terça-feira, 25 de fevereiro de 2014

Após os 30, uso de álcool e trabalho noturno aumentam risco de aborto natural

Segundo pesquisa, 25% dos abortos espontâneos poderia ser prevenido por combinação de mudanças no estilo de vida

BBC
Mais de um quarto dos abortos espontâneos ocorridos pela primeira vez poderia ser prevenido por uma combinação de mudanças no estilo de vida, sugere uma pesquisa realizada na Dinamarca.
BBC
Estudo analisou 91.247 mulheres na Dinamarca
Os cientistas da Universidade de Copenhague, na Dinamarca, constataram que mulheres a partir de 30 anos que consumiam álcool com frequência e trabalhavam à noite durante a gravidez tinham maiores chances de sofrer abortos espontâneos.
O estudo, que analisou 91.247 mulheres, disse ainda que levantar mais de 20 kg por dia durante a gestação e estar abaixo ou acima do peso ideal também aumenta o risco de aborto espontâneo.
O aborto espontâneo atinge milhares de mulheres ao redor do mundo. No Brasil, estima-se que uma a cada dez grávidas perca o bebê nos primeiros meses de gravidez.
Prevenção
Os pesquisadores concluíram que somente uma redução dos fatores de risco poderia prevenir os abortos espontâneos.
O estudo foi publicado na revista científica International Journal of Obstetrics and Gynaecology. "A principal mensagem de nossa pesquisa é que os abortos naturais podem ser prevenidos", diz Anne-Marie Nybo Andersen, pesquisadora-sênior da Universidade de Copenhague.
Segundo ela, a pesquisa mostra a relativa importância do estilo de vida na incidência de aborto natural, em detrimento de fatores específicos, como a ingestão de determinados medicamentos.
Andersen afirma que, como as descobertas vieram da análise de uma população, elas podem ser aproveitadas por grupos diversos – desde casais a pessoas responsáveis por políticas de maternidade, regulações trabalhistas e apoio a gravidez precoce.
"Todo mundo, jovens homens e mulheres, assim como aqueles que têm responsabilidades políticas, devem ter em mente que a gravidez acima dos 30 anos implica um risco elevado de aborto natural", acrescenta.
Recomendação médica
O estudo analisou gravidezes ocorridas na Dinamarca entre 1996 e 2002. Os pesquisadores constataram que 3,5% das mulheres sofreram aborto espontâneo.
Os pesquisadores analisaram possíveis conexões entre os abortos naturais e o estilo de vida das grávidas ao coletar dados por meio de entrevistas telefônicas feitas pelo computador.
"Esse estudo é muito interessante em termos de abrangência da população", afirmou Caroline Overton, porta-voz da Royal College of Obstetricians and Gynaecologists, associação britânica que reúne profissionais da ginecologia e obstetrícia.
Segundo ela, mulheres que queiram engravidar devem ter uma dieta balanceada, assegurar que não estão "muito magras" ou "com sobrepeso", parar de fumar e pedirem a seus parceiros para fazerem o mesmo.

Beijar é bom, mas vá com calma: veja 5 doenças transmitidas pela troca de saliva

Troca de saliva possibilita que vírus e bactérias migrem de um para o outro e transmita doenças como gripe e hepatite A

Getty Images
Beijo pode transmitir herpes, gripe, mononucleose e até hepatite A

Os batimentos cardíacos chegam a 150 por minuto, cerca de 29 músculos são movimentados e, em média, 12 calorias são perdidas em um beijo caprichado. Mas nem só de benefícios para o corpo é feito esse encontro entre os lábios. Em época de Carnaval, em que o clima de paquera é mais intenso, Mariana Volpe Arnoni, infectologista do Complexo Hospitalar Edmundo Vasconcelos, de São Paulo, alerta para o problema. “Temos, pelo menos, cinco doenças relevantes que podem ser transmitidas pelo beijo.”
No entanto, de acordo com a especialista, não é o beijo em específico o responsável pela transmissão. “Quando as pessoas se beijam, acontece uma troca de salivas, o que permite o contato com a doença”, explica. O vírus ou a bactéria, presentes na saliva e na secreção respiratória da pessoa infectada, entra então em contato com quem está saudável, contaminando seu organismo. “A própria tosse com gotículas de saliva do doente também pode contaminar.”
Para evitar problemas, a médica orienta os foliões. “É importante que as pessoas se alimentem da forma correta, ingerindo as vitaminas adequadas para que o corpo esteja prevenido e resista a possíveis infecções.”
Caso alguém note alguma alteração no corpo, como febre, dor de garganta e a presença de gânglios no pescoço, entre outras características típicas de doenças virais e bacterianas, a recomendação é procurar atendimento médico para fazer o tratamento adequado.
Conheça cinco doenças que podem ser transmitidas pelo beijo:
Mononucleose  popularmente chamada de “a doença do beijo”, ela tem como vírus responsável o Epstein-Barr, da família Herpesviridae. Os sintomas são febre, dor de garganta, gânglios no pescoço e até alterações no fígado e no baço.
Herpes simples – os vírus de tipo 1 (oral) e 2 (genital) provocam lesões bolhosas em pele e mucosas, que podem reativar periodicamente;
Meningites – ocorre quando, por alguma razão em específico, bactérias e vírus vencem as defesas do organismo e atingem as meninges, membranas que envolvem e protegem o encéfalo, a medula espinhal e outras partes do sistema nervoso central. Causa febre alta, mal-estar, vômitos, dor forte de cabeça e no pescoço;
Hepatite A –  causada pelo vírus VHA, a doença tem como sintomas: febre, dores musculares, cansaço, mal-estar, inapetência, náuseas, urina escura e vômito. Além da via oral-fecal, pode ser transmitida por meio de alimentos ou água contaminados;
Gripes e resfriados – a gripe ocorre quando organismo é infectado pelo vírus influenza, enquanto o resfriado pode ser causado por vários tipos de vírus, como o rinovírus ou coronavírus. Provocam febre, dores de cabeça e no corpo, tosse, coriza, mal-estar e fraqueza

Nos EUA pais promovem 'Festas da Catapora' para que filhos contraiam a doença

Além da festa, há pais que enviam ou recebem pelo correio pirulitos lambidos ou roupas usadas por crianças infectadas

BBC
AFP
Alguns pais creem que vacinas têm efeitos graves, apesar de não haver comprovação científica

Auxiliados pela internet, pais de todos os cantos do país trocam informações sobre como colocar seus filhos em contato com crianças infectadas pelo vírus causador da catapora – ou varicela (Varicela-Zóster).
O objetivo é tentar fazer com que os filhos contraiam uma doença que, acreditam, se manifesta de forma bem mais branda em crianças do que em adultos, e fiquem assim imunizados para o resto da vida.
Para muitos pais, expor os filhos à doença "naturalmente" é menos arriscado do que optar pela vacina.
"Somos um grupo nacional de pais unidos no apoio ao vírus da catapora na infância em vez da vacina", diz a apresentação da página Pox Party USA, no Facebook.
Na página, uma das várias dedicadas ao tema na rede social, integrantes trocam dicas sobre as "Festas da Catapora" mais próximas de onde moram e debatem prós e contras da vacina e de contrair a doença.
"Este é um grupo para indivíduos/famílias que, por diversos motivos pessoais, preferem a exposição natural à catapora do que a vacina contra a varicela", afirma outro grupo, Chicken Pox Parties – Southeast US.
Pirulitos
Além do temor de que a vacina possa provocar efeitos colaterais graves – o que, segundo especialistas, não tem comprovação científica –, alguns pais questionam sua eficácia.
O Centers for Disease Control and Prevention (Centros para o Controle e a Prevenção de Doenças, ou CDC, na sigla em inglês), agência ligada ao Departamento de Saúde dos EUA, afirma que a eficácia da vacina é de 98%.
Mas o fato de serem recomendadas duas doses – a primeira dos 12 aos 15 meses e a segunda dos quatro aos seis anos de idade – provoca desconfiança em certos pais, que acham mais seguro garantir a imunidade contraindo a doença.
Há inclusive os que recorrem a outros métodos, como enviar ou receber pelo correio pirulitos lambidos ou roupas usadas por crianças infectadas.
A prática ganhou as manchetes há cerca de dois anos, quando autoridades tiveram de alertar que quem enviasse materiais do tipo pelo correio estaria infringindo a lei e sujeito a pena de prisão.
Riscos
"Alguns pais acham que a vacina contra varicela não é necessária, porque lembram que tiveram a doença quando crianças e, apesar do desconforto, ficaram bem", disse à BBC Brasil a epidemiologista Allison Fisher, do CDC.
"Acham que contrair a doença naturalmente é melhor que a vacina", afirma Fisher. "É nossa função alertá-los sobre os riscos de não vacinar."
Seja na forma de "Festas da Catapora" ou do compartilhamento de pirulitos, especialistas afirmam que expor as crianças ao vírus propositalmente é arriscado.
Segundo o CDC, apesar de complicações não serem tão comuns no caso da catapora, elas podem ocorrer, e incluem pneumonia, encefalite, infecções graves e até a morte.
De acordo com o CDC, até o início dos anos 1990 a doença atingia uma média de 4 milhões de pessoas por ano nos EUA. Destas, entre 10,5 mil e 13 mil tinham de ser hospitalizadas e entre cem e 150 morriam a cada ano.
A vacina foi introduzida em 1995 e atualmente atinge cerca de 90% das crianças até 35 meses de idade nos EUA.
De 2000 a 2010, os casos da doença no país registraram redução de 82%. As mortes de crianças e adolescentes de até 20 anos de idade em decorrência da doença caíram 98,5%, afirma o CDC.

80% das mulheres em idade fértil têm mioma no útero, mas metade delas nem sabe

Tumor é benigno e detectado em ultrassom convencional, em alguns casos (bem raros) pode levar à infertilidade

Thinkstock/Getty Images
Cólica e ciclo menstrual intenso e longo podem ser sinal de mioma uterino, condição que atinge 80% das mulheres em idade fértil

É muito provável que você conheça uma mulher que tenha mioma. E é também provável que ela desconheça a presença desse tumor benigno no útero, comum em mulheres de 35 a 45 anos e desconhecido por 55% daquelas que têm o nódulo. Mas, apesar de o alto porcentual assustar - 80% das mulheres em idade fértil tem um mioma no úterto, segundo a Federação Brasileira de Ginecologia e Obstetrícia (Febrasgo) - , não é motivo para pânico. Em 75% das mulheres acometidas, o mioma aparece e permanece para sempre lá quietinho, não apresenta qualquer sintoma nem consequência.
Nos outros 25% de mulheres acometidas, a questão pode ser bem séria e precisa ser cuidada. Sintomas como cólica e ciclo menstrual intenso e desregulado podem sinalizar um mioma que precisa de atenção. A detecção do nódulo é feita em um ultrassom convencional.
“É fácil perceber que algo está errado, pois a mulher tem um fluxo alto de sangramento de 10 a 20 dias, geralmente com coágulos, além das cólicas. Outras mulheres usam até três pacotes de absorvente por ciclo", detalha a ginecologista, que também é membro da Febrasgo.
Dependendo da localização do mioma, um sintoma diferente se manifesta. “O sangramento, por exemplo, é por conta do mioma submucoso, que cresce dentro do útero, e do intramural, que acontece na camada muscular do útero”, explica Graciela Morgado, ginecologista e diretora da clínica In Vita.
São mais propensas a desenvolverem mioma as mulheres que engravidam tarde, são obesas e têm estilo de vida sedentário. Quem tem casos na família e é de raça negra também tem mais predisposição.
Consequências
O medo de que o nódulo cause infertilidade procede, explica a ginecologista: “Dependendo do local que o mioma está instalado, é possível sim que a mulher tenha dificuldades de engravidar”, diz Graciela.
O mioma está relacionado à dificuldade de engravidar porque o embrião encontra problemas para se fixar na parede do útero por conta do nódulo, o que pode levar ao aborto ou trabalho de parto prematuro. Para os miomas subserosos, que ficam localizados fora do útero, os sintomas mais comuns são pressão na bexiga e dificuldade para evacuar, mas sem ligação à infertilidade.
E, no caso dos miomas, tamanho e quantidade podem não significar nada. “Algumas pacientes têm cinco quilos de mioma no útero e não sentem nada. Outras têm o mioma bem pequeno e chegam até a tomar bolsas de sangue de tanto que perdem na menstruação. Não nos preocupamos com o tamanho do mioma, mas sim com o sintoma que ele causa na paciente”, explica a ginecologista Rita Oliveira da Silva, da Clínica Rezende.
Tem cura!
Se você está entre os 25% de mulheres que têm mioma e que sofrem com os sintomas, não se desespere. Há tratamento. Tomar anticoncepcional é uma forma de cuidar. “A retirada do útero resolveria totalmente o problema, mas obviamente não é indicado para quem ainda deseja ter filhos”, explica Graciela. “O anticoncepcional pode, inclusive, ser uma forma de prevenção de miomas”, acrescenta.
Outra alternativa é a miomectomia, cirurgia de retirada do mioma, preservando o útero. É indicada para mulheres que têm infertilidade causada pelo mioma – o que não é frequente.
A paciente pode optar ainda pela embolização, em que injeta-se uma substância para bloquear a alimentação do tumor. O procedimento traz melhora das queixas de dores, mas não é considerado totalmente seguro para mulheres que desejam manter ou melhorar a capacidade reprodutiva.

17 dúvidas sobre redução de estômago respondidas por médicos








As perguntas mais comuns nos consultórios que tratam obesidade respondidas por três especialistas no assunto



O último levantamento feito pela Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica mostrou que, só em 2010, foram realizados mais de 60 mil cirurgias de redução do estômago no Brasil, um número três vezes maior do que em 2005.
Cada vez mais popular entre os tratamentos para a obesidade, o procedimento ainda é cercado de dúvidas, especialmente de parte dos pacientes. OiG Saúde reuniu as dúvidas mais comuns nos consultórios dos especialistas em obesidade no País e pediu a três profissionais que respondessem a essas questões.
1 – A cirurgia bariátrica é reversível?
Apenas a gastrectomia vertical (em que um pedaço do estomago retirado) e o duodenal switch , onde uma das etapas da cirurgia é a gastrectomia vertical, não são reversíveis. As demais técnicas podem ser revertidas. No entanto, a reversão é extremamente complicada, oferece mais riscos do que a cirurgia em si e realmente só é feita em casos extremos, como em pacientes com câncer ou com aids . Se o paciente está com peso normal estável e as doenças estão controladas não há razão para desfazer o procedimento.
2 – Vou poder comer como antes, mas sem engordar?
Não. Nenhum procedimento faz milagre. As cirurgias prescindem de reeducação e manutenção alimentar e física para que os resultados sejam efetivos. O paciente precisar ter em mente que a cirurgia é apenas o início de uma mudança de vida, que inclui comer corretamente, de forma mais saudável, incluindo no cardápio frutas, verduras, legumes, carnes, pães integrais, sucos. O paciente poderá comer de forma mais comedida e com mais frequência, de 3 em 3 horas, deixando as guloseimas para ocasiões especiais.
3 – Como ter certeza de que a técnica é regulamentada?
No Brasil existem hoje quatro técnicas regulamentadas pela Resolução nº 1.942/2010 do Conselho Federal de Medicina (CFM), que estabelece normas seguras para o tratamento cirúrgico da obesidade mórbida, definindo indicações, procedimentos e equipe ( veja aqui quais são ). Os demais procedimentos e técnicas cirúrgicas para o controle da obesidade não apresentam indicação atual de utilização ou ainda estão em fase de estudos.
4 – Qual o perigo de me submeter a técnicas não regulamentadas?
Profissionais que praticam técnicas não aprovadas pelo CFM estão atuando fora da legislação brasileira e expondo seus pacientes a riscos desnecessários de complicações e morte. Para uma técnica ser aceita, ela precisa ser comprovada por anos de pesquisa clínica e ter perfis de segurança e eficácia aceitáveis, passando pelo crivo dos órgãos regulatórios de saúde de cada país. Prometer soluções mágicas do tipo “coma tudo o que quiser e não engorde” é, no mínimo, mentiroso e antiético.
5 – Quais as chances de ganho de peso posterior? Em quanto tempo isso é observado?
Até dois anos após a cirurgia, o paciente ainda está perdendo peso. A partir do momento que esse processo se estabiliza, é possível haver algum ganho, caso o paciente “baixe a guarda” e não se esforce para manter o peso. Esforço significa manter uma dieta balanceada e atividades físicas, o que é recomendado para os operados ou não. A cirurgia é apenas o primeiro passo rumo a uma nova vida e é preciso abandonar antigos costumes nocivos e adotar uma forma de vida mais saudável, que inclui dieta equilibrada e a prática de exercícios.
O principal fator para ganho de peso posterior é a não adesão ao tratamento, que não se resume apenas às cirurgias bariátricas. O tratamento deve ser multidisciplinar, ou seja, com médico, nutricionista, psicólogo e educador físico, já que o paciente deverá a aprender a viver de uma maneira diferente.
6 – Como escolher um bom cirurgião bariátrico?
Ao tomar a decisão, procure profissionais habilitados com experiência comprovada na área, evitando aqueles que prometem soluções milagrosas ou que pratiquem técnicas não aprovadas pelo CFM. No site da SBCBM consta a relação de todos os cirurgiões associados, que, obrigatoriamente, passam por programas de atualização e revisão científica.
7 – A mulher que passa por uma cirurgia de estômago pode engravidar? Ela deve ter algum cuidado extra nesse período?
Recomenda-se que a mulher aguarde 18 meses depois da cirurgia para engravidar, assim o organismo estará mais adaptado. É importante ter um acompanhamento médico e nutricional durante toda a gravidez , para evitar a carência de vitaminas essenciais para o bebê. Se for o caso, o médico pode indicar uma suplementação oral ou injetável. O pré-natal deve ser acompanhado pelo nutricionista, cirurgião e obstetra.
8 – O paciente que vai se submeter à cirurgia deve parar de fumar e de beber? Por quanto tempo? Quanto tempo depois da cirurgia ele pode voltar a fumar e ingerir bebidas alcoólicas?
Quem faz uso destas substâncias têm um risco maior para complicações em qualquer procedimento. Portanto, o ideal é que pare de fumar e de beber. Além de todos os riscos, a nicotina prejudica a cicatrização da pele, o que pode levar à infecção. As bebidas alcoólicas são agressores das mucosas do estômago e do intestino e reduzem a absorção de alguns nutrientes, por isso devem ser evitadas, sobretudo nos primeiros 6 meses, quando ocorre uma readaptação do trato gastrointestinal. O álcool é absorvido muito rapidamente após a cirurgia e cai na circulação sanguínea podendo levar à embriaguez mesmo com pequenas quantidades.
9 – O que é o dumping? Todo operado tem?
Todo operado está sujeito a ter a síndrome de dumping. O consumo de alimentos calóricos doces (pudins, sorvetes, milk-shake, leite condensado, sucos com açúcar, refrigerantes) e gordurosos pode causá-la. O Dumping acontece quando, depois de beber ou comer, o paciente apresenta taquicardia, sudorese, tontura, queda da pressão arterial e diarreia. Qualquer combinação destes sintomas pode ocorrer em intensidades variadas, dependendo do que a pessoa comeu. Alimentos ricos em açúcares e gorduras, em excesso, não devem fazer parte do cardápio de ninguém, operado ou não.
10 – Alguns pacientes operados relatam queda de cabelo intensa e unhas quebradiças, entre outros sintomas. Porque eles ocorrem?
Queda de cabelo e unhas quebradiças são sintomas comuns durante qualquer processo de emagrecimento, seja por cirurgia, dieta ou em decorrência de doenças que "consomem" a pessoa (como o câncer, por exemplo). No caso do paciente bariátrico, esses sintomas não devem persistir por mais de quatro meses. 

Se não houver acompanhamento com a equipe multidisciplinar, o paciente pode apresentar déficit de vitaminas e proteínas, o que pode levar a estes sintomas. Nesses casos, é preciso rever a alimentação com o nutricionista e, se necessário, iniciar suplementação vitamínica oral ou injetável.
11 – Quais as possíveis complicações durante e após a cirurgia?
Os riscos são os mesmos de outras cirurgias abdominais, por isso a bariátrica deve ser feita em um hospital com estrutura adequada. Nas cirurgias disabsortivas é comum haver falta de nutrientes devido à baixa ingestão de alimentos e é necessária a suplementação vitamínica. Mais raramente, a cirurgia bariátrica pode gerar complicações como infecção, tromboembolismo (entupimento de vaso sanguíneo), deiscências (separações) de suturas, fístulas (desprendimento do grampo), obstrução intestinal, hérnia no local do corte, abscessos (infecções internas) e pneumonia .
12 – O efeito da pílula anticoncepcional após a cirurgia pode ser reduzido?
Nas cirurgias restritivas não há problemas, mas nas cirurgias que privilegiam a mal-absorção, pode ser que a pílula anticoncepcional tenha eficácia reduzida. Em muitos casos, recomenda-se a utilização de dois métodos anticoncepcionais concomitantamente, mas essa é uma avaliação que deve ser feita caso a caso pelo ginecologista.
13 – É necessário fazer complementação de vitaminas? Por quanto tempo?
O paciente submetido a cirurgia bariátrica deverá ser acompanhado por uma equipe multidisciplinar por toda a vida. Ele deverá realizar exames sempre e a reposição poderá ou não ser realizada. No entanto, se o paciente conseguir manter uma alimentação adequada, rica em carnes magras, verduras, legumes, frutas e massas integrais, a suplementação vitamínica não é necessária. 

Contudo, com o estilo de vida moderno, nem sempre isso é possível, então os suplementos vitamínicos entram como aliados para combater os sinais da falta de nutrientes (fraqueza, queda de cabelo, unhas quebradiças, dor de cabeça). Em alguns casos, a suplementação pode ser para a vida toda.
14 – Depois da operação, terei que fazer exercícios físicos?
Sim, sempre. Os exercícios físicos fazem parte do tratamento da obesidade, independente da técnica utilizada. Os benefícios do exercício são ainda maiores para os operados: aceleração do processo de emagrecimento, ganho de massa magra (músculo), redução da flacidez, melhora do condicionamento físico, melhora do desempenho cardiorrespiratório, fortalecimento dos ossos e ganho de disposição. 

16 - Alguma técnica permite comer mais do que outra?
Em todos os procedimentos, o paciente deve se habituar a comer pequenas quantidades, várias vezes ao dia. As cirurgias disabsortivas, como o Scopinaro e o Duodenal Switch , permitem que o paciente tenha uma capacidade maior de alimentação. Em contrapartida apresentam efeitos colaterais sérios como o aumento da frequência evacuatória e a urgência evacuatória.
17 - Quanto tempo dura o processo de emagrecimento? Há risco de emagrecer demais?
Perde-se peso mais rapidamente no primeiro e no segundo ano após a cirurgia, mas a velocidade do emagrecimento vai diminuindo até estacionar, geralmente por volta do segundo ano. Todo ser humano tem um peso ideal em torno do qual o corpo tende a se estabilizar, ainda que pequenas variações para mais ou para menos sejam comuns ao longo dos anos. 

Fontes consultadas: Ricardo Cohen, presidente da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátria e Metabólica (SBCBM); Claudia Cozer, endocrinologista da Associação Brasileira para Estudo da Obesidade (Abeso); Hercio Azevedo Cunha, professor de gastroenterologia da Pontifícia Universidade Católica de Campinas (PUC), e membro da SBCBM

quinta-feira, 20 de fevereiro de 2014

5 paisagens surreais criadas por obra da natureza

Conheça uma seleção de lugares incríveis que parecem ter saído de uma obra de ficção5 paisagens surreais criadas por obra da natureza
Existem alguns lugares espalhados pelo planeta que, de tão incríveis e estranhos, não parecem de forma alguma serem paisagens naturais. Esses locais dão a impressão de terem saído de alguma obra de ficção, e inclusive já falamos sobre alguns deles — como é o caso da Depressão de Afar, da Reserva Natural do Tsingy de Bemaraha em Madagascar, e das Portas do Inferno no Turcomenistão — aqui noMega Curioso.
A seguir reunimos outras cinco dessas paisagens surreais que não parecem ter sido criadas pela natureza, e você pode contar para a gente nos comentários qual, em sua opinião, é a mais interessante ou ainda se já visitou alguma delas pessoalmente. Confira:

1 – Namaskaro

Fonte da imagem: Reprodução/ListVerse
Namaskaro é uma área próxima a Námafjall, uma região vulcânica ativa cheia de fontes geotermais, localizada na Islândia. O solo está repleto de crateras — com tamanhos que variam de 1 a 12 metros — cheias de lama borbulhante, além de fumarolas pelas quais constantemente escapam vapores e gases vulcânicos que criam na paisagem uma eterna névoa. Isso tudo, combinado à completa falta de vegetação, dá a Namaskaro um ar totalmente surreal.

2 – Geleira Perito Moreno

Fonte da imagem: Reprodução/Jakub Polomski
Localizada na Patagônia na fronteira entre o Chile e a Argentina, esta incrível geleira fica situada em uma área repleta de montanhas e bosques, e já chegou a ser chamada de 8ª maravilha do mundo. O glaciar é composto por uma camada de gelo de 250 quilômetros quadrados, e 170 metros dessa camada— como ocorre com essas formações — fica submersa. Isso sem falar que sua extremidade forma um paredão de 74 metros sobre a água.

 3 – Lago Azul

Fonte da imagem: Reprodução/ListVerse
O Lago Azul — localizado na Rússia — é famoso tanto por sua beleza como por ser extremamente perigoso. Trata-se de um lago cárstico, ou seja, ele é alimentado por diversas passagens e cavernas subaquáticas, e, graças ao seu alto nível de sulfeto de hidrogênio, as águas contam com uma intensa coloração azul. Estima-se que ele tenha 250 metros de profundidade, embora exista a lenda de que o Lago Azul não tem fundo!

4 – Hobgoblin’s Playground

Esculpida pela ação do vento e da água ao longo de milhões de anos, esta sensacional paisagem — também conhecida como “Little Finland” — fica localizada em Nevada, nos EUA. Entre as formações de Hobgoblin’s Playground é possível identificar incontáveis criaturas bizarras que parecem estar vivas, e o contraste do arenito vermelho com fundo azul do céu é simplesmente deslumbrante.

5 – Cavernas Gomantong

Fonte da imagem: Reprodução/ListVerse
Com uma população estimada em 2 milhões de morcegos, as Cavernas Gomantong, localizadas na Malásia, além de serem o esconderijo perfeito para o Batman, são também um verdadeiro pesadelo na Terra. Isso porque, com tantos desses animais penduradinhos no teto, imagine só como deve ser o chão!
Isso mesmo, caro leitor, coberto por camadas e mais camadas de cocô de morcego. E, para piorar a situação, dentro da caverna também existem milhões e milhões de baratas que se alimentam das fezes, cobrindo tanto o chão como as paredes como se fossem um enorme tapete. Eca!

Lipoaspiração reduz gorduras localizadas, mas pode trazer sérios riscos

Procedimento só pode ser feito por cirurgião plástico

por Mariana Bueno
Na eterna busca pelo corpo perfeito, as mulheres estão cada vez mais recorrendo à lipoaspiração, que elimina as gordurinhas localizadas. O procedimento parece simples, mas, se não for feito da forma correta e por um profissional capacitado, pode trazer consequências sérias. Existem até mesmo casos em que complicações na cirurgia levaram mulheres à morte. Por isso, antes de se decidir por uma lipo, é importante estar atento a alguns detalhes. O primeiro deles é se certificar de que o profissional está cadastrado no site da Sociedade Brasileira de Cirurgia Plástica. Outro ponto é avaliar as condições do local onde a cirurgia será realizada. “O paciente deve pedir para ver a licença sanitária do local. E escolher sempre um médico capacitado. Existe gente que coloca que é membro da Sociedade de Cirurgia Estética, mas isso não existe, colocam para enganar”, alerta o cirurgião plástico Alderson Luiz Pacheco.
Ele explica que existem alguns riscos que são inerentes à cirurgia, como perfuração gastrointestinal e trombose, que pode ocorrer por causa da redução do fluxo sanguíneo. Os principais fatores de risco são: uso de anticoncepcional, tabagismo, varizes e idade acima de 50 anos. Para evitar qualquer problema, a recomendação é que sempre sejam feitas as consultas e exames pré-operatórios. “Esses fatores não impedem que a cirurgia seja realizada, mas alteram a conduta para que tudo corra bem. Quando identificados, passam antes por uma avaliação específica”, esclarece.
Não existe uma idade mínima para quem quer fazer uma lipo, que tem sido cada vez mais procurada por pessoas mais novas. Mas os médicos exigem que os pais autorizem. A indicação da lipo é para quem tem gordura localizada, como culote e barriga. A cirurgia só consegue tirar a gordura superficial, e o que se perde fica entre 5% e 7% do peso. Mais do que isso, é um risco.
“Quando alguma pessoa procura a cirurgia, sempre recomendamos antes um nutricionista, uma atividade física ou até mesmo um psicólogo. Muita gente procura porque está em crise no relacionamento, por exemplo, achando que, se melhorar o corpo, a situação vai mudar. Nesses casos é até perigoso fazer a cirurgia, porque sabemos que não vai resolver o problema da pessoa. Então encaminhamos ao psicólogo”, explica o médico.
Ele relata que há pessoas que nem tentam emagrecer e vão direto para a lipo. Há também quem repita sempre o procedimento, pois volta ao corpo de antes, e depois recorre à lipo de novo. “Muitas pessoas estão acima do peso e buscam a lipo. São pessoas que já tentaram emagrecer e não conseguiram, mas com a melhora no corpo, se sentem estimuladas a buscar o emagrecimento, atividades físicas, e acabam conseguindo”.
Para que o resultado seja satisfatório, é preciso ter todos os cuidados no período pós-operatório: repouso de uma semana em casa, podendo então retornar ao trabalho; um mês para voltar à academia e demais atividades; uso de modeladores nesse mesmo período; e drenagem. “É uma cirurgia que dói muito, é uma das mais doloridas, mais até que cirurgias abdominais ou de mama. Mas, em compensação, a recuperação é mais rápida”, finaliza.

Suor em excesso pode ser sinal de hiperidrose

Doença atinge 1% da população, mas tem tratamento e pode ser controlada

por Redação
É comum suar no verão. Afinal, as altas temperaturas e o sol forte fazem o corpo transpirar muito. Mas em algumas pessoas, essa transpiração excessiva pode ser um verdadeiro incômodo e trazer até mesmo prejuízos na qualidade de vida. São os portadores da hiperidrose, doença que atinge até 1% da população.

Causas da hiperidrose

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O cirurgião Juliano Mendes de Souza, do Hospital Nossa Senhora das Graças (HNSG), explica que a doença surge devido ao funcionamento inadequado de uma parte do sistema nervoso que leva as mensagens do cérebro para as glândulas de suor, fazendo o corpo transpirar mais. “As pessoas que têm a doença ficam constrangidas ao cumprimentar os outros com as mãos molhadas, têm dificuldades no trabalho ao usar ferramentas que escorregam, com utilizar computador ou escrever e, em situações de tensão, as mãos suam tanto a ponto de pingar”, esclarece.
Outro fator que pode estar relacionado ao surgimento da hiperidrose é a tendência genética. O médico diz que é comum várias pessoas da mesma família terem a doença, enquanto em outras famílias ninguém possui.
As mãos, pés, axilas, rosto e cabeças são as partes do corpo quesuam exageradamente, numa quantidade muito acima da necessária para manter a temperatura corporal controlada.

Tratamento da hiperidrose

A boa notícia para quem sofre com este problema é que há tratamentos que vão desde a aplicação de cremes na pele, passando por comprimidos tomados de forma contínua, injeção de botox na região afetada, ou uma cirurgia que promete efeito imediato, a simpatectomia torácica por vídeo. “O resultado da cirurgia é percebido rapidamente. Já no centro cirúrgico o paciente passa a não suar e a cura do problema se aproxima de 100%”, garante o cirurgião Paulo Boscardim, também do HNSG.
cirurgia para quem sua muito é pouso invasiva e dura cerca de 15 minutos, com anestesia geral. É feito um corte de uma pequena região do sistema nervoso simpático, que comanda osuor em excesso. “Como qualquer cirurgia, o paciente tem dor no pós-operatório, mas na maioria dos casos é leve e melhora com analgésicos que são sempre receitados. “Em dois a três dias, o paciente já pode retornar as atividades”, afirma Souza.
Um efeito colateral comum é a hiperidrose reflexa, que acontece quando o paciente para de suar nas regiões que o incomodavam, mas passa a suar em outras partes do corpo. “Um dos fatores que aumentam a probabilidade da compensação grave se manifestar são o índice de massa corpórea (IMC) maior que 26, e pessoas que já suam muito em diversas parte do corpo e que apresentam a hiperidrose craniofacial. Realizamos uma seleção criteriosa dos pacientes, assim há uma diminuição considerável de incidência da hiperidrose reflexa grave”, finaliza Boscardim.

Pílula que se transforma em balão intragástrico: como funciona?

Médico explica vantagens e riscos do novo procedimento, aprovado na Inglaterra

por Redação
O uso do balão intragástrico para emagrecer se tornou uma alternativa para quem está muito acima do peso, mas já não consegue mais resultados com dietas e nem quer recorrer a cirurgias. Menos invasivo, o balão é colocado através de um procedimento rápido e passa a ocupar entre 50% e 60% do espaço no estômago do paciente, levando ao cérebro a sensação de saciedade, o que reduz a quantidade de comida ingerida.
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A novidade mais recente, aprovada na Inglaterra como método de emagracimento, é um dispositivo que se assemelha a uma pílula. Depois de ingerido, ele se transforma em um balão gástrico.

Ação no organismo

“Esse dispositivo foi desenvolvido para ser implantado sem sedação nem anestesia e ingerido na presença do médico. O paciente engole o dispositivo, em formato de pílula, recoberto por uma proteção de gel que se desfaz em contato com o ácido do estômago, liberando o balão. Neste momento, a equipe médica posiciona o balão e o insufla adequadamente por meio de um catéter que sai pela boca do paciente. Ao término da insuflação, este catéter é retirado por meio de tração e uma válvula localizada no balão se encarrega de impedir vazamentos”, explica o cirurgião Martinho Rolfsen, do Hospital Sírio-Libanês, em São Paulo, e membro titular da Sociedade Brasileira de Cirurgia Bariátrica e Metabólica (SBCBM). Depois de um determinado tempo de permanência do dispositivo no interior do estômago, ele é retirado por meio de uma endoscopia convencional, com o paciente devidamente sedado.

Pontos positivos e negativos

O dispositivo, segundo o médico, tem a seu favor o simples procedimento ambulatorial, com retorno precoce às atividades, ausência da necessidade de procedimento cirúrgico e ausência da necessidade de procedimento endoscópico para sua implantação.
Por outro lado, apresenta dificuldade de posicionamento adequado no interior do estômago, impossibilidade de verificação de defeitos do dispositivo, mau funcionamento ou falhas como vazamento durante sua implantação e impossibilidade de verificação de complicações relacionadas ao procedimento durante sua implantação. “A perda de peso é menor que a de uma cirurgia de obesidade e está relacionada ao peso corporal inicial, variando de acordo com fatores individuais como: sexo, idade, constituição física (percentual de gordura, massa magra, ossos, etc), grau de atividade física, tipo de alimentação e comprometimento do paciente em seguir o programa”, explica.
O médico faz ainda um alerta: este procedimento só terá resultados satisfatórios se o paciente com obesidade ou sobrepeso fizer uma mudança em seus hábitos e estilo de vida. “Sem estas medidas, pouco acrescentaria na famosa rotina de perda e reganho de peso tão conhecida”, afirma.
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Intervenções cirúrgicas para emagrecer

Os procedimentos considerados mais invasivos são indicados em casos de pessoas que já tentaram diversas medidas para eliminar o peso excessivo, de forma bem orientada e assistida, mas, mesmo assim, não obtiveram sucesso. Outra indicação é para aqueles que possuem peso excessivo estável há muitos anos. Ou, ainda, para quem tem um índice de massa corporal (IMC) maior que 40 kg/m2 ou maior que 35kg/m2 associado a doenças relacionadas ao acúmulo de peso extra.
No Brasil – considerado hoje o segundo maior centro mundial em cirurgia bariátrica, atrás apenas dos Estados Unidos – a idade mínima para realização da cirurgia bariátrica foi reduzida de 18 para 16 anos, de acordo com o Ministério da Saúde. A idade máxima, que era de 65 anos, também foi alterada. O que é levado em conta é a avaliação clínica do paciente, e não mais sua idade. É sempre importante lembrar que, antes de fazer qualquer procedimento, é necessário passar por uma avaliação médica criteriosa.

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