verdade, basta analisarmos que esta formação triangular também representa as forças manipuladas por esses Orixás regentes, segundo a Tradição Yoruba-Nagô, que serve de base para a gnose do Candomblé e por consequência do Omolocô.
O Iwá é a força do Orixá Cabalístico, o Axé a do Adjuntó e o Abá é a manifestação do Orixá principal.
Geralmente simplifica-se essas forças em uma única denominação que chamamos de Axé, mas na verdade é necessário esta disposição triangular de ação ou o processo trifásico para que haja essa manifestação. Relacionando essas forças a trindade universal temos a seguinte correlação:
IWÁ = (Deus/Zambi Apongô/Orixá Cabalístico) é o ser, o elemento, a força da existência em geral. O Iwá é o gerador da possibilidade de existir.
AXÉ = (Espírito Santo/Zambira/Adjuntó) é o motor, a força dinâmica de realização. Axé é o motor do vir-a-ser.
ABÁ = (Filho/Alufan/Orixá Principal) é a manifestação direcionada a um objetivo.
Essas são forças ou princípios intermediados pelos Orixás, mas originados e de posse de Olorun/Zambi Apongô/Deus.
Iwá e Abá, pelo que vimos, são respectivamente princípios ou forças de origem e de determinação conseqüente e objetiva.
Já o Axé é o agente ou intermediário, o motor que possibilita.
No Universo, que mais uma vez repito, é regido por uma a Lei única, temos três triângulos dispostos hierarquicamente obedecendo a Lei de Manifestação.
Assim, a regência dos Orixás é triangular e não circular, e não envolve os nove Orixás.
No caso do Candomblé, se faz, tão somente, o santo principal exatamente por ser ele a ponta do triângulo ou a resultante da ação da base (adjuntó + cabalístico). Ou como explica a Doutrina Pitagórica, a manifestação do 1 (Orixá principal) é o 3 (triângulo de forças regentes), onde está contido o 2 (adjuntó + cabalístico). Para o Candomblé o Orixá Principal, que recebe a ação conjunta dos Orixás adjuntó e cabalístico (o 2 contido no 3), representa por si só o próprio triângulo (manifestação do 1 é o 3). Então eles (adjuntó+cabalístico) precisam ser apenas conhecidos, cultuados e/ou louvados.
Em outras palavras, a feitura do Orixá principal carrega em si a feitura dos outros dois, sem que seja necessário fazê-los.
Esclarecendo ainda mais, a existência do Orixá principal e sua feitura somente ocorre, por conta da ação direta do outros dois Orixás regentes, o adjuntó e o cabalístico estão implícitos (contidos) na manifestação do Orixá principal.
No Omolocô, um passo a frente, já se trabalha o triângulo, pois sempre quando se faz o par (Orixá Principal + o Adjuntó), o Cabalístico se apresenta ou grita, como se diz.
Com o triângulo dos Orixás regentes feitos, o filho-de-santo se credencia automaticamente ao cargo sacerdotal, sem a necessidade de se fazer os nove Orixás. O motivo é simples, para se fazer o santo de outra pessoa é necessário entre outras coisas possuir a afirmação do seu próprio triângulo regente.
Fazer o Santo é nada mais, nada menos, do que posicionar no Orí do iniciante a correspondência dos seus Orixás regentes, harmonizando esse triângulo com a hierarquia superior correspondente, num crescente até a Trindade Universal (Figura 11).
Então não precisa se ter todos os Orixás no Orí, para que se possa fazer o Santo de qualquer pessoa, precisa-se sim, ter firmado o próprio triângulo regente, para que se possa fazer esse mesmo triângulo nos seus futuros filhos-de-santo.
De forma mais clara ainda, o importante não é se ter todos os Orixás para se fazer o Santo de alguém, e sim ter o posicionamento-função desses Orixás no seu Orí. Esses posicionamentos-funções são somente três: Principal, Adjuntó e Cabalístico. Se todos nós temos esses Orixás, nessa disposição triangular e funções chaves, então quem já possui esses Orixás afirmados pode se credenciar a fazer o mesmo em outras pessoas, não importa quais sejam os Orixás que ocupem essas funções no iniciante.
Outro ponto a ser considerado nesse caso, é o das casas de Omolocô que cultuam 16 Orixás. Será necessário ter os 16 Orixás feitos?
Imagino na época em que se cultuava um panteão ainda maior de Orixás e não só 9 ou 16, como caberia tanto Orixá na cabeça do iniciado.
CONCLUSÃO:
a) Se o Omolocô é um culto fundamentado no Candomblé, e ele é, precisamos ter firmado somente um Orixá, o principal;
b) No Omolocô, três Orixás sim, é o ideal, pois formam o triângulo de forças regentes (Principal, Adjuntó e Cabalístico);
c) Não precisa se ter os nove Orixás na cabeça para, quando formos Pai/Mãe-de-Santo, realizarmos a feitura de qualquer inciante.
V.2 - As Renovações de Santo e os Recolhimentos (Camarinhas) anuais.
ENSINAMENTOS:
É necessário se fazer 7 feituras para cada Orixá afirmado no Orí do iniciado (A primeira feitura + seis renovações).
O motivo para realização das 7 feituras por Orixá afirmado no Orí, é para que o ciclo de afirmação de cada Orixá seja completado.
ESTUDOS:
A iniciação no culto Omolocô tem seu seu ponto alto no tarimbamento do Orixá, no Orí do iniciado. Tarimbar o Santo, como se diz, é marcar o Orí do iniciado com o signo cabalístico do Orixá, ou seja, é riscar no Orí do iniciado o ponto ou sinal do Orixá.
Isso é feito com a ponta de um punhal ritualístico. No momento que isso é feito, pronto, está feito. A marca ritualística fica para sempre, a conjunção de forças ou energias já estão definitivamente firmadas, pois a sua concretização já ocorreu no riscado do ponto, representando assim, um pacto sagrado de sangue (lembrar que o ponto é feito com a ponta de um punhal).
A consagração do Orí do inicado para com seu Orixá, somente faz sentido ser realizado uma única vez. Depois de imantando, consagrado e harmonizado uma vez, não é mais necessário se repetir isso.
Se o tarimbamento é uma tatuagem como dizem, onde já se viu ficar renovando tatuagem, pelo que eu sei uma tatuagem depois de feita, fica como está pelo resto da vida, tanto que às vezes, nem por cirurgia a laser consegue se apagar.
No caso específico, o tarimbamento é uma concretização de uma harmonização astral e definitiva para existência do iniciado.
Para que, então, em nome do bom senso, é necessário se fazer isso por mais seis vezes?
Para que mexer sete vezes na cabeça do iniciado? Tarimbar o Orixá sete vezes?
Se a resposta é pela necessidade de se renovar essa energia, estamos falando de Axé e Axé é movimentado por diversos meios sem a obrigação de ser necessariamente, através do tarimbamento e todo o complexo ritual que o envolve.
Tarimbar o Orixá, mais de uma vez, é realizar uma consagração em cima de outra, é fazer o mesmo pacto, mais de uma vez. Isso não tem lógica. O que foi consagrado, já está consagrado, se fizemos um pacto, esse pacto já está feito.
Se você entregou a cabeça para o Orixá uma vez, como dizemos, já entregou, para que entregar novamente? Para que repetir tudo isso de novo, por mais 6 vezes?
O processo iniciático no Omolocô, tem sim um sentido, os recolhimentos anuais e as camarinhas, sem a renovação do tarimbamento do Orixá, tem seu objetivo, mas por outros motivos.
As maiores autoridades do culto, o Tata Ti Inkice Tancredo da Silva Pinto e N'Ginja Delfina de Oxalá, se manifestaram sobre esse assunto da seguinte forma:
a) O Tata Ti Inkice, no seu livro Tecnologia Ocultista da Umbanda no Brasil, deixa claro nas pág. 66 e 67, que a quantidade de obrigações para se receber o Deká são 4 anos. Que em cada ano o Ioboré (iniciado) come uma das quatro partes do Obi (que na feitura de santo é cortado em quatro partes), recebe por ano 3 guias, completando no final de 4 anos 12 guias, sendo então essas substituída pelo Deká. Cada ano de obrigação, na cabala do Omolocô, que é baseada nos ciclos lunares de 28 dias, correspondem a sete anos. Assim ao se completar os 4 anos de obrigação o Ioboré completou o fechamento de 28 anos de ciclos lunares.
Nas palavras do próprio Tata Ti Inkice "Confirmada a última obrigação (4o. ano) o iniciante receberá em substituição as guias (total de 12), correspondente ao seu Eledá e ao seu adjuntó, o Deká que é a confirmação de cargo hierárquico dentro do culto que lhe pertence: daí por diante ele poderá confirmar um Ioboré". Em outras palavras poderá fazer o santo de outra pessoa independente de qual seja esse Orixá.
b) A N'Ginja Delfina de Oxalá em resposta a pergunta, "Por que devemos dar obrigações de sete anos?" nos ensina o seguinte: "Para aprimorarmos os conhecimentos sacerdotais e responsabilidades, conhecimentos de Erós (segredos), para adquirir posições superiores dentro da hierarquia a seguir:
1a. Obrigação - Iniciação;
2a. Obrigação - Passa a ser Iaô (Filho-de-Santo);
3a. Obrigação - Livre-arbítrio (a escolha da vocação);
4a. Obrigação - Confirmação da vocação (iniciado tem o direito a receber uma comenda que representa seus quatro anos de santo);
5a. Obrigação - Especialização dentro do grau adquirido;
6a. Obrigação - Complementos sacerdotais, preparos definitivos e ajustes necessários mediante ao estudo e análise das condições do iniciado dentro do Santé. Conhecimento do Deká;
7a. Obrigação - Recebimento do Deká, ficando definida a situação do iniciado como Sacerdote do Culto.
OBSERVAÇÃO: Poderá montar a sua própria Casa de Santo, passando então a Babalorixá ou Ialorixá, dependendo do caso, com direito de continuar as suas obrigações anuais (se quiser)".
Nas palavras do Tata Ti Inkice Tancredo, a maior autoridade no Culto Omolocô do Brasil, seu organizador e disseminador, vemos com claridade que ele defendia a feitura de apenas 2 Santos ou Orixás (o principal e o adjuntó ou adjuntor como ele mesmo chamava), por outro lado pregava apenas quatro, repito, QUATRO anos de obrigações para o recebimento do Deká.
Já nos ensinamentos da N'Ginja Delfina de Oxalá descobrimos os verdadeiros objetivos de cada obrigação anual e não renovação, ou seja, para que servem os recolhimentos e camarinhas anuais.
Em estudos posteriores, sabemos que o Tata Ti Inkice fecha questão, juntamente com o Tata Opongô Nilton Rocha Santos e a N'Ginja Delfina de Oxalá, sobre a necessidade de se realizar sete obrigações anuais. O importante, que tanto no caso do Tata Tancredo ou da N'Ginja Delfina, os recolhimentos e camarinhas anuais, não significavam sete feituras, com sete tarimbamentos respectivamente, mas cerimônias ritualísticas, em que o período da camarinha propiciava o aprendizado nos ensinamentos e erós do culto, servia de aprimoramento para o futuro sacerdote ou sacerdotisa.
CONCLUSÃO:
a) Não existe a mínima necessidade de sete feituras de santo (a primeira e mais seis renovações);
b) Existe a necessidade de se ter apenas uma feitura de santo, em que são feitos, segundo o Tata Ti Inkice, o Orixá principal e o adjuntó.
No item V.1, vimos que idealmente, devem ser feitos o triângulo de Orixás regentes (Principal + adjuntó + cabalístico) e só;
c) Os recolhimentos anuais, com suas respectivas camarinhas e cerimônias ritualísticas é um período de aprendizado, em que o dirigente do terreiro ministra ensinamentos para os diversos iniciados, preparando-os para ocupar cargos na hierarquia da casa e para os que desejam na sétima obrigação receber o deká.
V.3 - As Obrigações
É necessário, que seguindo o calendário anual de Festas dos Orixás, todos os iniciados realizem uma matança (sacrifício de animais), no otá do seu respectivo Orixá, caso tenha feitura do mesmo.
O motivo é que nas festas para louvar o Orixá (segundo o calendário do culto), existem as saídas de santo, ou seja os filhos-de-santo (iniciados) que tenham feitura do Orixá a ser comemorado, podem dar saída com ele (incorporá-lo todo paramentado e apresentá-lo ao público presente). Para isso, devem antes do dia da festa realizar uma matança no otá do seu Orixá. No caso de não querer dar a saída com o seu Orixá, mesmo assim, é bom que se faça essa matança, embora que não realizando-a, não signifique que não possa participar da festa. Nesse caso, ele apenas não pode dar saída com o Orixá.
Em ambas situações essa matança ou sacrifício de animal é colocada como uma oferenda necessária ao Orixá.
Outro objetivo, é que para aqueles que terminaram todas as feituras dos Orixás que afirmou em seu Orí (primeira feitura + seis renovações), se faz necessário realizar essa oferenda para fortalecer os otás dos seus Orixás.
ESTUDOS:
Estamos falando novamente de Axé e Axé volto a repetir pode ser movimentado de várias formas, que não necessariamente envolva sacrifício de animais. Para uma melhor compreensão desse assunto, leia o artigo desse blog "Sacrifício de Animais não é tudo!".
Ora, se a questão é ofertar algo para o Orixá a ser comemorado, por que não pode isso ser feito através da comida do santo e outros elementos ritualísticos? Toma-se um banho com as ervas consagradas ao Orixá, se faz um belo de um ossé (limpeza) do símbolos do Orixá, que estão no roncó, arreia-se (oferta-se) a comida do santo, acende-se a vela, enche-se a quartinha de água e pronto a oferenda vai funcionar da mesma forma, sem que seja necessário o envolvimento do Axé vermelho (sangue).
Isso, tanto serve para quem deseja dar a saída com o Orixá na festa, como para quem apenas vai participar da mesma e quer ofertar algo ao seu Orixá nessa data festiva, bem como, para quem já encerrou suas feituras e deseja fortalecer os otás dos Orixás, que tem afirmado no seu Orí.
Outro ponto importante, a deitada (ou recolhimento anual - camarinha) é realizado uma vez por ano pelo iniciado, até ele terminar todo o ciclo de feituras. Assim nessa feitura (renovação) ele já realiza a matança para o Orixá, o qual ele está reafirmando em seu Orí. Pergunta: Por que então, ele tem que fazer novamente essa matança na data comemorativa do Orixá, se no ano ainda em questão ou ele já se recolheu, ou ainda vai se recolher para esse mesmo Orixá? Tá, podem me responder com outra pergunta: Qual é o problema dele matar duas vezes para o santo? Nenhum problema, no entanto, essa deve ser uma via de duas mãos. Se o iniciado pode fazer a matança, mais de uma vez, também deve poder decidir a realizar essa matança no seu recolhimento anual. Acontece, que se o iniciado não fizer a matança na época da festa, isso é contado como obrigação não realizada, sendo considerado como um filho-de-santo devedor dessa obrigação. Se ele quiser dar a saída com o santo na respectiva festividade, não poderá fazê-lo.
CONCLUSÃO:
a) A matança ou sacrifício de animais é totalmente dispensável para se realizar oferendas aos Orixás;
b) O Axé pode ser movimentado de várias formas, sem o envolvimento do axé vermelho.
V.4 - A Via Sacerdotal ou Hierárquica. O Deká.
ENSINAMENTOS:
O filho-de-santo que encerra todo o ciclo de feituras dos nove Orixás, chega a condição necessária para receber o Deká e se desejar, realiza mais algumas obrigações, recebe essa comenda e é então considerado Pai/Mãe-de-Santo.
Como ensinamentos para o exercício de sua condição sacerdotal, recebe uma apostila em que 80% do seu conteúdo consiste em ensinar com se realiza uma feitura de santo no Omolocô.
Com relação a hierarquia, não existe nenhum procedimento para determinar os diversos cargos hierárquicos dentro do culto (veja quais seriam esses cargos no meu livro pag. 176-182). O filho-de-santo pode ser escolhido para exercer um determinado cargo ou função dentro do terreiro por indicação do dirigente ou porque decidiu por vontade própria exercer essa função e conseguiu espaço para isso etc.
Já o Deká, como vimos, é uma comenda, insígnia, que é concedida ao iniciado, se assim ele desejar e que corresponde a última e difinitiva consagração, agora como Babalorixá (Pai-de-Santo) ou Yalorixá (Mãe-de-Santo).
No caso, de ao final dessas sete feituras, se desejar receber o deká, é realizado mais 1 feitura ou renovação dos nove Orixás.
Essa obrigação é denominada de fechamento de círculo, ou seja, mais uma feitura dos 9 orixás com o objetivo de se posicionar corretamente esses Orixás nas casa astrais (posições no Orí do iniciado) correspondentes.
Geralmente a entrega do Deká é através da realização de uma cerimônia festiva, em que, o agora Sacerdote ou Sacerdotisa é apresentado a coletividade. O fato é registrado em ata, assinado pelo oficiante da cerimônia e testemunhas. Na ocasião é também entregue o diploma de Sacerdote ou Sacerdotisa dentro do Culto Omolocô do Brasil.
ESTUDOS:
Nos ensinamentos da N'Ginja Delfina de Oxalá, compreendemos facilmente que os recolhimentos anuais, servem de períodos, para se aprender sobre a religião.
Essas obrigações, num total de sete, visam a cumprir um objetivo básico no Culto Omolocô, semelhante ao que se realiza no Candomblé e nos demais Cultos Afro-brasileiros, que seja a ordenação sacerdotal do iniciado, ou a descoberta e o desenvolvimento de conhecimentos dos filhos-de-santo para se constuir a hierarquia na casa.
Ao final das sete obrigações, o iniciado deve estar de posse de todos os conhecimentos necessários, para que ele possa abrir o seu terreiro e gerar a sua filiação dentro dos fundamentos do culto.
Se reunirmos os estudos realizados nos itens V.1, V.2 e V.4, podemos visualizar que o caminho para se alcançar o sacerdócio do Culto Omolocô passa pelos seguintes passos:
1) A feitura de santo (Triângulo dos Orixás Regentes)
2) As Obrigações Anuais (Aprendizado)
3) O Deká (Confirmação)
A feitura de santo através do triângulo dos Orixás Regentes, já colocou por terra a necessidade das constantes renovações e por consequência, também acaba com a necessidade do fechamento de círculo. Mesmo que as renovações fossem uma realidade, e vimos que não existe base sólida para a sua existência, para que se reposicionar os Orixás nas casas astrais com o fechamento de círculo? Será que nas sete feituras, antes do fechamento de círculo, esses Orixás já não deveriam estar posicionados corretamente? Caso não, por que deixar para posicioná-los corretamente apenas no fechamento de círculo (feitura final)?
Para o Culto Omolocô, na palavra de suas principais autoridades, após a feitura do santo, existem sete obrigações anuais, que permitem ao iniciado, o tempo necessário para descobrir a sua vocação dentro do culto (sacerdócio ou hieráquico). Durante esses recolhimentos anuais, são ministrados ensinamentos e realizados estudos que possibilitem tal descoberta e aprendizado completo.
Se o Tata Ti Inkice Tancredo falava em quatro anos, e posteriormente fechou em sete anos esse período de aprendizado, juntamente com o que a N'Ginja Delfina ensinou aos seus iniciados encontramos o seguinte quadro de formação sacerdotal:
1a. Obrigação - Iniciação (Feitura do Triângulo de Orixás Regentes).
2a. Obrigação - Passa a ser Iaô (Filho-de-Santo).
3a. Obrigação - Livre-arbítrio (a escolha da vocação - Sacerdócio ou ocupar um cargo hierárquico no culto).
4a. Obrigação - Confirmação da vocação (iniciado tem o direito a receber uma comenda que representa seus quatro anos de santo).
Nesse ano específico, o Iniciado completou as 12 guias das entidades, foi-lhe entregue 3 guias por ano, segundo os ensinamentos do culto. As 12 entidades a saber são: Exú, Pomba-gira, Nanã, Omulu, Ogum, Oxum, Iansã, Xangô, Oxossi, Ibeiji, Iemanjá e Oxalá. A Comenda que lhe é entregue, foi nomeada pela N'Ginja Delfina de Oxalá de Contra-Egun, representando a estabilidade alcançada pelo iniciado no culto.
A partir daí o iniciado escolhe um dos dois caminhos possíveis dentro da religião, conforme a definição de sua vocação (sacerdócio ou hieráquico). Se a vocação é para ocupar um cargo hieráquico, ele ainda participa da quinta obrigação, quando aí se especializa na função que vai ocupar. Se a sua vocação for o sacerdócio, ele continua as obrigações, realizando a duas últimas (sexta e sétima obrigação).
5a. Obrigação - Especialização dentro do grau adquirido (Cargo hieráquico e início dos ensinamentos sacerdotais para quem vai continuar as obrigações).
6a. Obrigação - Complementos sacerdotais, preparos definitivos e ajustes necessários, mediante ao estudo e a análise das condições do iniciado dentro do Santé. Conhecimento do Deká.
7a. Obrigação - Recebimento do Deká, ficando definida a situação do iniciado como Sacerdote do Culto. Nesse ponto, é bom esclarecer que as guias (total de 12) são substituídas integralmente pelo uso do Deká, que no caso passa a ser a guia definitiva do Sacerdote.
CONCLUSÃO:
a) O fechamento de círculo é totalmente desnecessário;
b) O caminho do aprendizado existe dentro do culto, através das obrigações anuais;
c) As obrigações anuais, são sim camarinhas e recolhimentos, sem a necessidade de renovações de santo, tarimbamentos etc., para os que já foram iniciados. O que se procura fazer, nessas ocasiões, é realizar ritos apropriados e reuniões de ensinamentos e orientações, em que os fundamentos do Omolocô são passados para a futura hierarquia e os que exercerão o sacerdócio.
d) Nas quatro primeiras obrigações o iniciado define a sua vocação (Cargo hierárquico ou Sacerdócio), na quinta, se a vocação for cargo hierárquico, o iniciado se especializa, se for sacerdócio, começa os estudos voltados para esse fim.
e) Na sétima obrigação recebe o seu Deká.
f) O Deká passa a ser a única guia do Babalorixá/Yalorixá. Devendo ser usado em todas as reuniões, cerimônias e festividades do culto.
VI - Conclusão Geral
Diante do que eu exponho aqui, acredito ter oferecido um material rico para estudo, reflexão que permitam as pessoas chegarem as suas próprias conclusões.
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