sexta-feira, 18 de maio de 2012

Poema do Idoso

Se o meu andar é hesitante
e as minhas mãos trêmulas,
ampara-me.

Se a minha audição não é boa,
e tenho de me esforçar para ouvir o que me dizes,
procura entender-me.

Se a minha visão é imperfeita
e o meu entendimento escasso,
ajuda-me com paciência.

Se minha mão treme
e derrubo comida na mesa ou no chão,
por favor, não te irrites, tentei fazer o que pude.

Se me encontrares na rua,
não faças de conta que não me viste.
Pára para conversar comigo. Sinto-me só.

Se, na tua sensibilidade,
me vires triste e só,
simplesmente partilha comigo um sorriso e sê solidário.

Se te contei pela terceira vez a mesma história
num só dia,
não me repreendas, simplesmente ouve-me.

Se me comporto como uma criança,
cerca-me de carinho.

Se estou doente e sou um peso,
não me abandones.

Se estou com medo da morte e tento negá-la,
por favor, ajuda-me na preparação para o adeus.

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