segunda-feira, 4 de maio de 2015

A arte de orar

Livro Pelos Caminhos de Jesus, cap. 16, Amélia Rodrigues – Divaldo Franco.

A prece é, antes de tudo, uma atitude mental da criatura para com o seu Criador. Nela devem ser propostas as reais necessidades da alma, numa expressão de confiança e carinho, abrindo-se e desnudando-se, ao mesmo tempo permanecendo receptiva às respostas da Sabedoria Excelsa.

Assim, a oração divide-se em três etapas, nas quais o ser dilata as suas percepções e amplia a capacidade de entendimento em relação a si próprio, ao próximo e a Deus.

Antes de mais nada, a oração é um ato de louvor ao Pai, o doador de todas as horas, Fonte Augusta de todas as coisas, o Genitor Soberano donde tudo procede e para cuja grandeza tudo marcha…
O louvor é uma expressão de carinho e reconhecimento que deve fluir do ser, de modo a produzir uma sintonia, mediante a qual transitem os sentimentos de exaltação do bem, para se abrir na rogativa em favor das legítimas necessidades, aquelas que se fazem indispensáveis para uma existência feliz e correta no mundo cuja transitoriedade constitui, por si mesma, uma advertência e um convite à humildade.

Não sendo o corpo mais do que uma veste, facilmente o uso lhe gasta a estrutura, e o término mui inesperadamente lhe assinala a conclusão da etapa para cuja finalidade foi elaborada.
Saber pedir é uma arte, de modo que a solicitação não constitua uma imposição apaixonada ou um capricho que não merece consideração.

Por fim, a prece deve revestir-se da emoção de confiança e reconhecimento, numa postura, através da qual, encaminhada a petição, o seu deferimento dependerá dos valores que não podem ser conhecidos do requerente e cuja resposta, qualquer que seja, será aceita com alegria…

Não adestrado para saber o que lhe é de melhor para o crescimento espiritual, a felicidade real, o homem solicita o que lhe parece mais importante, no entanto, só o Pai sabe o que é de mais valioso para o filho em aquisição de experiências.

Face a essa realidade, nem sempre Ele concede o que se Lhe pede, conforme se quer, todavia, aquilo que pode contribuir para o bem legítimo do ser.

A oração deve revestir-se, portanto, dos três atos consecutivos: louvar, pedir e confiar, agradecendo.
Não será pelo muito falar, pelo rol da requisição ou pelas palavras que vistam as ideias, que a oração adquire valor; antes, pela inteireza do conteúdo e pelo sentimento de que se reveste é que mais facilmente alcança os divinos ouvidos, ao mesmo tempo conduzindo de retorno a resposta celeste.

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