terça-feira, 12 de julho de 2011

Mediunidade

I - CONCEITO:

Faculdade orgânica, se encontra, em quase todos os indivíduos, não constituindo patrimônio especial de grupos nem privilégio de castas; é inerente ao espírito que dela se utiliza, encarnado ou desencarnado, para o ministério do intercâmbio entre diferentes esferas de evolução. A mediunidade têm características próprias por meio das quais, quando acentuadas, facultam vigoroso comércio entre homens e Espíritos, entre as criaturas reciprocamente, bem como entre os próprios Espíritos.

O médium (do latim médium) é aquele que serve de instrumento entre os dois pólos da vida: física e espiritual. "Médium é o ser, é o indivíduo que serve de traço de união aos Espíritos, para que estes possam comunicar-se facilmente com os homens: Espíritos encarnados", conforme acentuou o Espírito Erasto, em memorável comunicação sobre a mediunidade dos animais, a inserta em "O Livro dos Médiuns", capítulo XXII, item 236.

Todavia, entre os Espíritos já desencarnados médiuns também os há, que exercem o labor, facultando que Entidades de mais elevadas Esferas possam comunicar-se com aqueles que se encontram na retaguarda da evolução, e recebam nesses encontros o auxílio, o impulso estimulador para, a seu turno, ascenderem.

Mais difundido o exercício da mediunidade através das comunicações dos desencarnados com os encarnados, tal faculdade se faz a porta por meio da qual se abrem os horizontes da imortalidade, propiciando amplas possibilidades para positivar a indestrutibilidade da vida, não obstante o desgaste da transitória indumentária fisiológica.

Natural, aparece espontaneamente, mediante constrição segura, na qual os desencarnados de tal ou qual estágio evolutivo convocam à necessária observância de suas leis, conduzindo o instrumento mediúnico a precioso labor por cujos serviços adquire vasto patrimônio de equilíbrio e iluminação, resgatando, simultaneamente, os compromissos negativos a que se encontra enleado desde vidas anteriores.

Outras vezes surge como impositivo provacional mediante o qual é possível mais ampla libertação do próprio médium, que, em dilatando o exercício da nobilitação a que se dedica, granjeia consideração e títulos de benemerência que lhe conferem paz. Sem dúvida, poderoso instrumento pode converter-se em lamentável fator de perturbação, tendo em vista o nível espiritual e moral daquele que se encontra investido de tal recurso.

Não é uma faculdade portadora de requisitos morais. A moralização do médium libera-o da influência dos Espíritos inferiores e perversos, que se sentem, então, impossibilitados de maior predomínio por faltarem os vínculos para a necessária sintonia. Por isso, sendo um inato recurso do espírito, reponta em qualquer meio e em todo indivíduo, aprimorando-se ou se convertendo em motivo de perturbação ou enfermidade, de acordo com a direção que se lhe dê.

II - DESENVOLVIMENTO:

Em todos os tempos a mediunidade revelou ao homem a existência do Mundo Espiritual, donde todos procedemos e para onde, após o fenômeno morte, todos retornamos. Nos períodos mais primitivos da cultura ética da Humanidade, a mediunidade exerceu preponderante influência, porquanto, através dos sensitivos, nominados como feiticeiros, magos, adivinhos e mais tarde oráculos, pítons, taumaturgos, todos médiuns, contribuindo decisivamente na formação do clã, da tribo ou da comunidade em desenvolvimento, revelando preciosas lições que fomentavam o crescimento do grupo social, impulsionando-o na direção do progresso.

Nem sempre, porém, eram bons os Espíritos que produziam os fenômenos, o que redundava, por sua vez, demorados estágios na barbárie, no primitivismo dos que lhes prestavam culto... À medida que os conceitos culturais e éticos evoluíam, a mediunidade experimentou diferente compreensão. Nos círculos mais adiantados das civilizações orientais e logo depois greco-romana, a faculdade mediúnica lobrigou relevante projeção, merecendo considerável destaque nas diversas comunidades sociais do passado.

No entanto, com Jesus, o Excelso Médium de Deus, que favoreceu largamente o intercâmbio entre os dois mundos em litígio: o espiritual e o material, foi que a mediunidade recebeu o selo da mansidão e a diretriz do amor, a fim de se transformar em luminosa ponte, através da qual passaram a transitar os viandantes do corpo na direção da Vida abundante e os Imortais retornando à Terra, em incessante permuta de informações preciosas e inspiração sublime.

O Cristianismo, nos seus primeiros séculos, desde a Ressurreição até o Concílio de Nicéia (5) se fez um hino de respeito e exaltação à Imortalidade. Depois, enflorescendo incontáveis apóstolos, encarregados de reacenderem as claridades da fé, a mediunidade foi a fonte inexaurível que atendia a sede tormentosa dos séculos, trazendo a "água viva" da Espiritualidade enquanto ardiam as chamas da inquietação e do despotismo, destruindo esperanças, anatematizando, pervertendo ideais...

Os médiuns experimentaram duro cativeiro, demorada perseguição, e a mediunidade foi considerada maldição, exceção feita apenas a uns poucos dotados que receberam ainda em vida física compreensão e respeito de alguns raros espíritos lúcidos do seu tempo.Desde que os intimoratos expoentes da Vida jamais recearam nortear o homem, utilizaram-se da mediunidade, às vezes, com o vigor da verdade exprobrando os erros e os crimes onde quer que se encontrassem.

Todos aqueles, porém, que se encontravam equivocados em relação ao bem e à justiça, por ignorância ou propositadamente, ante a impossibilidade de silenciar o brado que lhes chegava do além-túmulo, providenciavam destruir os veículos, em inútil esforço de conseguirem apoio às irregularidades e intrujices de que se faziam servos submissos. Hoje, porém, após a documentação kardequiana, inserta na Codificação, a mediunidade abandonou as lendas e ficções, os florilégios do sobrenatural e do miraculoso, superando as difamações de que foi vítima, para ocupar o seu legítimo lugar, recebendo das modernas ciências psíquicas, psicológicas e parapsicológicas o respeito e o estudo que lhe desdobram os meios.

(5) Concílio de Nicéia — Primeiro Concílio ecumênico, realizado no ano 325, na cidade de Constantinopla, que condenou a doutrina arianista, o livre exercício da mediunidade e outros pontos mantidos pelos cristãos primitivos, do que redundou constituir-se marco inicial da desagregação e decomposição do Cristianismo nas suas legitimas bases de que se fizeram paradigmas Jesus, os discípulos e os seus sucessores. — Nota da Autora espiritual.

Contribuindo com abençoados recursos de que a Psiquiatria se pode utilizar, como outros ramos das Ciências, para solucionar um sem-número de problemas físicos, emocionais, sociais que afligem a moderna e atormentada sociedade.

III - CONCLUSÃO:

Ao exercício da mediunidade isto é, na perfeita aplicação dos seus valores a benefício da criatura, em nome da Caridade, é que o ser atinge a plenitude das suas funções e faculdades, convertendo-se em celeiro de bênçãos, semeador da saúde espiritual e da paz nos diversos terrenos da vida humana, na Terra.

Mediunato — eis o ápice do correto exercício da faculdade mediúnica em cuja ação o médium já não vive, antes nele vive o Cristo insculpindo-lhe a felicidade sem jaça de que se adorna, em prol do Mundo Melhor todos laboramos.

IV - ESTUDO E MEDITAÇÃO:

"Todo aquele que sente, num grau qualquer, a influência dos Espíritos é, por esse fato, médium. Essa faculdade é inerente ao homem; não constitui, portanto, um privilégio exclusivo. Por isso mesmo, raras são as pessoas que dela não possuam alguns rudimentos. Pode, pois, dizer-se que todos são, mais ou menos, médiuns. Todavia, usualmente, assim só se qualificam aqueles em quem a faculdade mediúnica se mostra bem caracterizada e se traduz por efeitos patentes, de certa intensidade, o que então depende de uma organização mais ou menos sensitiva. É de notar-se, além disso, que essa faculdade não se revela, da mesma maneira, em todos.

Estudos Espiritas - Joanna de Ângelis

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