quinta-feira, 27 de abril de 2017

Saint Germain

Este maravilhoso Ser que conhecemos como SAINT GERMAIN realizou a Sua ascensão no ano de 1684.

Muitas e muitas vezes Ele aceitou novas encarnações e esforçou-se muito em estimular nos homens de diversos povos, neste planeta, o desejo de Liberdade, pois que é a LIBERDADE o seu dom especial.

Foi confiada a Ele, na qualidade de Mestre Ascensionado, a custódia do já iniciado ciclo de dois mil anos da Era da Liberdade.

Assim como Jesus possuía a custódia do anterior ciclo de Dispensação Crística (Jesus trouxe à Terra a mensagem de AMOR INCONDICIONAL na Era de Peixes, se bem que muitos tenham entendido que a sua mensagem era de dor, sofrimento e culpa), o Mestre Ascensionado Saint Germain usufrui a preferência, o privilégio e a responsabilidade de TRAZER A LIBERDADE no presente ciclo, a toda criatura - seja homem, ser elemental ou anjo prisioneiro.

Chegará um tempo em que não mais haverá velhice, doença, pobreza ou males de qualquer natureza; nem mais haverá a chamada morte.

Os ensinamentos editados pela "Ponte Para a Liberdade" contêm a orientação e indicação dos Mestres Ascensionados para melhor compreensão e aplicação do Fogo Sagrado, a fim de que todos possam obter a Liberdade do espírito, da emoção, do corpo físico e libertação das recordações.

Estando os quatro corpos inferiores, definitivamente, purificados e harmonizados, e com isto em verdade "Libertados", o indivíduo estará, portanto, em condições de ser um Mestre Ascensionado ao final de sua encarnação; estará LIVRE PARA SEMPRE!

Todas as Ascensionadas Legiões Celestiais ofereceram a Saint Germain seu auxílio para a solução desta gigantesca obra e Ele aceita qualquer cooperação de cada corrente de vida que está à procura de mais Luz e Liberdade.

Desde a época de Sua Ascensão, no ano de 1684, Saint Germain prepara-se para ser o Chohan do Sétimo Raio.

No ano de 1786, recebeu o cargo da Bem-Amada Mestra Ascensionada Kuan Yin e, desde então, até o dia 1o de maio de 1954, Ele se dedica à preparação da imensa responsabilidade de Diretor Cósmico para o iniciado ciclo.

Este abençoado Ascensionado Mestre pede, nesta Hora Cósmica, por preces, apelos, orações, dedicação e auxílio de todos os que O amem, Ele que sempre viveu para servir a Vida. Chegou agora o Grande e propício momento para trazer à Terra Seu presente de Liberdade.

A COROAÇÃO DE SAINT GERMAIN

Em cada dois mil anos, a Terra entra em contato com um novo raio.
A Roda Cósmica necessita, para uma completa rotação, de quatorze mil anos.

Cada Chohan que é escolhido como representante do novo raio é COROADO como AUTORIDADE CÓSMICA, para continuar a evolução deste planeta e seus povos dentro este lapso de tempo.

O Sexto Raio, que estava sob a orientação do Mestre Jesus, terminou seu ciclo no dia 1º de janeiro de 1954. Depois de um tempo transitório (poucos meses), começou, oficialmente, a Irradiação Cósmica do Sétimo Raio.

O período de 1930 até 1954 é visto como a atividade do caminho preparatório semelhante ao trabalho antecipado de "João Batista".

No dia 1º de maio de 1954, celebrou-se em Shamballa a cerimônia festiva da transmissão da coroa, cetro, espada e manto do Chohan retirante (Mestre Jesus) ao novo Chohan, Mestre Saint Germain.
O símbolo da autoridade, COROA, veio à Terra sobre a cabeça do Arcanjo Miguel, com os primeiros homens, que encarnaram sobre o planeta e, desde então, vem sendo usada sucessivamente pelos Chohans dos Sete Raios, por transferência a cada um deles, quando já decorridos 2.000 anos.

Completara-se, portanto, 14.000 anos desde que o último Chohan do Sétimo Raio usou essa Coroa, transferida que fora de seu predecessor - o Chohan do Sexto Raio, que por sua vez, a recebera do quinto, prosseguindo desse modo a seqüência dos Chohans e seus Raios até o primeiro deles, no início do ciclo de 14.000 anos.

O próprio Bem-Amado Mestre Jesus colocou nas mãos de Saint Germain o cetro da autoridade, investindo-o de poder sobre a evolução de todos os anjos, homens e seres elementais na presente Era, ao ser iniciado o novo ciclo de dois mil anos. O Maha Chohan entregou-Lhe a espada simbólica que representa o poder do Espírito Santo.

O primeiro gesto de Saint Germain: colocou a coroa sobre a cabeça de Sua Chama Gêmea, Deusa da Justiça e da Oportunidade, a Bem-Amada PÓRTIA.
Cada membro da hierarquia aproximou-se na correspondente ordem de categoria e todos, genuflexos, prestaram juramento perante o Novo Rei, Saint Germain, trazendo-Lhe as bênçãos de suas próprias emanações de vida.

Anjos e seres elementais seguiram este exemplo, irradiando suas vibrações em direção ao reino humano e sobre todos os Seres que estavam cientes deste grande acontecimento cósmico.

A ERA DA LIBERDADE

O Grande Mestre Ascensionado SAINT GERMAIN é o Ser que dirige os dois mil anos já iniciados da ERA DA LIBERDADE. Sua gigantesca missão é LIBERTAR todos os viventes, com também a Terra, e isto será realizado por meio do Fogo Violeta. Separadamente e em grupos, os homens apelam desejando dissolver toda criação inferior que obscurecer a luz dos homens.

Se apelais pela vossa Presença Divina "EU SOU" e ao Mestre Ascensionado Saint Germain para chamejar o Fogo Violeta através de vós, ele começará a afastar todas as criações negativas em vossos corpos do sentimento, do pensamento, etérico e físico; ireis constatar uma acentuada leveza e expansão em vossos sentimentos, uma notável clareza em vossos sentidos e mudança em vosso corpo.

Alguns discípulos vêem esta chama violeta quando apelam por auxílio em seus círculos de vida; outros a sentem.

Mesmo que vós não a vejais, ela está operando. Parece ser invisível, mas chegamos a ver as coisas mais importantes da vida? Não são visíveis aos nossos olhos a vida, a eletricidade, o amor, o ódio, a guerra (os efeitos de guerra: ódio, vingança, tristezas, dor etc.) e a paz.; no entanto, são bem reais; podemos, em qualquer caso, ver os seus efeitos. O uso diário da vivente Chama Violeta pode afastar muita coisa que está acontecendo em vosso mundo.

Mas, talvez deva ser esclarecido que, quando empregais sinceramente o Fogo Violeta e "acontecem" pequenos efeitos - isto não quer dizer que a Chama não faça a obra completa; significa que vossas CRIAÇÕES HUMANAS vêm à luz antes que as tenhais dissolvido.

Sobre isto, alguém, em certa ocasião, disse: Assemelha-se a uma escada "rolante" trazendo ao mundo atual a ação das forças do passado. Vosso trabalho é usar, suficientemente, a Chama Violeta para que tais FORÇAS PERMANEÇAM INERTES OU SEJAM DISSOLVIDAS ANTES QUE POSSAM AGIR.

Quando a Chama age, é com se explodisse uma porção de vossas criações humanas e então ficásseis livres de determinas qualidades inferiores.

Procurai agir sempre com crescente entusiasmo, para dissolver-se rapidamente, tão depressa quanto possível, o que se apresenta na superfície de vossa vida diária.

ALGUMAS ENCARNAÇÕES DO MESTRE SAINT GERMAIN

- Rei da Cidade de Ouro, capital de uma antiga civilização, que floresceu há mais de 50.000 anos, onde hoje encontra-se o Saara.

- Sumo Sacerdote do Templo da Chama Violeta em Atlântida.

- Profeta Samuel. Preparou e ungiu David como rei de Israel.

- José, escolhido do Espírito Santo como pai de Jesus.

- Mago Merlin, amigo e conselheiro do rei Artur que criou a Ordem dos Cavaleiros da Távola Redonda que tinha como grande objetivo a procura do Santo Graal.

- Roger Bacon, alquimista do século XIII, considerado precursor da ciência moderna.

- Cristóvão Colombo, grande navegador que, superando a ignorância e o medo infundado dos europeus, descobriu a América, a Terra da Liberdade.

- Francis Bacon, filósofo inglês do século XVII. Um dos fundadores da Franco-Maçonaria. Possivelmente, também autor das peças literárias de Shakespeare.

- Tendo alcançado sua Ascensão em 1º de maio de 1684, Saint Germain obteve a permissão do Conselho Cármico de retornar ao mundo num corpo físico, assombrando a Europa nos séculos XVIII e XIX, como o Conde de Saint Germain.

A CHAMA VIOLETA é uma das maiores dávidas que Deus concedeu à humanidade. É a ferramenta ideal para nos ajudar na vida física, material, emocional e espiritual. Também denominada chama do Perdão e da Misericórdia, a CHAMA VIOLETA representa a vibração do Espírito Santo. Quando invocada, a sua ação cósmica é completa, transmuta o nosso karma, cura o nosso corpo, nosso espírito, nossa alma, e eleva a nossa consciência.

Esta energia de vibração elevada penetra o nosso sistema nervoso, nosso coração, nosso cérebro, aumentando assim a nossa energia, e assegurando-nos uma vida melhor. Este solvente espiritual inigualável tem condições de eliminar as causas da enfermidade e purificar o nosso sistema de todo tipo de problemas emocionais e físicos.

Quando a CHAMA VIOLETA entra em contato com nossos pensamentos e sentimentos negativos - estresse, raiva, depressão, ela transmuta todas as energias negativas para positivas. Este fogo espiritual consome, não apenas a manifestação externa do vosso karma, como também as suas raízes e causas, além de contatar a memória de vidas anteriores, purificando seus registros.

Fonte : NaveLuz/ Curaeascensao

A Lenda de Rômulo e Remo


Conta a lenda que Ascânio, filho do herói troiano Enéas (filho de Vênus e Anquises), teria fundado a cidade de Alba Longa sobre a margem direita do rio Tibre. Sobre esta cidade latina reinaram muitos dos seus descendentes até chegar Numitor e seu irmão Amúlio. Esse destronou Numitor e, para que não pudesse ter descendência que lhe tirasse do trono, condenou sua filha, Reia Silvia, a ser sacerdotisa da deusa Vesta para que permanecesse virgem.
Apesar disso, Marte, o deus da guerra, engendrou em Reia os gêmeos Rômulo e Remo. Quando eles nasceram, para salvá-los, foram colocados em uma cesta deixada  no rio Tibre. A cesta encalhou na zona das sete colinas, situada perto da desembocadura do Tibre no mar.
Uma loba, chamada Luperca, se aproximou do rio para beber água e lhes abrigou e amamentou em seu refúgio do Monte Palatino até que, finalmente, os bebês foram encontrados e resgatados por um pastor cuja mulher os criou. Já adultos, os gêmeos recolocaram Numitor no trono de Alba Longa e fundaram, como colônia dessa, uma cidade na margem direita do Tibre, no lugar onde tinham sido amamentados pela loba, para serem os seus Reis.
Dizem que a loba que amamentou Rômulo e Remo foi sua mãe adotiva humana, já que o termo loba, em latim lupa, também era utilizado, em sentido pejorativo, para as prostitutas da época.
A lenda também nos conta como Rômulo matou Remo. Perto da desembocadura do rio Tibre, havia sete colinas: os montes Aventino, Celio, Capitólio, Esquilino, Palatino, Quirinal e Viminal. Rômulo e Remo discutiram sobre o lugar onde fundar a cidade e decidiram consultar o voo das aves, da maneira etrusca. Rômulo viu doze urubus voando sobre o Palatino, enquanto Remo viu apenas seis em outra colina. Então Rômulo, para delimitar a nova cidade, traçou um enquadramento com um arado no alto do monte Palatino e jurou que mataria quem ousasse cruzá-lo. Remo desobedeceu e cruzou a linha com desprezo, por isso seu irmão o matou e ficou como o único e primeiro Rei de Roma. Esse fato teria acontecido no ano 754 a.C., segundo a versão da história oficial da Roma antiga.

Origem grega

Segundo outras fontes antigas, a fundação da cidade se relaciona com o mundo grego, já que os fundadores tinham ascendência troiana. Esta lenda apresenta Eneias, príncipe troiano, como antepassado direto de Rômulo e Remo e que, ao se casar com a filha do rei latino, se tornou rei.
Esta interpretação é encontrada não só em historiadores gregos, como também foi defendida no mundo itálico contra outras tradições que atribuíam uma origem arcadia, relacionadas com o mito de Evandro, o aqueu, relacionada com o de Odisseu e Ulisses. Assim, a historiografia grega atribuiu uma origem divina e grega à fundação de Roma, versão assumida posteriormente por essa.
No entanto, não se pode considerar admissível a tradição de uma origem troiana de Roma se compara a data da destruição de Troia (1200 a.C.) com os restos arqueológicos dos povoados de Lácio e Septimeontium, semelhante a outros muitos povoados do Bronze Final da Itália e que não são um povoado importante, muito menos uma cidade.

Fonte :TudoSobreRoma

Quem foi Carlos Magno

Carlos Magno ou Carlos I, o Grande, foi um importante imperador e conquistador medieval da Dinastia Carolíngia. Grande defensor dos dogmas católicos, foi coroado Imperador do Sacro Império Romano Germânico, em 800, pelo Papa leão III, após tornar-se Rei dos Francos (768 a 814) e dos Lombardos (a partir de 774), constituindo assim, o grande Império Carolíngio, que recebeu esse nome em sua homenagem.

Suas ações foram muito importantes para reunificar diversas partes da Europa, as quais estavam fragmentadas desde a queda do Império Romano Ocidental, em 476 d.C.
Foi assim que o governante contribuiu com mudanças significativas no âmbito da cultura do medievo, do desenvolvimento da administração territorial e das estratégias focadas no expansionismo militar.

De tal modo, além de colaborar com a disseminação da religião católica, foi um grande incentivador das letras e das artes bem como um valorizador do ensino, o que o levou a realizar uma reforma educacional na Europa.
Assim, as escolas passaram a funcionar nas cortes, mosteiros e bispados as quais incluíam as disciplinas: gramática, retórica e dialética, aritmética, geometria, astronomia e música. Esse período de florescimento das artes e da cultura ficou conhecido como Renascimento Carolíngio.

Biografia: Resumo

Apesar de ser considerado uma das figuras mais importantes da Europa Medieval, pouco se sabe sobre sua vida. Neto de Carlos Martel, Duque da Austrásia, e o primogênito de Pepino III, o Breve, Carolus Magnus nasceu em 742 e faleceu em 814. Seguiu os passos de seus herdeiros e foi uma das figuras representativas mais importantes das políticas expansionistas realizadas na Europa.
Após a queda do Império Romano do Ocidente em meados do século V, a Europa estava fragmentada em diversos reinos, os quais competiam entre si o poder ao buscar a conquista e expansão dos territórios no continente.

Embora houvesse muitas contendas entre os reinos, a essencial característica foi a expansão da religião católica, que por sua vez, foi utilizada estrategicamente por Carlos Magno, para unir novamente a Europa, já que muitos reinos tinham em comum essas crenças.

O trabalho que vinha fazendo, já estava sendo realizado por seu pai Pepino III, que governou o Reino dos Francos de 751 a 768, e selou o poder do Reino com a Igreja Católica. Com sua morte, a herança foi dividida entre Carlos Magno e seu irmão Carlomano I (751-771).

Como estrategista e dominado pela vontade de conquista, com a morte de seu irmão, que governou a parte oriental do Reino dos Francos durante três anos (768-771), Carlos Magno resolveu unificar as terras desrespeitando assim a ordem de sucessão ao trono, a qual deveria ser de seu sobrinho. Esse fato lhe rendeu o título do mais importante Rei dos Francos, e para muitos, o único.
Assim, Magno governou o Reino dos Francos a partir de 768, sendo que o poder religioso que emanava de Roma, fora transferido para o norte da França, o que deixou muitos romanos descontentes, indicadas pelas diversas contendas que tiveram. Seu grande rival foi o italiano Desidério, Duque da Toscana e Rei dos Lombardos, que governou de 756 até o ano de 774, quando foi derrotado por Carlos Magno.

Foi um habilidoso guerreiro, político e estrategista, e por meio de suas campanhas militares, conquistou diversos territórios criando um vasto Império, o qual reunia parte da Europa Ocidental e Central, nos territórios dos países: França, Espanha e Itália. Participou de diversas batalhas, das quais se destacam: Guerra na Aquitânia, Guerra da Lombarda, Guerra da Saxônia e Guerra da Bavaria.

Foi assim que lutou bravamente contra o paganismo na Europa convertendo os em cristãos e estendendo cada vez mais seu domínio, o que gerou diversas batalhas de diferentes povos: mouros, bretões, eslavos, hunos, frísios, dentre outros. Com sua morte, o cargo foi ocupado por seu filho Luís, Rei da Aquitânia.

Fonte: Toda matéria/Infoescola

terça-feira, 18 de abril de 2017

Heráclito

Para Heráclito de Éfeso, nascido por volta de 540 a.C., tudo o que existe está em permanente mudança ou transformação. A essa incessante alteração deu o nome de DEVIR.

O mundo, segundo Heráclito, é um fluxo permanente em que nada permanece idêntico a si mesmo. Tudo se transforma no seu contrário. “A guerra é mãe e rainha de todas as coisas”. É da luta entre os contrários, ou seja, do devir, do tornar-se, do vir-a-ser, que eles se harmonizam numa unidade. O Lógos (razão, discurso sobre o ser) é mudança e contradição.

Isso significa que a verdade é dialética, isto é, as palavras dizem as coisas em sua eterna transformação. Os nossos sentidos enganam-nos, pois enxergamos as coisas imóveis, estáveis, com uma forma própria e determinada. Porém, nosso pensamento capta a instabilidade e mutabilidade dos seres. “É impossível entrar no mesmo rio duas vezes”. As águas já são outras e nós já não somos os mesmos.

É na síntese entre os pares de contrários (o dia que se torna noite que se torna dia novamente; a vida que se torna morte e vice-versa; o quente que se torna frio e o frio que se torna quente; o seco que umedece, o úmido que seca, etc.), da multiplicidade contraditória que surge a unidade dialética que nos permite algum conhecimento, ainda que passageiro.

O Obscuro, como era conhecido Heráclito, concebeu o FOGO como o princípio eterno que causa a mudança e concebe Deus como a harmonia ou síntese entre os contrários. É uma concepção de realidade que permite compreender o mundo somente no seu devir e na unidade dos opostos. Quer dizer que a doença torna valorosa a saúde e que jamais entenderíamos o significado da justiça se não houvesse a ofensa. O sentido, o significado está na harmonia, na conciliação entre os vários pares de contrários.

Por isso, é muito provável que a imagem do inferno criada pela Igreja Católica e pelos artistas ocidentais tenham referência à filosofia heraclitiana. Isso porque o fogo que significa mudança, instabilidade se opõe radicalmente ao ar que representa o céu, o repouso em que Deus é fonte confiável do conhecimento e da ordem.

Por isso também, em geral, os movimentos contra a ordem estabelecida no decorrer da história (como o comunismo contra o capitalismo; o rock contra a sociedade consumista e alienada, o feminismo, etc.) fazem reverência à mudança, ao vermelho (fogo) e ao diabo, pois sua intenção é promover a instabilidade contra os sistemas.

É interessante observar como a filosofia de Heráclito permanece atual. No que se refere à matéria, essa é mutável e concebida pelos cientistas como eternamente em transformação (como afirmou o químico Lavoisier no século XVIII, “na natureza nada se cria, nada se perde, tudo se transforma”). A atualidade de seu pensamento também pode ser observada no Princípio da incerteza de Heisenberg, físico que ajudou a desenvolver a mecânica quântica no século XX, que diz ser impossível afirmar com exatidão a posição de um elétron em um átomo em razão da metodologia de aferição.

Também podemos observar o Devir em nosso próprio metabolismo, pois constantemente estamos incrementando matéria ao nosso corpo (alimentação que permite o crescimento) e o desgaste físico com a idade (que é a perda de matéria).

Assim, concebe-se o pensamento de Heráclito como a base do materialismo, ou seja, da filosofia que concebe como unicamente existente, em todos os níveis, a matéria.

fonte:escolabrasil

Pitágoras

Pitágoras foi um importante matemático e filósofo grego. Nasceu no ano de 570 a .C na ilha de Samos, na região da Ásia Menor (Magna Grécia). Provavelmente, morreu em 497 ou 496 a.C em Metaponto (região sul da Itália).
 Embora sua biografia seja marcada por diversas lendas e fatos não comprovados pela História, temos dados e informações importantes sobre sua vida.

Com 18 anos de idade, Pitágoras já conhecia e dominava muitos conhecimentos matemáticos e filosóficos da época. Através de estudos astronômicos, afirmava que o planeta Terra era esférico e suspenso no Espaço (ideia pouco conhecida na época). Encontrou uma certa ordem no universo, observando que as estrelas, assim como a Terra, girava ao redor do Sol.


Recebeu muita influência científica e filosófica dos filósofos gregos Tales de Mileto, Anaximandro e Anaxímenes.


Enquanto visitava o Egito, impressionado com as pirâmides, desenvolveu o famoso Teorema de Pitágoras. De acordo com este teorema é possível calcular o lado de um triângulo retângulo, conhecendo os outros dois. Desta forma, ele conseguiu provar que a soma dos quadrados dos catetos é igual ao quadrado da hipotenusa.


Atribui-se também a ele o desenvolvimento da tábua de multiplicação, o sistema decimal e as proporções aritméticas. Sua influência nos estudos futuros da matemática foram enormes, pois foi um dos grandes construtores da base dos conhecimentos matemáticos, geométricos e filosóficos que temos atualmente.

Principais filósofos da Escola Pitagórica:

- Filolau de Crotona
- Temistocleia
- Arquitas de Tarento
- Alcmeão de Crotona
- Melissa

Alguns pensamentos (frases) de Pitágoras:


- Não é livre quem não consegue ter domínio sobre si.

- Todas as coisas são números.

- Aquele que fala semeia; aquele que escuta recolhe. 

- Com ordem e com tempo encontra-se o segredo de fazer tudo e tudo fazer bem. 

- Educai as crianças e não será preciso punir os homens.

- A melhor maneira que o homem dispõe para se aperfeiçoar, é aproximar-se de Deus. 

- A Evolução é a Lei da Vida, o Número é a Lei do Universo, a Unidade é a Lei de Deus. 

- Ajuda teus semelhantes a levantar a carga, mas não a carregues.

Mitologia Grega


A Mitologia Grega é um conjunto de mitos (histórias e lendas), sobre vários deuses, heróis, titãs, ninfas, e centauros. A Mitologia Grega originou-se da união das mitologias dórica e micênica. Seu desenvolvimento ocorreu por volta de 700 a. C.

Pode-se dizer que na Grécia Antiga a religião era politeísta, pois os gregos adoravam a vários deuses. Não existem escrituras sagradas (como a Bíblia para os cristãos) a respeito da Mitologia Grega. As principais fontes a esse respeito foram escritas no século VIII a.C. por Hesíodo (Teogonia), e por Homero (Ilíada e Odisséia). Na Teogonia são tratadas a origem e a história dos deuses gregos. Nas narrativas Ilíada e Odisséia são descritos os grandes acontecimentos envolvendo heróis e deuses.

Os deuses, além de ter forma humana, tinham sentimentos humanos como amor, inveja, traição, ira, entre outros. Suscetíveis a esses sentimentos, era comum os deuses se apaixonarem por humanos e com eles terem filhos. Alguns heróis da Mitologia Grega eram filhos de deuses e humanos. Os deuses, diferentes de seus filhos, eram imortais.

Os deuses do Olimpo são os deuses mais poderosos dos vários grupos de deuses. Os deuses do Olimpo se dividem em várias classes. A classe superior é formada pelos seguintes deuses:

  • Zeus - governante dos demais deuses.
  • Hera – deusa que protegia casamentos (irmã e esposa de Zeus).
  • Apolo - deus da luz, poesia e da música.
  • Atena - deusa da sabedoria.
  • Afrodite - deusa do amor e da beleza.
  • Ares - deus da guerra.
  • Poseidon - deus do mar
  • Hefesto - deus do fogo
  • Ártemis - deusa da caça
  • Héstia - deusa do coração e da chama sagrada
  • Deméter - deusa da agricultura.
  • Hermes - mensageiro dos deuses.

A classe inferior dos deuses é formada por:

  • Hades - deus dos infernos (irmão de Zeus)
  • Dioniso - deus do vinho, em algumas regiões era tão importante quanto Zeus.
  • Pã - deus das florestas.

As ninfas eram consideradas as guardiãs da natureza e as musas, representavam as artes e as ciências.

Os heróis, seres mortais, alguns filhos de deuses com humanos, são muito importantes na mitologia grega. Os de maior destaque são:

  • Aquiles
  • Jasão
  • Teseu
  • Édipo
  • Agamenon
  • Menelau
  • Ulisses

O principal herói grego é Heracles, ou em romano, Hércules. Ele era filho de Zeus e Alcmena.

A Mitologia Grega pode ser observada em vários filmes, que buscam retratar a Grécia Antiga e seus personagens fantásticos.

quarta-feira, 5 de abril de 2017

Max Weber

Ao lado de Émile Durkheim e Karl Marx, o alemão Max Weber integra o trio dos grandes pensadores clássicos responsáveis pela fundação da Sociologia. Nascido em 1864, em Munique, dedicou sua obra a compreender a nova sociedade que se formava a partir da consolidação do capitalismo industrial na Europa e sua propagação pelo planeta. Weber morreu em 1920, tendo vivenciado as turbulências da Primeira Guerra – o que, para alguns, fundamenta certo pessimismo weberiano frente a contemporaneidade .

Como pioneiro no estudo científico da sociedade, Weber inaugura o método da sociologia compreensiva. Baseada na ideia de que ao estudar as ações sociais o sociólogo deve dar especial atenção a motivação dos indivíduos e grupos, a sociologia compreensiva ocupa-se do sentido que os sujeitos atribuem as suas próprias ações – além do significado dessas ações em um contexto social mais amplo. Entende-se, por consequência, que as ações em si não tem um sentido próprio, mas o sentido que nós, como sujeitos modernos, atribuímos a elas. Para Weber, o papel do sociólogo deve ser compreender esses sentidos, que são dados pelos sujeitos mas não podem ser apreendidos de forma imediata por eles (o que justifica a necessidade da reflexão sociológica).

Os temas trabalhados por Weber são variados, mas sua maior ênfase está nos estudos sociológicos sobre economia, religião e política – todas em sua configuração moderna. Em sua obra mais conhecida, A ética protestante e o espírito do capitalismo, Weber investiga a influência da religião, especialmente do protestantismo, na formação do capitalismo ocidental. Para ele, os fundamentos dessa religião – que prega a intensa dedicação ao trabalho e não condena a acumulação de riquezas – favoreceram a consolidação do capitalismo nos países onde sua influência era grande. Weber aplica o método da sociologia compreensiva demonstrando que a forma como os sujeitos captavam o mundo (sua ética religiosa) influenciou diretamente suas ações (na consolidação do capitalismo).
É também neste livro que percebemos um exemplo de emprego da noção de tipo ideal. Segundo Weber, para compreender a realidade é preciso antes transportá-la ao campo das ideias, o campo da teoria. Neste processo, que é uma espécie de reconstituição da realidade, devemos simplificar a complexidade apresentada no mundo real, isolando e destacando as características principais (isso é, típicas) daquilo que pretendemos compreender. No caso da ética protestante e o espírito do capitalismo, somos apresentados ao capitalismo a partir de um tipo ideal. Weber reconhece que, no mundo concreto, ele se apresenta de formas variadas, dependendo da época e do país onde é observado. Entretanto, alguns elementos – como a busca pelo lucro e a organização racional do trabalho – aparecem como típicos desse sistema de produção. Concebida por Weber, a elaboração de um tipo ideal é uma ferramenta útil ao sociólogo.

Para Weber, a racionalização do trabalho – e de outras esferas da vida – é um traço definitivo que marca nosso tempo. O avanço da ciência e do capitalismo moldaram o mundo de forma que todos os espaços coletivos, desde de os políticos até os corporativos, sejam burocratizados. É preciso notar que a burocracia de que nos fala Weber é vista sob um ponto de vista positivo, pois significa a organização racional e eficiente das atividades coletivas, onde cada um exerce sua função específica e previamente estabelecida de forma detalhada. Essa tendência a intensa racionalização, ainda que positiva, é vista por Weber como algo que nos leva ao desencantamento do mundo, quando as formas místicas e religiosas de pensar perdem espaço para a burocratização. Pela importância deste e outros temas em sua obra, além de sociólogos, Weber também influenciou administradores e economistas.

Referências bibliográficas:
WEBER, Max. Ética protestante e o espírito do capitalismo. São Paulo: Pioneira, 1999.
WEBER, Max. Ciência e política: duas vocações. São Paulo: Martin Claret, 2001

terça-feira, 4 de abril de 2017

Auguste Comte

Nascido na França em 1798, onde viveu até 1857, o filósofo Auguste Comte é considerado um dos grandes precursores da Sociologia, tendo exercido influência direta em muitos pensadores que o sucederam, entre os quais faz-se necessário destacar o clássico Émile Durkheim. A importância de Comte deu-se sobretudo pela criação da corrente filosófica do positivismo, que alcançou relevância mundial, deixando, inclusive, grandes marcas na formação histórica da república brasileira.

Apreensivo, Comte observava a decadência do sistema feudal e a emergência da sociedade moderna e urbana na Europa. Tal transição não foi serena, mas marcada por grandes conflitos relativos à adaptação dos indivíduos e instituições as novas formas de organização do trabalho e da vida coletiva. Comte acreditava que o núcleo de uma sociedade era a unidade alcançada a partir de um mesmo pensamento e forma de ver o mundo. Portanto, a crise que testemunhava nesse período de transição para o mundo moderno, era, para ele, uma crise causada pela falta de um consenso coletivo – que anteriormente teria existido em torno de formas religiosas de organizar a vida social. A solução seria acelerar a formação de um novo consenso baseado no pensamento científico, que naturalmente se tornaria homogêneo na sociedade que despontava. Essa nova forma de pensar seria denominada por Comte como forma positiva, isso é, como o positivismo.

Lei dos Três Estados

O positivismo era visto por Comte como uma evolução inevitável da natureza humana. Para ele, todas as sociedades – de diferentes épocas e territórios – passariam necessariamente por três estados consecutivos, cada um caracterizado por uma forma de pensar predominante. No primeiro estado, o teológico, os fenômenos sociais e da natureza seriam explicados enquanto resultados das ações divinas. No segundo estado, o metafísico, a busca por explicações recorreria a uma reflexão sobre a essência e o significado abstrato das coisas. Por fim, no estado positivo, as explicações sobre o mundo natural e social seriam fabricadas através da observação dos fenômenos, da elaboração de hipóteses e da formulação de leis universais. Ou seja, basicamente utilizando as regras do método científico.

Levando essa percepção em conta, a missão de Comte torna-se elaborar uma ciência positiva capaz de explicar os fenômenos sociais através da aplicação da metodologia científica em busca de leis universais que fossem válidas para as dinâmicas humanas em todos os tempo e sociedades. O nome que Conte deu a essa ciência, a “física social”, revela que, para os positivistas, seria possível estudar a sociedade e formular suas leis de funcionamento com a mesma precisão e objetividade que se estuda o efeito da gravidade sobre os corpos ou o movimento dos astros no sistema solar. Uma vez conhecidas essas leis universais, a expectativa de Comte era de que os conflitos sociais pudessem ser eliminados através de reformas e intervenções comandadas pelo Estado. O positivismo de Comte se apresenta, portanto, não apenas enquanto teoria, mas também como projeto político para a gestão da sociedade.

Apesar da grande influência que teve o positivismo, a ideia do progresso científico como destino comum a todos os povos e da história como um caminho de sentido único, atualmente é encarada como uma estratégia colonizadora que pretende impor a força os modos de vida ocidental para outras culturas.

Bibliografia:

ARON, Raymond. As etapas do pensamento sociológico. São Paulo: Martins Fontes, 2000.

SUPERTI, Eliane. O Positivismo no Brasil e a Revolução de 30: a construção do Estado Moderno no Brasil. Dissertação de Mestrado, São Carlos: UFSCar, 1998

segunda-feira, 3 de abril de 2017

TALES DE MILETO

Segundo a tradição clássica da filosofia ocidental, o primeiro teórico a formular um pensamento mais sistemático fundado em bases racionais foi o grego Tales (cerca de 625 a.C. – 558 a.C.). Sendo o fundador dessa nova forma de pensar, ele é considerado o primeiro filósofo de que se tem notícia, inaugurando a linhagem filosófica dos pré-socráticos (filósofos que vieram antes de Sócrates).
Nascido na cidade de Mileto, uma colônia grega na região da Jônia (atual Turquia), Tales foi matemático, astrônomo e negociante. Herdeiro de conhecimentos ainda mais antigos — como a matemática egípcia e a astronomia babilônica — Tales era tido em sua cidade como um sábio, mas também como um homem prático: conta-se que, utilizando suas habilidades, soube prosperar como um hábil mercador.
O que sabemos sobre as ideias desse filósofo resulta de comentários feitos pelos pensadores gregos que o sucederam, pois não há preservados registros escritos de sua autoria. As principais referências que temos a seu respeito vêm do filósofo Aristóteles.
Tales inaugurou na filosofia a corrente dos pensadores “físicos”: filósofos que buscavam entender e explicar a origem da physis — palavra grega traduzida como natureza, mas cujo significado engloba também a ideia de origem, movimento e transformação de todas as coisas.
Segundo Tales, a origem de todas as coisas estava no elemento água: quando densa, transformaria-se em terra; quando aquecida, viraria vapor que, ao se resfriar, retornaria ao estado líquido, garantindo assim a continuidade do ciclo. Nesse eterno movimento, aos poucos novas formas de vida e evolução iriam se desenvolvendo, originando todas as coisas existentes.
Lançando um olhar crítico, tornam-se evidentes as brechas neste raciocínio. Por exemplo, o que dá início a este movimento e o que o mantém? Como um único elemento, a água, poderia se transformar em outra coisa?
Essas falhas, que aos olhos científicos de hoje são evidentes, eram vistas de outra forma na época. Vale lembrar que no momento em que as ideias de Tales foram criadas, os pensamentos racional e filosófico ainda eram bastante povoados por elementos mágicos e mitológicos. Portanto, para um grego antigo, a ideia de que uma coisa simples como a água pudesse se transformar em outra coisa não era absurda.
O grande mérito de Tales, na verdade, não foi a sua explicação aquática da realidade: foi o fato de que, pela primeira vez na história, o homem buscava uma explicação totalmente racional para o seu mundo, deixando de lado a interferência dos deuses.
Tales pode ser tido também como o pai da filosofia unitarista — que busca a explicação de todas as coisas a partir de um único princípio (no caso dele, a água) — e que teria seu maior expoente na figura de Heráclito de Éfeso.
A partir de sua teoria, diversos filósofos pré-socráticos buscaram seus próprios caminhos para explicar a physis. Tales, Anaximandro e Anaxímenes formaram o trio da chamada Escola de Mileto e ficaram conhecidos como os physiologoi(estudiosos da physis). Era o início da filosofia e do esforço humano em compreender o espetáculo da existência a partir da racionalidade.

Grécia: o Movimento Sofista

A ética aristocrática do guerreiro grego, firmada nos Tempos Homéricos, sofreu o seu primeiro abalo com a emergência do Movimento Sofista, a partir do século V a.C., em Atenas. Até então, era comum crer que somente uns poucos eleitos, a gente de escol (elite), podia ostentar ter a Aretê , a virtude, a excelência. Acreditavam que era um atributo que desde o berço fazia parte do ethos de um jovem aristói , jamais do politikos , do cidadão comum da cidade-estado.

Os tempos, todavia, mudaram. Atenas, na transição do período arcaico ao clássico, tornou-se o que Montesquieu denominou de 'cidade comercial' e se democratizou, entre os séculos VI e V a.C., seguidas por Clístenes, e aprofundadas por Péricles e Elfíates.

A antiga concepção de virtude aristocrática assumiu ares anacrônicos. Então vieram se estabelecer os sofistas. Eram os sábios ou mestres-de ensino que, originários dos diversos cantos do mundo helênico, se viram atraídos para a grande metrópole para nela abrir 'escolas'. Estavam preocupados em transmitir as artes da oratória e da retórica ao maior número possível de candidatos que mostrassem interesse por adquirir tecné , algum tipo de habilidade.

Na democrática cidade, a política passou a depender do logos (a palavra) e não mais necessariamente da força (da aristocracia guerreira) ou do genos (a linhagem ou clã a que os indivíduos pertenciam).

A paisagem urbana ateniense agora estava tomada por metecos (mercadores estrangeiros) e seus descendentes (negociantes, marinheiros de todos os quadrantes, artesãos, construtores, artistas, ceramistas, e aventureiros de todas as espécies). As verdadeiras batalhas travadas na democracia se davam tanto nos espaços públicos (praças, ginásios, estádios) como nas instituições oficiais da polis (assembléia popular, tribunal popular, areópago, etc.).

Democracia, o império da palavra 

No novo regime implantado pelas reformas de Clistenes, a partir de 508 a.C., a cidade-estado se tornou uma espécie de soberana informal e a grande educadora e formadora dos homens-livres que nela habitavam. Como bem observou o famoso sofista Górgias sobre o extraordinário poder de arrebatamento provocado pela palavra (in Elogio à Helena  8-14):
"A palavra é uma grande dominadora, que com corpo pequeníssimo e invisível cumpre as obras mais divinas, porque pode fazer desaparecer o temor e tirar as dores, infundir alegria e inspirar piedade. Torna-se produtora de prazer e alija a dor, pois o poder de encantamento , arrebata-a, persuade-a, transformando-a mediante sua feitiçaria ; faz com que o incrível e o invisível apareçam aos olhos da crença. Pois assim como os diferentes remédios expulsam do corpo de cada um diferentes humores, e alguns fazem cessar o mal, outros, a vida, assim também entre os discursos uns geram aflição, outros deleite, uns amedrontam, outros excitam à ousadia os que ouvem, outros envenenam e fascinam a alma por meio da persuasão malvada." (cit. porR. Mondolfo , pág. 131).

Deste modo, os sofistas (não se sabe ao certo quanto eles somavam, talvez uns 100 ou 200 atuando em pontos diversos de Atenas), tais como Trasímaco, Cálicles, Hípias, Próticos, Górgias e Protágoras, o mais celebrado de todos, não tardaram em reunir um séquito de admiradores. Jovens curiosos em aprender as artimanhas e truques que lhes possibilitassem vencer as polêmicas ideológicas e discussões políticas, habilitando-os à vida pública. Naturalmente que tais ensinos davam uma razoável ou boa remuneração ao mestre (o que para Sócrates era um insulto negociar com o ensino e o conhecimento).

A atração exercida pelos sofistas em grande parte se devia a que o discurso convencional da filosofia corrente em Atenas insistia na sofrosine , na moderação, num comportamento prudente, condizente, que exigia certa reflexão antes da ação.
Poucos jovens, sedentos por aventuras e em busca de feitos estavam dispostos a conformar-se com isto. A expressão de tranquilidade e indiferença para o que ocorria ao arredor era o apanágio das estátuas e não de quem se lançava na vida com certa voracidade.
Nem a religião com seus cerimoniais de sacrifício aos deuses, profecias e consultas oraculares, ensinava alguma coisa, tão pouco a poesia que no máximo passava como um exercício de memória e encantamento. Coube aos sofistas darem aulas de iniciação à matemática, às noções de música e às ciências e a tudo mais que estava ao alcance deles.

Protágoras, maior de todos 

"O homem é a medida de todas as coisas, das coisas que são, enquanto são das coisas que não são, enquanto não são". Protágoras de Abdera

Próximo a Péricles, Protágoras de Abdera (falecido provavelmente em 415 a.C.) tornou-se o mais autêntico símbolo vivo do movimento sofista. Sua contribuição principal foi ter-se voltado contra os costumes arraigados e o pensamento dogmático. Relativista, afirmou que qualquer situação tem dois lados da questão (no seu tratado "As Antilogias"), não havendo, por conseguinte "verdades absolutas".

Ele, além de ter sido um dos primeiros filósofos envolvidos diretamente com a educação no sentido mais amplo possível, foi considerado um dos precursores do pensamento crítico, negador dos valores absolutos. O que se mostrou ao longo da história no mais eficaz antídoto à ortodoxia, ao pensamento único e ao fanatismo.

Entre as dificuldades entre a crença e a descrença, por exemplo, ele propôs uma solução antropocêntrica: o homem-medida (no tratado "A Verdade"). Isto é, é o homem - e não as forças sobrenaturais - quem afinal define o que lhe parece certo ou errado, dando-lhe assim enorme autonomia de escolha e discernimento, quando não a plena autarquia (palavra inventada pelos sofistas). Acusaram-no de subjetivismo.

Protágoras é tido, também, em razão da sua celebração da importância da consciência humana, como um dos patriarcas do Humanismo Ocidental. Foi um dos poucos intelectuais daquele tempo a se mostrar simpático à democracia e defensor de uma posição mais positiva das mulheres na sociedade.

Mesmo Platão, inimigo declarado dos sofistas, rendeu-lhe reconhecimento (in Protágoras ). Atitude que, séculos depois, foi retomada por G.W.F. Hegel. Justamente por retirar das divindades o papel de árbitro das coisas transferindo-o para o homem, terminou sendo punido.

No ano de 444 a.C., ele foi acusado de ser indiferente aos poderes sagrados (hoje, diríamos agnóstico, expressão inexistente naquele tempo) e condenado ao desterro. Ele publicamente proclamara que "A respeito dos deuses não saberia dizer se existem ou não, pois muitas coisas impedem este conhecimento, tanto a obscuridade do assunto mesmo como a vida do homem, que é tão breve" (citado por Diógenes Laércio IX).

Numa cerimônia tétrica, todos os seus escritos foram incinerados em público (Atenas, em geral liberal e tolerante, era eventualmente possuída por surtos obscurantistas). Pouco depois, em 431 a.C, o mesmo sucedeu com os textos de Anaxágoras que também teve que marchar pela estrada do exílio.

A reação antissofista 

Como não poderia deixar de ser, a agitação dos sofistas e sua aberta e proclamada irreverência frente aos valores tradicionais (fossem, os da religião, do mito ou da filosofia), provocaram forte desconforto seguida de contundente reação entre outros pensadores.

Este papel central de opositores dos sofistas foi assumido por Sócrates e pelo seu discípulo Platão. Ambos conseguiram transformar a expressão sofista junto ao público ocidental, culto e interessado em algo que não merecia a confiança dos autênticos estudiosos.  Primeiro, porque a sofística estava associada a mestres-de-ensino que desprezavam as certezas e tendiam à superficialidade no que toca à busca do verdadeiro conhecimento. E, em segundo, acentuou Platão, não se preocupavam com a technai , isto é, com as 'atividades genuinamente científicas', mas apenas com o palavrório vazio senão que charlatanesco.
Era uma prática "espúria", digna apenas de "um mercador do ensino", de "um falsificador da filosofia", não de um verdadeiro "amigo da sabedoria". Trataram de desqualificar o sofista como um mestre em falácias, e com sucesso. Desde então, pelos dois mil anos em diante, a palavra foi associada a uma prática intelectual e moralmente desprezível, coisa de aproveitadores, de gente pouco séria, voltada ao engano para fazer dinheiro com prestidigitações verbais, como se fossem mágicos tirando argumentos das mangas. Com o cristianismo, as acusações sobre eles pesaram ainda mais, pois os patriarcas da Igreja os acusaram de corromper e degenerar a juventude grega.
A virtude está ao alcance 
Um dos aspectos que por mais incomodou os filósofos "clássicos" foi a questão da Aretê , a virtude. Os sofistas pregavam que ela estava ao alcance de qualquer politikós , do cidadão comum. Não se prendia às raízes arcaicas que a identificavam exclusivamente como um atributo dos aristói . Ela podia ser ensinada sim, mesmo aos que não possuíam sangue nobre nem pertenciam às castas históricas.

A estas alturas, Aretê passou a ser entendida como ação do eleuthérios , do homem-livre que se identificava com os assuntos públicos, o que ativamente participava dos temas coletivos profundamente envolvido no destino da cidade-estado. Ser virtuoso era ser engajado. Alguém atento aos acontecimentos em geral e que procurava neles atuar de um modo qualificado, digno, que revelasse seu amor à pátria e não apenas aos seus interesses privados ou dos seus familiares.  Por vezes, ainda que imperasse entre os sofistas, como em qualquer outra atividade humana, grupos de mal intencionados, de embusteiros e impostores, o objetivo geral do movimento foi positivo. Particularmente no sentido de abalar o domínio quase absoluto que a nobreza exercia sobre as ideias e os assuntos públicos, abrindo caminho para uma democracia que fosse mais representativa da população em geral.
Para tal, difundiram os critérios, regras e técnicas, que se faziam necessários para tornar alguém um bom orador, bem como dotá-lo de certo nível de cultura que não o inibisse no desejo de se expressar frente a indivíduos de origem social mais elevada e que tivessem maior intimidade com as expressões eruditas. (*)
(*) As opiniões políticas dos sofistas não eram uniformes, Longe disto. Ménon, por exemplo, um discípulo de Górgias, era abertamente antidemocrata, defendia que a justiça era o direito do mais forte e que pela lei natural o mais dotado necessariamente tinha que liderar os mais fracos e fazê-los obedecer. (ver E. Zeller, pág.97)
(*) Um entendimento mais favorável aos sofistas, que haviam sido banidos da história da filosofia, começou historicamente em tempos mais recentes, particularmente no século XX, como o surgimento de uma cuidadosa revisão ou reavaliação feita por uma nova geração de helenistas europeus, entre os quais se destaca o britânico W.K.C. Guthrie e G.B.Kerferd, entre tantos outros. Em parte, influenciados pelas Lições sobre a História da Filosofia, que G.W.F. Hegel publicou post-mortem, em 1833. Para o filósofo alemão, seguindo sua lógica dialética, não haveria Sócrates nem Platão sem a existência prévia dos sofistas. Sendo que o maior exaltador deles foi o helenista George Gote, que, em sua A history of Greece; from the earliest period to the close of the generation contemporary with Alexander the Great. (História da Grécia), escrito entre 1846-56, classificou os sofistas como "campeões do progresso intelectual".

Revolução dos Cravos