quarta-feira, 28 de setembro de 2016

Os Celtas

Os Celtas eram os povos de família linguística indo-europeia que se localizavam no Oeste da Europa reunidos em diversas tribos.

A Civilização Celta começou a se formar a partir do segundo milênio antes de Cristo reunindo diversas etnias em tribos que ocupavam grande extensão territorial no Europa. Entre os constituintes mais famosos estavam os bretões, os gauleses, os belgas e os batavos, por exemplo. Não por acaso, esses nomes se tornaram denominações de regiões do Império Romano, que conquistaria enorme território. Os celtas, inclusiceltasve, por exemplo, iniciaram a introdução das técnicas de manuseio do ferro e da metalurgia no continente europeu.

Ao mesmo tempo em que se diz que os Celtas eram compostos de diversas tribos, é importante ressaltar que essas etnias não formavam um grupo coeso. Os vários povos que constituíam a Civilização Celta, como os já citados, seguiram rumos diversos na história do continente europeu. Alguns deles eram rivais entre si, alguns aliados do Império Romano ou isolados dos demais grupos. De toda forma, esses povos foram importantes e organizados o suficiente para gerar uma civilização com heranças históricas e culturais fundamentais para a humanidade. Devido ao vasto território ocupado por esses povos, os celtas estabeleceram contatos comerciais com diferentes civilizações do mundo antigo. Essa abrangência foi tamanha e hoje é assim reconhecida porque pode-se encontrar elementos materiais de origem etrusca e chinesa que datam de séculos antes de Cristo em territórios reconhecidamente ocupados pelos antigos celtas.

Se a Civilização Celta fosse um império coeso e unificado, ela seria um dos maiores impérios conhecidos, pois seus povos constituintes se espalharam por grande parte da Europa e mantiveram relações econômicas com diferentes etnias. Mais tarde, quando os romanos iniciaram uma grande expansão territorial, eles se beneficiaram muito das conquistas, das terras e das técnicas previamente estabelecidas pelos celtas.

Os celtas foram incapazes de combater o Império Romano em expansão por causa de sua tradicional organização. O grande número de povos e tribos, que, em diversas ocasiões, não se relacionavam pacificamente, fragmentava o poder de combate dessa civilização. Sua sociedade era, geralmente, dividida em clãs que reunia famílias dividindo as terras férteis. A sociedade era dividida em nobres, homens livres, servos, artesãos e escravos, reservando grande prestígio e influência ainda para os druidas, denominação que era dada aos sacerdotes.


Culturalmente, a Civilização Celta utilizava a língua céltica derivada dos ramos indo-europeus. Possuíam grande apreço pelas artes, marcadas por uma tendência abstrata. A religião celta contava com muitas divindades, era politeísta, que representava elementos da natureza e da vida animal. Alguns de seus mitos e lendas foram incorporados pelo paganismo romano e também na trajetória de alguns santos cristãos, como São Patrício.

Atualmente, a Civilização Celta é muito cultuada em função de seus diversos mitos que ilustram contos fantásticos retratados em livros e filmes. São riquíssimas as narrativas da mitologia celta e muito populares no Ocidente. Suas lendas influenciaram a cultura de vários países na Europa, com destaque para a corte do Rei Arthur, a espada Excalibur e as lendas de Avalon. O país que possuí maiores vestígios da civilização celta hoje é a Irlanda.


Mitologia Celta 

Os celtas, segundo alguns estudiosos um conjunto de povos, para outros uma raça, estenderam-se por toda a Europa, contribuindo para a constituição de várias outras nações. O núcleo de sua localização foi provavelmente a Alemanha, mas os chamados continentais se disseminaram pela Hungria, Grécia e pela Ásia Menor. Eles nunca formaram um bloco homogêneo, e sim tribos rivais, que nem mesmo cultuavam as mesmas divindades, com exceção de poucas entidades comuns.

Os habitantes das ilhas espalhavam-se pela Grã-Bretanha e Irlanda. É geralmente a eles que a literatura se refere ao mencionar os celtas. Pertencentes à Idade do Ferro, formavam pequenas aldeias comandadas por chefes que também lideravam combates. Não há documentos escritos sobre os celtas continentais, mas seus deuses se tornaram conhecidos através dos romanos, que assimilaram muitos de seus deuses às divindades célticas.

Os povos do Reino Unido e da Irlanda legaram também à posteridade rico complexo mitológico, transformado em obra literária na era medieval. Costuma-se dividir a mitologia celta em três classes, segundo as crenças a elas associadas – a Goidélica, irlandesa e escocesa; a Britânica Insular, galesa e da Cornuália; e Britânica Continental, da Europa Continental.

Pouco se sabe sobre os deuses celtas, muitas vezes nem como eles eram realmente nomeados. Entre eles, os pesquisadores conhecem deusas que regem os fenômenos naturais, como Tailtiu e Macha; Epona, deusa relacionada aos cavalos; Goibiniu, o produtor de cerveja; Tan Hill, equivalente céltico da entidade ligada ao Fogo; Cernunnos, Slough Feg ou Cornífero, versão latinizada, é um dos mais antigos, mas dele se ignora a história. Há também formas diversificadas da mesma divindade, dependendo da região onde ela é venerada.

É crença comum que os celtas adoravam suas divindades apenas ao ar livre, mas comprovou-se recentemente, através de escavações arqueológicas, que eles tinham sim o hábito de edificar templos, e depois da invasão de Roma, passou-se a encontrar edifícios sagrados com características celto-romanas.

No princípio, porém, os celtas realmente se limitavam a adorar seus deuses em altares construídos em bosques. Eles inclusive elegiam determinadas árvores como seres divinos. É notório o destaque concedido pelos celtas a estes elementos da Natureza, que inclusive emprestavam seus nomes sagrados ás tribos célticas e a personagens dos mitos irlandeses – Mac Cuillin, ‘filho de acebo’. Só posteriormente, com a inspiração romana, eles iniciaram a edificação de templos, costume legado aos germânicos, que os sucederam e os superaram nesta arte. Pelas pesquisas já realizadas, conclui-se hoje que os sacrifícios humanos, tão comumente atribuídos a estes povos, eram muito raramente praticados.


Para concluir, não se pode esquecer da importância dos druidas, categoria hereditária de xamãs – sacerdotes ou feiticeiros que detinham o poder da cura -, comum em todas as sociedades indo-européias da Antiguidade. Assim, eram amplamente habilitados ao exercício da magia, dos sacrifícios e das adivinhações. Podem-se encontrar muitos elementos da cultura céltica e dos druidas na obra “As Brumas de Avalon”, de Marion Zimmer Bradley.



Fontes:
http://ppg.revistas.uema.br/index.php/brathair/article/viewFile/593/514
http://www.canalacademico.com.br/revistasunic/index.php/revistaletrasmil/article/viewFile/57/50
http://ppg.revistas.uema.br/index.php/brathair/index

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