segunda-feira, 19 de setembro de 2011

Nossa Umbanda

A Umbanda é uma das mais lindas expressões religiosas existentes.
Religião que tem por base a prática da caridade e tem em uma de suas funções a elevação espiritual do médiun e das entidades que governam o próprio médiun.
A Umbanda é uma grande expressão religiosa nacional com maiores laços com o Rio de Janeiro. Irradiou-se para os Estados de Minas Gerais, São Paulo e demais estados do Brasil e até nos E.U.A existem casas de Umbanda.
É um culto popular aceito em todas as camadas sociais e de fácil acesso.

 
A Umbanda, embora tenha origens em diversas raças e nações, torna-se simples à medida que o médiun adentra em seus conhecimentos.

 
Dentre muitas entidades que baixam nos inúmeros terreiros de Umbanda existentes, cito como exemplo: Caboclos e Pretos-Velhos, que são considerados como tendo muita luz espiritual, força e sabedoria.
Em verdade, o ritual de Umbanda é uma variação de outros cultos, baseada no espiritismo e como disse, tendo por base a caridade.


 
Povo de Rua

Povo de rua, compadres e comadres são denominações usadas na Umbanda para classificar entidades que trabalham num plano astral evolutivo. Estas entidades em alguns casos equivaleriam aos Exus das casas de Candomblé, frizo, em alguns casos, pois na verdade estas entidades trabalham e se portam de forma especial em seções particulares para elas.



Estas entidades são firmadas em um lugar chamado de tronqueira. É na tronqueira que eles, os compadres e as comadres, tem o seu lugar de destaque.



Saravá, Povo de Rua! Saravá, os Compadres e as Comadres de toda linha de Umbanda!

 

Conceitos de Umbanda

A Umbanda é uma religião natural que segue minuciosos ensinamentos de várias vertentes da humanidade. Ela traz lições de amor e fraternidade sendo cósmica em seus conceitos e transcendental em seus fundamentos.



A essência, os conceitos básicos da Lei de Umbanda fundamentam-se no seguinte:



- Existência de um Deus único

- Crença de entidades espirituais em evolução

- Crença em orixás e santos chefiando falanges que formam a hierarquia espiritual

- Crença em guias mensageiros

- Na existência da alma

- Na prática da mediunidade sob forma de desenvolvimento espiritual do médiun



Essas são as principais características fundamentais das Leis de Umbanda, uma religião que prega a Paz, a União e a Caridade.



 

07(sete) Linhas de Umbanda
A Umbanda se divide em 07(sete) linhas que são assim classificadas:



1ª Linha de Oxalá ou Linha de Santo

- Nesta linha as falanges são de Santo Antônio, São Cosme e Damião, Santa Rita, Santa Catarina, Santo Expedito e São Francisco de Assis. Esta linha é responsável por desmanchar os trabalhos de magia.



2ª Linha de Yemanjá

- Tem falanges das sereias que tem por chefe Oxum. Ainda nessa linha temos a falange das ondinas chefiada por Nanã; falange das caboclas do mar; Indaiá da falange dos Rios; Yara dos marinheiros e Tarimã das Calugas-Caluguinha da Estrela-guia.



3ª Linha do Oriente

- Subdividida pelas falanges do Hindus, dos médicos, dos árabes, chineses, oriente, romanos e outra raças européias.



4ª Linha de Oxossy

- Dividida nas falanges de Urubatão, Arariboia, Caboclo das 7 Encruzilhadas, Águia Branca e muitos outros índios chefes falangeiros que protegem contra magia, dão passes e ensinam o uso das plantas medicinais.



5ª Linha de Xangô

- Dividida nas seguintes falanges: falange de Yansã, do Caboclo do Sol, Caboclo da Lua, Caboclo da Pedra Branca, Caboclo do Vento e Caboclo Treme-Terra.



6ª Linha de Ogun

- Dividida nas falanges de Ogun Beira-Mar, Ogun Iara, Ogun Megê, Ogun Naruê, Ogun Rompe-Mato, esta linha protege os filhos contra as brigas, lutas e demandas.



7ª Linha Africana

- Dividida nas falanges do Povo da Costa, Pai Francisco, Povo do Congo, Povo de Angola, Povo de Luanda, Povo de Cabinda e Povo de Guiné, eles prestam caridades e orientam os fiéis para a prática do bem.







A Dedicação do Médiun de Umbanda

A Umbanda apresenta como mensagem religiosa a prática da caridade pura, o amor fraternal, a paz e a humildade. Ela também se propõe a produzir, pela magia, modificações existenciais que permitam a melhoria de vida do ser humano.



Através do ato da caridade e dedicação espiritual é que o médiun de Umbanda vai adquirindo elevação e consciência do valor de seu Dom mediúnico, que na verdade foi lhe dado por Zambi para que se aprimorasse aqui na terra.



As incorporações, os passes e descarregos feitos pelo médiun de Umbanda são todo o conjunto de afazeres espirituais que dia a dia fazem parte da vida do médiun. Portanto, o médiun é patrimônio maior desta maravilhosa religião de Umbanda.






Ponto Riscado na Umbanda

O ponto riscado possui grande significado e valor mágico no culto de Umbanda. É através do ponto riscado que os guias contam toda sua história, sua origem e passagem do mundo material e astral.



O ponto riscado é um emblema-símbolo. Os símbolos são sinais expressos de forma que dão a entender uma intenção ou trajetória humana. No caso do ponto riscado, os guias usam a pemba para poder riscar os seus pontos ou símbolos espirituais.



Uma das grandes provas de incorporação na Umbanda é o ponto riscado, pois acredita-se que se uma entidade não estiver realmente bem incorporada ela não saberá riscar o ponto que a identificará das demais.




Guias
 



 
Abaixo encontram-se relacionadas as cores das Guias (no Candomblé é chamado de Fio de Contas) de acordo com os Orixás:





Exu preto e vermelho

Ogun vermelho

Oxossi verde

Xangô marrom

Oxum azul claro

Yansã  amarelo ouro

Omolu e Obaluayê preto e branco

Yemanjá cristal/azul e branco

Nanã roxo

Oxalá branco







A diferença entre "Tenda" e "Terreiro"



A partir de 1904, começaram a surgir no Rio de Janeiro várias casas de Umbanda denominadas de "tendas". O termo tenda era utilizado para designar e distinguir a forma de culto adotado. Tenda era a casa de Umbanda que era estabelecida em um sobrado, ou seja, no alto, pois era comum naquela época realizar sessões nestes lugares. Como exemplo, Tenda do Caboclo-Mirim, Tenda do Caboclo da Lua, Tenda de Ogun Megê e assim sucessivamente.



Já o termo terreiro foi adotado para designar aquelas casas que eram estabelecidas no chão. Daí serem classificadas de "Terreiro de Umbanda". O terreiro foi muito mais difundido do que as tendas devido ao próprio espaço oferecido para culto e foi com esse tipo de associação religiosa que a Umbanda conquistou boa posição no país.



 
Gongá

A palavra gongá é de origem banto e é utilizada no ritual de Umbanda para denominar o "altar sagrado" existente dentro do terreiro. Este altar ou gongá, como é chamado, é composto de imagens de santos católicos, caboclos, pretos-velhos e outras. Ainda no gongá tem em destaque a imagem da entidade espiritual que comanda o terreiro que de modo geral, em se tratando de Umbanda, poderá ser: um caboclo, um preto-velho ou ainda a imagem do orixá que governa a cabeça do médiun, chefe do terreiro.



O gongá, como expliquei, é o altar sagrado. Daí ele ter sempre uma cortina que poderá ser fechada sempre que o terreiro tiver funções que lidem com entidades como Exus e também em giras de correntes e descarregos. Essa atitude de se fechar a cortina do gongá é para se separar e isolar as diferentes faixas vibratórias espirituais que se vai trabalhar e ainda em respeito às entidades que se encontram estabelecidas no gongá.



Como se pode observar, o gongá representa para os médiuns umbandistas o lugar de mais alto respeito dentro de um terreiro de Umbanda.


* Curiosidade: Periespírito

 
Em um dos seus pilares teóricos espíritas, Allan Kardec diz que um espírito não é mais que um ser humano, despojado de um corpo físico. Diz ainda que o homem é constituído de três partes: alma, que seria imortal; periespírito, também chamado corpo astral; e um corpo físico.



Segundo ele, no momento da morte, a alma retira-se do corpo rodeada do periespírito que a individualiza e a mantém na sua forma humana. A forma do periespírito é a forma humana e quando aparece a nossa frente é geralmente aquela mesma sombra a qual conhecemos o espírito em vida. Portanto, o periespírito ou "fluido universal" seria definido então como semi-material e intermediário entre a matéria e o espírito.



Pretos-Velhos



Existe na Umbanda uma linda falange denominada de "Falange dos Pretos-Velhos" ou "Linha das Almas". Originários dos escravos no cativeiro, os pretos-velhos tem como característica principal a prática da caridade.



Como disse, os pretos-velhos viviam no cativeiro amontoados em senzalas, alimentavam-se de mingau de farinha, inhame, toucinho, banana, enfim comiam tudo que tivesse calorias baratas. Eram submetidos às condições desumanas e implacáveis de trabalho. Só os mais fortes sobreviviam.



Um preto-velho quando incorpora no médiun vem de forma envergada, sob o peso dos anos de existência em vida na terra, senta-se com a dificuldade das juntas enrijecidas e os músculos fatigados num pequeno banco de madeira, que lembra o antigo tosco que existia nas senzalas.



Os pretos-velhos ainda fumam cachimbo de barro ou de madeira rudimentar, falando com os visitantes e filhos-de-santo, usando um linguajar comum aos escravos que não falavam bem o português.



Destaco abaixo alguns nomes de pretos-velhos que baixam prestando inúmeras caridades:



*Pai Joaquim da Angola

*Pai Joaquim do Congo

*Tia Maria

*Vovó Benedita

*Vovó Maria Conga

*Vovó Maria Redonda

*Vovó Cambinda

*Vovó Luíza

*Vovô Rei do Congo

*Vovó Catarina D'Angola



Adorei as Almas!







Caboclo
No culto de Umbanda, Oxossy é o chefe da linha de caboclos. O caboclo é a imagem do indígena nativo de nossa terra e quando incorporado, presta caridade, dá passes, canta, dança e anda de um lado para outro em lembranças aos tempos de aldeia.



Conhecedores de muitas ervas, os caboclos têm um papel muito importante: os remédios de ervas e amacis, em que amacis são mistura de ervas que maceradas servem para o fortalecimento do filho-de-santo.



Já os remédios de ervas são plantas ou ervas que combinadas ou sozinhas servem para aliviar ou até mesmo curar doenças.



Nisso tudo os caboclos têm participação muito especial e são encarados e interpretados pelo povo como uma entidade que veio ajudar e aliviar as pessoas dos seus problemas.



Cito aqui alguns nomes de caboclos:



*Caboclo 7 Estrelas

*Caboclo 7 Flexas

*Caboclo Guará

*Cabocla Jurema

*Cabocla Jandirá

*Caboclo Pena Branca





Boiadeiro



Dentre muitos caboclos que baixam em vários terreiros, o Caboclo Boiadeiro tem sempre uma participação especial nas seções de caboclo.



Boiadeiro é muito respeitado e aplaudido por trazer de volta ao nosso convívio toda a sua experiência adquirida em tempos de boiada, do sertão bravio, do homem responsável pela conduta da boiada do seu patrão.



De um modo geral, Boiadeiro usa um chapéu de couro com abas largas (para proteger-lhe do sol forte), calças arregaçadas e movimenta-se muito rápido. Um pequeno cântaro para carregar água, tão importante para a viagem. O chicote que usa para açoitar as rez feroz. A corda, usada para laçar o boi brabo, ou para pegar aquele que se afasta da boiada, ou ainda usada para derrubar o boi para abate. Boiadeiro, na verdade, traz toda uma soma de sabedoria acumulada dessas viagens e vivências do campo. Na verdade, estamos descrevendo uma maravilhosa entidade de muita luz e muita força.





Abaixo, encontra-se a Oração ao Caboclo:



Salve meu Pai Oxossy

Salve toda sua Macaia

Salve todo o Juremá

Saravá meu Caboclo Norikuá

Caboclo Valente

Que tem me amparado

Nesta jornada terrena

Obrigado, Caboclo!

Por me guiares pelo caminho do Bem.

Caboclo que pela graça de Oxalá

Brilha na seara de Umbanda

Okê-Caboclo! Podedete Acotera Didian

Saravá Seu Norikuá!







Oração à Cabocla Jurema



Juremá, Linda Cabocla de Pena

Rainha da Macaiá

Ouve o meu Clamor.

Jurema me livra dos perigos e das maldades

Ô Cabocla, tu que és Rainha da folha

Nunca me deixe em falta

Que o teu bodoque seja sempre certeiro

Contra os que tentarem me destruir.

Jurema caminha comigo, ô Cabocla

E me ajuda nesta jornada da Terra.

Jurema que a sua força, junto com vosso Pai Caboclo Tupinambá

Me acompanhe hoje e sempre

Em nome de Zambi,

Salve a Cabocla Jurema!



 

Parabéns para todos que cultuam essa maravilhosa entidade!
Jetuá! Marrombaxeto!

Culto à Jurema & Sua Importância



O nome "Jurema" vem do tupi-guarani, onde Ju significa "espinho" e Remá, "cheiro ruim".



A jurema é uma planta da família da leguminosas. Os frutos das plantas leguminosas são vagens. Existem várias espécies de jurema, como por exemplo: Jureminha, Jurema Branca, Jurema Preta, Jurema da Pedra e Jurema Mirim.



Esta planta tem muita importância no culto espiritual dos caboclos e nas regiões Norte e Nordeste doBrasil, tanto que dá nome a um culto chamado de "Culto à Jurema". Esse culto deve-se ao fato de que os nossos índios enterravam seus mortos junto a raiz da jurema. Daí passavam a cultuar esses mortos para que eles evoluíssem espiritualmente e habitassem o tronco da jurema ajudando a todos da tribo em suas necessidades.



No Nordeste, este culto recebeu outros nomes como: Toré, Curicurí Praiá e Juremado.



Mas, o culto de caboclo não ficou restrito apenas ao índio brasileiro. Os negros de origem banto incorporaram os caboclos aos seus cultos e passaram a chamar este culto de "Candomblé de Caboclo" ou "Samba de Caboclo".



Nos Juremados, o mestre utiliza-se de um maracá, espécie de chocalho e de um cachimbo feito às vezes de pinhão-roxo para soprar fumaça para à esquerda ou para a direita.



A jurema é utilizada para tomar banho de descarga com suas folhas. Serve como defumador para cura de dor de dente, doenças sexualmente transmissíveis, insônia, nervos, dores de cabeça. Faz ainda: figas, patuás, rosários. Utiliza-se para fazer rezas com suas folhas contra mau-olhado e olho-grande. Serve ainda para fazer um dos maiores fundamentos do Culto à Jurema, que é uma bebida à base de infusão das folhas da jurema, com casca do tronco e da raiz misturado com mel de abelha, garapa de cana-de-açúcar e cachaça. Essa é a bebida preferida dos Encantados que baixam no Toré e no Culto à Jurema

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